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“UMA COISA JOGADA COM MÚSICA” – CAPÍTULO 23

por Eduardo Lamas Neiva

Todos se divertem e aplaudem a bela música e o botafoguense Vinicius de Moraes, que estava passeando e resolveu entrar no bar Além da Imaginação para dar um abraço no pessoal. João Sem Medo aproveita e toca a bola queimando a grama pra Ceguinho Torcedor.

João Sem Medo: – Quem sabe muito sobre deste assunto de adultério é o nosso dramaturgo, não é Ceguinho?

Ceguinho Torcedor: – Meus caros, só o inimigo não trai nunca. Não existe família sem adúltera, e o homem de bem, por sua vez, é um cadáver mal informado: não sabe que morreu.

Todos riem.

Músico: – Mas ninguém se salva, seu Ceguinho?

Ceguinho Torcedor: – Meu caro, a virtude é triste, azeda, neurastênica. E o amor bem-sucedido não interessa a ninguém.

Músico: – Entre as coisas do futebol e do amor, das pisadas de bola e das traições, há muita música, né? Então, vamos chamar agora ao palco o grande Elton Medeiros e Antonio Dantas pra cantarem “Na cara do gol”.

Garçom: – E com o grupo Passagem de Nível, de Mendes, interior do Rio de Janeiro, no telão.

São muito aplaudidos.

Sobrenatural de Almeida: – A letra desta música só vai dar mais corda ao Ceguinho! Hahahahaha

Ceguinho Torcedor: – Nem você, Sobrenatural de Almeida, está a salvo! Não se apresse em perdoar, a misericórdia também se corrompe. Por isso, a fidelidade devia ser facultativa. Ora, como já disse, o amor bem-sucedido não interessa a ninguém, minha gente.

Garçom: – Não é tanto assim…

Idiota da Objetividade: – Eu acredito no cidadão de bem!

Ceguinho Torcedor: – Idiota, convém não facilitar com os bons, convém não provocar os puros. Há, no ser humano, e ainda nos melhores, como muitos que aqui estão, acredito, uma série de ferocidades adormecidas. O importante é não acordá-las.    

Há um repentino silêncio reflexivo em todo o bar. E o povo dá uma dispersada, enquanto o grupo da mesa dá uma pausa pra fazer uns pedidos ao garçom e ir ao banheiro. Nossos quatro personagens voltam à mesa e Zé Ary toca a bola para eles.

Garçom: – Bom, senhores, vamos voltar ao futebol…

João Sem Medo: – Naquela excursão do Botafogo ao México que estava falando antes, tive o privilégio de presenciar o nascimento do “olé” no futebol. Quem inventou foi o Garrincha em parceria com cem mil mexicanos que lotaram o Estádio Universitário pra assistir ao que os jornais de lá chamaram de “O Jogo do Século”: o Botafogo, que eu dirigia na época e tinha sido campeão carioca no finzinho de 57, contra o River Plate, que era o tricampeão argentino e tinha 10 dos 11 titulares da seleção que disputou a Copa de 58, poucos meses depois.

Ceguinho Torcedor: – Um jogo como esse tinha de ter sido filmado e passar na sessão da tarde todos os dias!

Todos concordam.

João Sem Medo: – Foi ali, naquele dia, às vésperas do carnaval de 58, que surgiu a gíria do “olé”. Não porque o Botafogo tivesse dado olé no River, não. O jogo foi bem equilibrado, terminou empatado em 1 a 1, até jogamos bem fechadinhos. Foi um olé pessoal, de Garrincha em Vairo, lateral do River e da seleção argentina. Nunca assisti a coisa igual, meus amigos.

Silêncio absoluto na plateia e atenção total ao relato de João Sem Medo.

João Sem Medo: – Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um “olé” daquele tamanho. Toda vez que o Mané parava na frente do Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava o Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ôôôôôô-lê”!

A plateia vibra como se assistisse ao que João narra.

João Sem Medo: – Uma festa completa.

Ceguinho Torcedor: – Garrincha tinha sempre nos pés uma bola encantada! Ou melhor, uma bola amestrada.

Todos concordam.

João Sem Medo: – Tem mais, meus amigos! Num dos momentos em que o Vairo estava parado em frente ao Garrincha, um dos clarins dos “mariachis” atacou aquele trecho da “Carmen” que é tocada na abertura das touradas. Como é mesmo, maestro?

O grupo no palco executa, então, o trecho inicial da abertura da ópera “Carmen”, de Bizet, citado por João.

Todos se divertem muito e até dançam.

Fim do Capítulo 23

OS CONFLITOS DE DINIZ

por Idel Halfen

A escolha de Fernando Diniz, técnico do Fluminense, para ser o treinador da seleção brasileira de futebol tem provocado bastantes discussões, as quais giram não só sobre a capacidade do bicampeão carioca, como também de um possível conflito de interesses.

Particularmente, acho o profissional muito bom e cada dia mais preparado para o cargo, porém, como a proposta do blog é provocar o debate sobre marketing e gestão, vamos explorar o citado conflito.

Alguns alegam que o técnico tricolor pode vir a convocar um jogador do time adversário com o intuito de desfalcá-lo e assim favorecer o seu clube em alguma rodada do campeonato. Óbvio que a situação é factível, porém, tendo a acreditar que muito improvável no caso do Fernando Diniz, visto já ter demonstrado inúmeras vezes uma conduta exemplar em termos de honestidade.
Vale lembrar que no voleibol, o técnico Zé Roberto dirigiu tanto a seleção como clube e nenhum tipo de suspeição foi levantada.

Claro que nem todos os técnicos são iguais em termos de caráter e, no caso de um treinador sem tanto apego aos princípios, a situação narrada, pode, de fato, implicar em problemas.

Ainda que a escolha de profissionais deva contemplar a avaliação dos soft skills (habilidades psicossociais de um indivíduo), é costumeiro, principalmente no futebol, focar apenas nos hard skills (habilidades profissionais mais tangíveis), o que dá margem para a contratação de pessoas que possam tirar proveito das situações conflituosas.

Na verdade, as possibilidades de conflitos no caso de técnicos de seleção são ainda maiores. É viável, por exemplo, um treinador convocar jogadores com o objetivo de valorizá-los e ser remunerado por isso.
Saindo do esporte, o que pensar de um médico que é remunerado pela indústria farmacêutica? Será que esse fato influenciará na prescrição dos medicamentos? E os juízes que são convidados como palestrantes em congressos financiados por empresas? Podemos incluir aqui os profissionais que, ao serem contratados através do auxílio de Head Hunters, mantém esses prestadores de serviços depois de contratado.

Então quer dizer que o médico não pode receitar os mencionados medicamentos em função de sua relação com a indústria? O juiz não pode disseminar seu saber e sua experiência? O Head Hunter deve ser trocado após efetuar uma contratação? Evidente que não!

Todas as possibilidades descritas podem ocorrer, todavia, devem ser regidas por normas de governança e compliance, que deem tranquilidade ao contratante e ao contratado.

A preconizada atenção ao compliance se faz cada vez mais urgente nos dias atuais, quando interações e engajamentos são incentivados e vitais para o sucesso, o que implica no aumento das situações de conflito. 

Apostar numa reversão dessa situação parece utópico, principalmente em um cenário onde o número de pessoas que optam por obter vantagens abdicando-se dos princípios e valores também parece crescer, principalmente em algumas regiões.

Dessa forma, mais importante do que apontar conflitos e nada fazer, é prevê-los e minimizar os riscos.

FLAMENGO É CAMPEÃO EM PALMA DE MALLORCA, COM OITO EM CAMPO

por Péris Ribeiro

Está fazendo 45 anos! E essa façanha jamais poderá ser esquecida por qualquer rubro-negro que se preze. Afinal, foi uma vitória heroica, conquistada sobre o poderoso Real Madrid, campeoníssimo espanhol. Um Real que contava, à época, com craques como o meio-campista Stielike – que seria, pouco depois, campeão europeu com a Alemanha Ocidental – e o argentino Wolff, além de vários jogadores da Seleção Espanhola.

Uma vitória tão dramática, que o Flamengo terminou a partida com apenas oito jogadores em campo – além de ter o técnico Cláudio Coutinho e o banco de reservas também excluídos. Tudo isso, ainda na metade do segundo tempo. Tudo isso, por obra e graça do cínico e desonesto juiz Jesús Ausocúa Sanz, também espanhol.
Realizada em um superlotado Estádio Luis Sitjar, aquela era a partida decisiva, que valia o título do Torneio Cidade Palma de Mallorca de 1978. E, apesar da confusão causada pela atuação lamentável de um juiz sem escrúpulos, viu-se um público entusiasmado, que prestigiou toda a cerimônia de premiação. E que, no fim, aplaudiu de pé o capitão Paulo César Carpegiani, quando este recebeu o bonito troféu que coube ao Flamengo, como campeão em Mallorca.

SHOW RUBRO-NEGRO

Começando o jogo em alta velocidade, e com um toque de bola que envolvia inteiramente a defesa do Real, o Flamengo fez 1 a 0 logo aos 9 minutos. Cláudio Adão tabelou com Adilio, driblou na corrida a dois zagueiros e colocou no canto direito, fora do alcance do goleiro Miguel Angel.

Com Paulo César Carpegiani exibindo todo o seu talento e mandando no meio-de- campo, e com a defesa bem postada anulando o ataque madrilenho, não foi difícil chegar aos 2 a 0. Ainda mais que as triangulações entre Adílio, Carpegiani e Cláudio Adão desarvoravam a zaga do Real.

Assim, Cléber recebeu, livre, um passe sob medida de Carpegiani e fuzilou Miguel Angel sem apelação, fazendo Flamengo 2 a 0, aos 37 minutos do primeiro tempo. O suficiente para tranquilizar momentaneamente o time brasileiro. Ainda mais que, a partir dali, o lamentável juiz Ausocúa Sanz começaria os seus desmandos em série.
Aliás, no finalzinho do primeiro tempo, ele já marcava dois impedimentos inexistentes do ataque rubro-negro, que poderiam, até, ter redundado em gol. E, não satisfeito, ainda advertiu severamente ao zagueiro Manguito, ameaçando – o de expulsão. Apenas uma amostra dos disparates que cometeria no segundo tempo, travando o ataque flamenguista com impedimentos que só ele via. Sem falar no pênalti descabido que marcou , aos 13 minutos, e que Aguilar converteu para o Real, diminuindo o placar para 2 a 1.
Jogo Sujo

Contestado a partir de então pelos jogadores do Flamengo, Ausocúa Sanz expulsou seguidamente a Toninho, Cléber e Eli Carlos. E, apenas alguns minutos depois, ao técnico Cláudio Coutinho e todo o banco de reservas, que protestavam contra a sua arbitragem absurda. Uma atitude tão inacreditável, que levou o time brasileiro a ficar com apenas oito homens em campo, ainda na metade do segundo tempo.

Com alguns jogadores do Real, sugerindo que o Flamengo abandonasse a partida, ou até mesmo caísse em campo, em sinal de protesto, eis que o que aconteceu, no entanto, foi um ato de puro heroísmo. Uma cena certamente inusitada, em termos de futebol nos dias atuais. É que os oito sobreviventes rubro-negros, firmaram um pacto de resistir até o fim. E contra a pressão madrilenha, respondiam com grandes defesas do goleiro Raul, com o seu irresistível toque de bola, comandado por Carpegiani, Júnior e Cláudio Adão e a incrível habilidade de Adílio, que com seus dribles desconcertantes punha na roda a desorientada defesa do Real.

Já chegando aos 52 minutos, e com a torcida aplaudindo freneticamente o time brasileiro, finalmente o venal Ausocúa Sanz apitou o final da partida, provocando um enorme delírio flamenguista. Emocionado, o goleiro Raul dizia que “a máfia branca finalmente acabou sendo derrotada”. E o capitão Paulo César Carpegiani, talvez o maior personagem em campo, apenas lamentava a atuação inacreditável do juiz, mas afirmava em seguida que o Flamengo, mesmo sem Zico, contundido, mostrou a sua força. “Fomos campeões contra tudo e contra todos. Portanto, vai ser difícil nos pararem este ano”, garantia, antes de receber o reluzente troféu Cidade Palma de Mallorca pelo título.

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O Flamengo foi campeão com Raul, Toninho, Manguito, Nélson e Júnior, Paulo César Carpegiani, Adílio e Cléber; Tita ( Ramirez), Eli Carlos e Cláudio Adão. Já os gols foram marcados por Cláudio Adão e Cléber para o Flamengo, ainda no primeiro tempo, descontando Aguilar, na etapa final, para o Real.
O jogo Flamengo 2 x Real Madrid 1, valeu pela decisão do Torneio Cidade Palma de Mallorca. Tendo sido realizado no superlotado Estádio Luis Sitjar, com capacidade para 23 mil espectadores, no dia 19 de agosto de 1978.

FUI!

por Zé Roberto Padilha

Estou indo jogar na Arábia Saudita. De rico me tornar milionário. E agradeço ao talento que Deus me concedeu ao nascer no Brasil. Em nenhum outro país teria alcançado os recursos que adquiri para jogar futebol.

A receita é simples, mas dolorosa no começo. Porque primeiro você tem que ser pobre. Não ganhar um Playstation de Natal, mas apenas uma bola de futebol. Ficar com ela nos pés o dia inteiro porque a escola pública só tem um turno. O que aprendemos não atrapalha a pelada e dá para conceder entrevista. Foi assim comigo, com Pelé, Ronaldinho…

Depois você, sendo de família humilde, seus pais não podem pagar mensalidades em uma escolinha de futebol cujo treinador pede para calçar chuteiras no nascedouro. Daí você vai procurar um campo de terra batida na periferia. Jogar descalço e não perder o tato. Ou Jordan, Duran, Irving, LeBron James começaram jogando basquete de luvas?

Ao ser enganado pelas irregularidades, criamos recursos de domínio para os buracos e montinhos traiçoeiros que nem em Harvard pensaram criar. Acham que basta trazer um produto pronto, como o Messi, para dar cria. Foi assim com Ivair, o Príncipe, Vinicius Jr., o Rivaldo…

Já disputei algumas Copas, fui campeão olímpico, ganhei a Champions League e está na hora de curtir de vez a vida. Ser menos cobrado, menos marcado pois quem me contratou, o Príncipe, quer espetáculo, circo, encher suas arenas para distrair seu povo.

Desde Roma, Emílio Garratazú Médice, Augusto Pinochet tem sido assim. Desse jeito, a riqueza debaixo da terra paga, os talentos que crescem sobre ela, recebem em petrodólares. À sua volta, permanecem distraídos os pobres coitados.

E eu e o Cristiano, que viemos buscá-los, sabemos que nunca mais seremos competitivos. Dentro de campo, claro, porque fora dele vamos brigar pelas dez primeiras colocações na Revista Forbes.

Mas para o jogo das estrelas, Zico pode contar comigo.

Abraços meu povo

O GIGANTE PAULO AMARAL

por Elso Venâncio, o repórter Elso

Paulo Amaral foi o precursor da preparação física no futebol brasileiro. Esteve junto à comissão técnica nacional durante as conquistas das Copas de 1958 e 1962, além do Botafogo, clube pelo qual teve forte identificação. Lutador de boxe, nadava e também levantava pesos. Era um gigante, com quase dois metros de altura e cem quilos de músculos.

O ‘Sargento de Ferro’ trabalhou na temida Polícia Especial do Presidente da República Getúlio Vargas. Paulo Amaral e Mário Vianna, ‘com 2 enes’, aquele que tão bem representou a arbitragem brasileira nos Mundiais de 1950 e 1954, patrulhavam o Rio de Janeiro, então Capital Federal do país, com suas possantes Harley-Davidson, sempre em dupla. Cabeças raspadas à navalha, fato raro na época, usavam boinas vermelhas. Eram famosos, mas também temidos, principalmente quando rondavam pela Lapa.

Paulo Amaral tinha 36 anos quando a Seleção Brasileira, já tendo conquistado a Copa na Suécia, enfrentou o Uruguai, no Estádio Monumental de Nuñez, pelo Sul-Americano de 1959. Nesse jogo estourou um dos maiores conflitos da história do futebol. Brigaram jogadores, reservas e comissões técnicas. Almir Pernambuquinho, que substituía Vavá, chocou-se com o goleiro adversário e foi agredido pelo zagueiro Martinez. Nisso, revidou no ato. Pelé tomou as dores e o zagueiro Orlando Peçanha entrou na confusão. Didi apareceu, acredite, dando voadoras. A polícia, preocupada em impedir a invasão dos torcedores argentinos, deu as costas para a batalha campal. Surgiu, então, o imponente Paulo Amaral, derrubando um a um que lhe aparecesse à frente com socos. Até os brasileiros se assustaram. Paulo Amaral, Didi e Paulo Valentim, foram os que mais bateram e apanharam. No reinício do jogo, o Brasil venceu por 3 a 1: três gols de Paulo Valentim.

“Vencemos na bola e na porrada!” – declarou Didi.

Antes de levar os estudos a sério e se formar, Paulo Amaral jogou futebol. Foi lateral-direito no Flamengo, passando depois para o meio de campo. O técnico Flávio Costa observava sua paixão pelos esportes e o aconselhou estudar na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. Amigo de João Saldanha, Amaral gostava de comentar:

“Como é que João fala inglês, francês, alemão e até russo?”

Paulo Amaral passou a ter destaque como treinador quando dirigiu o Botafogo em quatro períodos diferentes. Depois, Corinthians, Fluminense, Vasco, Atlético Mineiro, Al-Hilal, Bahia e a Seleção do Paraguai, além do Juventus e do Genoa, dentre outros times nacionais e internacionais, conquistando títulos importantes.

Na geral do Maracanã, atrás do banco do Botafogo, um torcedor gritava insistentemente:

“Careca viado! Careca frouxo!”

Os jogadores reservas se entreolham, mas seguraram o riso. O técnico saiu de fininho, desceu o túnel, chegou ao antigo saguão e invadiu sorrateiramente a geral. De frente para o inconsequente sujeito que o esculachava, cruzou os braços e começou uma verdadeira sessão de boxe, abrindo um clarão no meio da galera.

No casarão histórico de General Severiano, eu acompanhava o velório do ídolo Didi. Antes de seu corpo deixar a sede, Paulo Amaral pediu atenção a todos. Pôs uma flor no peito do mestre da “Folha Seca”, beijou Rebeca e Lia, filhas do ex-jogador e rezou em voz alta:

“Pai nosso que está no céu…”

Em seguida, desceu as escadas e, nos jardins do casarão, seus soluços eram ouvidos à distância.

O carioca Paulo Lima Amaral faleceu em 5 de maio de 2008, aos 84 anos, na sua casa em Copacabana, bairro onde morou durante toda a vida.