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SAUDADES DE UM FANÁTICO TORCEDOR

por Zé Roberto Padilha

Se por um lado o futebol me proporcionou uma desafiadora e encantadora profissão, por outro, ao viver a realidade de ser dirigido por cartolas, despreparados e amadores, oriundos do quadro social, não da Fundação Getúlio Vargas, vi escorregar aos poucos, pelos dedos que conduziam minha bandeira, a emoção passional, única e irrefletida de ser um fanático torcedor.

Ao deixar as arquibancadas e ocupar os vestiários, são as gestões que o dirigem, não mais os jogadores, que irão conduzir os rumos de sua idolatria.

Para cada Escurinho, Gilson Nunes, Lula que me encantavam em campo, surgiram nos gabinetes presidentes Arnaldos Santiagos que me desencantaram. Francisco Hortas que me trocaram quando mais reunia méritos e alcançava a titularidade para defendê-lo.

Acreditem, nada é mais sem graça depois de discutir, em bares e botequins, que se tornar um torcedor racional. Deixar de ficar nervoso com um corner contra sua meta e não saber de cabeça um só grito uníssono de guerra.

Deixar de pedir pênalti com a bola que você mesmo viu que bateu no peito do zagueiro adversário. E contestar depois as próprias imagens do VAR.

Pedir a saída do treinador, que perdeu o cargo porque seu atacante perdeu o gol. Pior, ir ao aeroporto receber nos braços o mesmo Cuca que na competição passada deixou o clube debaixo de seus protestos e vaias.

Nada é mais cruel que assistir o jogo ao lado de quem preservou valores que você deixou escapar. E preservou sua paixão. Mesmo sendo sua paixão. “Foi na bola. O Felipe Melo entrou na bola!”, ela protestou. E mesmo com o adversário saindo de maca, você precisa concordar.

Caso não queira dormir na sala. Ou na maca.

CINQUENTA ANOS ESTA NOITE

por Paulo-Roberto Andel

Parece outro dia, faz muito tempo e celebra uma data histórica: em 22 de agosto de 1973, há exatos 50 anos, Fluminense e Flamengo decidiam o Campeonato Carioca daquele ano.

Deu Fluminense com folga: debaixo de uma tempestade, mas jogando pelo empate, o Tricolor abriu 2 a 0, mas o Flamengo conseguiu empatar, para então o Flu liquidar a fatura com mais dois gols.

Há quem diga que boa parte da chuvarada que alagou o Maracanã se deveu a Manfrini, que literalmente fez chover: acabou com o jogo no talento e na raça. E como todo campeão começa com um grande goleiro, Félix defendeu tudo e mostrou mais uma vez porque foi campeão do mundo.

No primeiro tempo só deu Fluminense, mas a vantagem terminou em apenas dois gols. Num Fla x Flu, é pouco para garantir qualquer coisa. No segundo tempo, mexendo no time, o Fla conseguiu reagir e igualar o marcador, mas não havia a força para a virada e aí o Tricolor prevaleceu.

Alguns jogadores daquela noite acabaram vestindo a camisa adversária a seguir. No Flamengo, Renato, Rodrigues Neto e Paulo Cezar Lima viriam a integrar a Máquina Tricolor. No Fluminense, o lateral Toninho Baiano, autor do segundo gol tricolor, faria história na Gávea. E o artilheiro Dionísio, que fechou a goleada, tinha uma longa trajetória no time rubro-negro.

Fora do segundo turno e da decisão por contusão, Gerson finalmente conseguiu ser campeão pelo seu clube de coração. À beira do campo, pela primeira vez Zagallo perdia uma decisão.

Vindo de uma época espetacular no fim dos anos 1960, o Fluminense manteve a trajetória iniciada em 1969, também num título carioca sobre o grande rival da Gávea. Campeão brasileiro em 1970 e Carioca em 1971 – desta vez sobre o Botafogo -, o Flu 1973 é motivo de orgulho para todos os tricolores. Os garotos daquele tempo hoje são cinquentões e sessentões que carregam consigo as memórias de um Maracanã popular, divino e inesquecível. Não há entre eles quem deixe de falar “Naquela noite o Manfrini arrebentou, rapaz”. E para quem achava que a sequência tricolor esmoreceria, depois de um tímido 1974 viria simplesmente a equipe mais emblemática da história do clube, sob a batuta do Maestro Francisco Horta.

A chuva não importa: cinquenta anos depois, o Fla x Flu da final de 1973 ainda pega fogo. É uma brasa, mora?

MBAPPÉ DRIBLA O PSG

por Elso Venâncio, o repórter Elso

Inteligente, enigmático e com ego inflado, o astro Kylian Mbappé vem driblando com habilidade os dirigentes do PSG. Após se destacar no Monaco, onde foi titular aos 16 anos, o francês chegou à capital Paris ao lado de Neymar, para disputar a temporada 2017/18. O Barcelona recebeu 222 milhões de euros pelo passe do brasileiro, enquanto Mbappé foi emprestado – e depois comprado – por 180 milhões de euros.

Após se destacar com a França no bicampeonato mundial conquistado na Rússia, em 2018, quando foi eleito a revelação da Copa, Mbappé sonhou mais alto. Até então coadjuvante, chegou o momento de voar. Disputaria com Neymar o espaço de ídolo máximo de um clube. No entanto, o elegante Leonardo, há três anos diretor com plenos poderes no PSG, confidenciou a amigos:

“Mbappé me derrubou.”

O francês cresceu ainda mais durante a disputa da Copa de 2022. Marcou três gols na final do Mundial, contra a Argentina, tornando-se artilheiro da competição, com oito gols em sete jogos. O Parc des Princes ficou pequeno para a dupla de craques. Pequeno também para ele e Messi, o que tornou mais distante o sonho do inédito título da Champions League.

Corajoso, Mbappé enfrentou a própria diretoria. Ao receber da revista ‘France Football’ o título de melhor jogador da Liga Francesa, disparou, ao ser perguntado sobre a possibilidade de conquistar a Bola de Ouro:

“O PSG e o futebol francês não ajudam!”

Os torcedores o escutaram e acolheram as pretensões do atacante. Neymar e Messi passaram a ser hostilizados dentro e fora de campo e o presidente Nasser Al-Khelaïfi cedeu às pressões para antecipar a renovação do seu contrato, que termina na próxima temporada.

Os ânimos pareciam calmos, principalmente após as saídas de Neymar e Messi. Mbappé reinaria absoluto. Seu pedido para contratar o amigo Dembéle foi concretizado junto ao Barcelona. Além disso, ganhou a faixa de capitão, a camisa 10 e, enfim, poderia jogar como gosta, pelo lado esquerdo do campo, espaço normalmente ocupado pelo ‘concorrente’ brasileiro.

De repente, o jornal ‘L’Équipe’ noticiou o desentendimento do jogador com o presidente:

“Acabo com sua carreira” – reagiu o magnata do Qatar.

“Te jogo contra a torcida” – retrucou o atacante.

Mbappé tinha até o fim de julho para exercer a cláusula de renovação. Chegou a posar com a camisa de número 2025. No entanto, o PSG, agora, entende que o jogador pode negociar com quem bem entender. O conflito afastou o ídolo da pré-temporada que o time realiza no Japão.

Chelsea, Manchester United, Tottenham e Inter de Milão já demonstraram interesse. Sem saída, os dirigentes procuraram também o Al-Hilal, de Riad. Ao que tudo indica, o Real Madrid já acertou com o maior nome do futebol francês e o terá em seu elenco no ano que vem, para desespero do PSG, que nada receberá pela transferência.

SOBRE O CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA E A GRANDEZA DA SUA HISTÓRIA

por Sergio Rodrigues

Prezados vascaínos, amamos o nosso Clube do coração e temos muito orgulho da sua história, uma das maiores e mais bonitas entre todos os Clubes esportivos do Planeta Terra.

Nossa história tem que ser muito valorizada e divulgada. Todos nós temos o dever como torcedores e sócios do Clube, de transmiti-la de geração a geração de vascaínos: de pai para filho, de avô para neto, de irmão para irmão, de amigo para amigo e até mesmo aos que nem são vascaínos, para que todos possam conhecer um pouco mais a respeito da trajetória vitoriosa do Club de Regatas Vasco da Gama e o que representa toda a grandeza do Vasco nos gramados do Futebol, nas quadras de Futsal e Basquetebol, no Remo, nas pistas de Atletismo, nas areias do Beach Soccer, nos esportes olímpicos e nos demais setores da vida social e cultural do nosso país, pois o nosso Clube é muito grande, maior até mesmo do que todos nós possamos imaginar.

O Club de Regatas Vasco da Gama é de todos aqueles que amam e admiram as suas cores, as suas lutas, a sua tradição e todo o seu pioneirismo no esporte brasileiro, sul americano e mundial, e na verdade, o nosso Clube é de todos aqueles que amam e divulgam a sua rica e linda história, iluminada, cheia de glórias, abençoada pelo Divino Criador e pelo sinal de vitória da Cruz de Cristo, símbolo da nossa fé que está representada em nossa bandeira e nos uniformes de todas as nossas equipes nas mais diversas modalidades esportivas que o Clube tem praticado desde a sua fundação no dia 21 de agosto de 1898.

Força, fé e garra Club de Regatas Vasco da Gama!
Rumo a novas e grandiosas conquistas esportivas, sociais e culturais!
Parabéns pelo seu 125° aniversário de fundação!

Club de Regatas Vasco da Gama – Honra, Tradição e Glória do Desporto Brasileiro, Sul Americano e Mundial.

MISSÃO DADA, MISSÃO CUMPRIDA

por Eliezer Cunha

A Hierarquia nas instituições deve ser definida, imposta e respeitada por todos os seus membros. Regra sistêmica esta necessária para a ordem e progresso das instituições, não importando âmbito ou segmento, independente de sua expressão, magnitude ou potencial.
O cumprimento das atividades profissionais passa por obedecer a um organograma implementado, oficializado e estendido a toda organização.

Em sistemas de gestão amadores essa condição hierárquica se dá quase que de forma intuitiva, não necessitando de um padrão clássico ou de uma definição básica de hierarquia, ou seja, cada um sabe o que faz e como faz.

Em se tratando de instituições de esportes e em particular o futebol, refletindo sobre os últimos acontecimentos entre dois profissionais integrantes do time do Flamengo, acredito eu que as regras que conduzem a hierarquia dentro dos clubes não estão bem estabelecidas, ou seja, se existem não são devidamente claras, como também, as punições para a omissão ou desrespeito para com tais regras não possuem o rigor punitivo adequado.

Até onde vai a autonomia do técnico da equipe e sua comissão técnica? Os jogadores estão posicionados em que parte deste organograma? Qual é a importância do setor de RH como o elo entre comandados e comandantes? São perguntas que não devem carecer de respostas prontamente. Qualquer desavença que ocorra entre jogadores e a equipe técnica atinge o ambiente do grupo e poderá acarretar em resultados negativos dentro das quatro linhas.

Agora, cabe por conta da direção do clube uma análise profissional a respeito dos fatos e que ações sistêmicas dentro do seu modelo de gestão, sejam providenciadas a fim de se impedir a recorrência dos desagradáveis fatos.