O PÁRIA DE CHUTEIRAS
por Ricardo Dias
O futebol de antigamente era mais simples. Não havia táticas mirabolantes, e as instruções eram mais claras. O técnico dizia:
-Você joga de 8!
E pronto, você sabia que sua função era ficar pelo meio, indo e vindo, ajudando o 5, que estava mais atrás, e passando para o 10, mais à frente, podendo arriscar seus chutinhos. Jogar de 7 significava correr pela ponta direita, e de 11 pela esquerda, porém recuando de vez em quando. Mas tinha sempre o engraçadinho:
– Professor, quem vai jogar de 4?
– Tua mãe.
Os técnicos, mesmo os da escolinha, não eram muito ligados ao politicamente correto. Mas era mais simples. Eles passavam suas instruções com delicadeza e clareza:
– Seu merda, o que é que você está fazendo?
O merda em questão não precisava explicar nada, a pergunta era retórica. Mas vinha a explicação:
– Não disse pra você pra você não sair da cola do cara que corresse pra você pra você não deixar o corredor? Agora essa porra ficou aberta!
O jeito era fazer cara de quem entendeu e rezar para que o que quer que tivesse acontecido não acontecesse mais. E tinha o ambiente festivo do vestiário. Todo mundo cansado, aquele cheiro de queijaria num metrô de Paris, água sempre gelada – e pouca – no chuveiro (a do bebedouro era sempre quente. Não dava para trocar?), e no meu caso, que treinava escondido da família, o cuidado de não molhar a cabeça. O que sempre gerava estranheza do pessoal, que me achava apenas meio porco.
Num desses treinos, o nosso (infantis do Fluminense) seria depois do dos profissionais, Rivelino dando entrevista na beira do campo – de vez em quando ele ensinava a gente a dar aquele drible doido – e a bola foi na direção dele. A garotada gritou: manda a bola, Riva! Manda a bola! Ele virou-se, e sem nenhum esforço ou movimentação específica, chutou a bola na nossa direção. Um chute seco, reto, que aparei na coxa. Naquele tempo a bola, de couro, tinha os gomos mais pronunciados, a costura era mais visível. Esses lindos e pronunciados gomos ficaram dias gravados na minha coxa, tamanha a porrada que foi o chute. Uma dor queimante que não quis passar recibo, aguentei calado. Anos depois, ele num programa de televisão, mandei um mail para lá contando essa história. Comentário dele, depois de rir: não soube matar a bola…
Teve mais no capítulo “manda a bola!”: Jogava pelada na rua, na Tijuca. Em frente ao nosso “estádio”, a rua Piracicaba, morava o Dr. Allah Baptista, ex-presidente do Vasco. O homem, por algum motivo, não gostava de nossos gritos, palavrões e boladas, e frequentemente chamava a polícia para acabar com a festa. Era uma situação de permanente tensão, uma faixa de Gaza tijucana. Tivemos um bom período de paz, até que o Tita, que foi jogador do Fla e do Vasco – ele morava ali perto – passou justamente quando a bola escapava de nossos domínios. Foi a glória: Chuta, Tita! Manda a bola! Ele chutou. Um cacete violentíssimo, a bola fez uma curva e, sem quebrar o vidro, parou DENTRO do apartamento do Dr. Allah. Tita saiu correndo para o outro lado e nunca mais vimos aquela bola, uma Dente de Leite novinha…
Jogar bola na rua, naquele tempo, era uma coisa angustiante. A gente tinha que parar por causa de carros, por causa de gente passando (à medida que o jogo esquentava a faixa etária que merecia uma parada ia aumentando. Lá pelas tantas a gente não parava nem para mulher grávida de muletas). Na hora do gol que poderia ser decisivo, a partida empatada em 49 a 49, a mãe chamando já com o chinelo na mão, você cara a cara com o gol, entra um carro na rua. Os gritos de “parou, parou!” tinham que ser dados ANTES do chute sair; se depois, o gol teria que ser validado. Nesses casos, o negócio era entrar com carro e tudo. Frequentemente havia discussões sobre se a bola entrara antes ou depois do grito. Quando a partida era entre ruas – momentos raros, no máximo mensais, quando ninguém estava de castigo, doente ou visitando a avó – a coisa ficava feia, especialmente quando a turma da outra rua, gente notadamente inferior, reclamava que nossa bola havia entrado depois do grito, ou que a deles tinha entrado antes do grito. Como não se podia confiar naquela gentalha, só havia uma forma de resolver o problema: o pau comer até que saísse sangue, uma mãe invadisse o estádio ou a polícia chegasse, o que pintasse primeiro. Uma vez apartados, ameaças cruzavam os ares, ofensas – quando não era o caso da mãe ter invadido –, promessas de retaliação, um clima pesado que fazia com que, nas 24 horas seguintes, ninguém de uma rua passasse na outra.
Mas havia os grandes momentos: as peladas em campos ou quadras. A papa fina completa, um gramado com grama (não é redundância. Quem jogou futebol sabe que existem gramados sem grama), como no quartel de Campinho, hoje demolido. Ali, um dia, com 14 anos, fui preso. Tinha cortado o cabelo rente, e sempre fui grande; um sargento me chamou, eu ignorei, vieram uns cinco me prender. Acharam que eu era soldado. Estávamos jogando com o filho do comandante do quartel que, solidário, só demorou uma meia hora para desfazer o equívoco. Também jogávamos numas quadras atrás do estádio do Vasco, São Januário. Todo domingo de manhã era a mesma coisa: chegávamos às 8 mas só podíamos começar a jogar às 9, o time concentrava ali perto e o barulho só era liberado àquela hora. Você pode se perguntar: então por que diabos não chegavam às 9? Para o caso de sermos barrados na entrada, dar tempo de achar uma forma de pular o muro ou convencer o porteiro. Por algum motivo isso nunca aconteceu, mas, prevenidos, continuávamos chegando cedo. Começávamos a jogar antes da hora, vinha um funcionário mandando parar, a gente fingia que parava, ele voltava, a gente fingia de novo, um balé chatíssimo que durava uma hora inteirinha. Mas havia momentos gloriosos, como quando alguém famoso passava. Uma vez foi o massagista, o grande Pai Santana. Um engraçadinho se jogou no chão se contorcendo em dores simuladas e pedindo ajuda:
– Pai Santana! Pai Santana! Me machuquei!
Este, com um olhar de solidariedade e compaixão, não diminuiu o passo nem se virou para nós. Falou apenas, com um tom grave, de baixo profundo:
– Fôôôda-se!
O futebol nunca foi muito elegante, mesmo. Por isso, creio, acabei desistindo dele.
O CORAÇÃO DE JOJÓ E O TÍTULO DO CAFEZAL
por Marcelo Mendez
(Reprodução Autônomos)
Eram jogados no estádio do Baetão, alguns minutos de jogo.
Por um punhado de sonhos e mais algumas ambições poucas que se almeja a miúde, os times do Cafezal e do Esporte Clube Cordeiro lutavam por um título na final do campeonato da primeira divisão da cidade de São Bernardo. Primeira, que na verdade é segunda…
As equipes estavam então entrando para elite do futebol de várzea local, a série especial. No estádio tinha de tudo; instrumentos de samba, cânticos de exaltação, versos em fúria e muita animação.
Era uma final de campeonato de várzea.
No entanto enquanto os times corriam pelo campo, uma movimentação chamou atenção do lado dos bancos. Um homem ali por volta de seus 50 anos deitou no chão e precisou de um atendimento.
Imediatamente a portentosa e solerte equipe do “Remoção Emergência Você Amparado” correu para atender o homem. Cuidados tomados, pressão aferida, batimentos no lugar, tudo certo. Foi só um susto e o diagnóstico:
Emoção demais.
– Calma Jojó, o jogo ta só começando – gritou um ao lado.
Jojó…
Caro leitor que me acompanha aqui nessas linhas de futebol de várzea, será que é capaz de entender o que se passa com uma final de segunda divisão do futebol de várzea?
Imaginem; o coração de Jojó não bate por nenhum super atleta, não está a pulso por nada de ouro, prata ou bronze, nada disso absolutamente. Jojó está ali a se esbaldar de emoção pelo seu time o qual é técnico, o Cafezal, em uma final de futebol de várzea.
Por entre os caminhos os quais se chega a uma partida de futebol de várzea, muito mais do que as trilhas que nos levam aos terrões onde são disputados os jogos, está o coração dos homens da várzea.
São pessoas simples, abnegadas, que não têm maiores esmeros de planejamentos, que não fazem curso de gestão esportiva, que não manjam nada de marketing, nem usam mídia training, nem nada do tipo. A guiá-los em sua sina futeboleira varzeana eles só têm o coração.
É de paixão e poesia que vive um homem da várzea. A ele nada demais está reservado a não ser o amor pelo que faz, nada mais lhe resta senão a pureza do que sente, do que o motiva, do que o conduz, do que de mais santo corre por suas veias.
Domingo no Baeta, Jojó provou isso.
Sarou, bebeu água, gritou, vociferou táticas mirabolantes, improváveis e viu o seu time, o Cafezal, segurar um empate em 1×1 para sagrar-se campeão da Primeira Divisão (Que na verdade é segunda…) da cidade de São Bernardo.
E depois do jogo, o único som que se ouviu na cidade, foi o da batida do coração de Jojó.
Parabéns, Jojó!
O DIA DA CAÇA
por Iran Damasceno
O efeito estria de cada dia… Quando Pedro fala de Paulo, sabemos mais de Pedro do que de Paulo. Sim, diante dos estudos psicanalíticos a tese está certa, em vários casos, entretanto e seguindo a linha de raciocínio, a melhor coisa que o Muralha (goleiro do Fla) pode fazer, por ele e sua família, é ir embora do clube.
Pensemos… Suas falhas são de ser humano, até porque ser goleiro não é tarefa nada fácil, tanto que “matamos” o Barbosa (Vasco e Seleção) sem dó e nem piedade, assim, vale ressaltar que todos os que te apedrejam cometem erros em suas profissões, mas, NINGUÉM gosta de ser criticado. Muito menos agredido. Mas, por que o fazem? Talvez seja para matarem aos seus chefes, em você.
Pergunte a um vendedor, por exemplo, se algumas das suas vendas diárias não foram perdidas por falta de habilidade. Será que ele saberá reconhecer isso? Será que aceitará, de forma branda e pacífica, a crítica do seu chefe? E se o agredirem verbalmente, será que ele saberá acatar?
Alguns filósofos do futebol, diante das suas crônicas geniais, percebem certo “efeito estria” na cabeça dos torcedores, aquele efeito que faz encolher e alongar, constantemente, num emaranhado de emoções quanto às conquistas que ora vêm, ora não vêm, portanto e como a natureza é sabia vamos vendo, assim como na pele, certa deformidade por estarmos indo e vindo, diante das tentativas egocêntricas e inconscientes quanto a querermos sempre os resultados particulares.
Infelizmente criamos a cultura reativa a um evento subjetivo que é o futebol, pois nada está decidido antes de acabar o jogo, haja vista que as emoções são sempre bem vindas em qualquer campo da vida, todavia querermos controlar a natureza, já é demais. A pele se deforma por vários motivos e o principal é o envelhecimento, tanto que acabamos envelhecendo em ações e cristalizações mentais e comportamentais quando não entendemos que a subjetividade do futebol não é diferente a de qualquer arte, então fica o nosso critério envelhecermos com qualidade ou como almas carcomidas que sempre estão dispostas a se suicidarem por estarmos atrelados ao que pode ser mudado serenamente, mas, em se tratando de futebol, a coisa só é boa à base de muita controvérsia.
Então Muralha, tire os “revólveres das mãos” daqueles que amam matar, porém que têm pavor de morrer, passe algum tipo de “Goicoechea” em sua pele e vá para outra esfera, antes que aqueles “caçadores” que possuem estrias, mas que sempre acham feias as pernas dos outros com as mesmas deformidades te transformem em um novo Barbosa, que morreu velho, condenado e cheio de estrias, e fique livre dos “dermatologistas’ de plantão”.
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
por Mateus Ribeiro
O ano está chegando ao fim, e junto de 2017, acabarão as principais competições futebolísticas do Brasil e da América do Sul. É bem verdade que o Campeonato Brasileiro praticamente acabou com o sétimo título do Corinthians. Restam a Libertadores e a Sul-Americana, que contam com clubes brasileiros na disputa.
O Grêmio conquistou a vantagem do empate, e está perto do tricampeonato da Libertadores. Já o Flamengo precisa segurar a vantagem que conseguiu na primeira partida, ao vencer o Junior Barranquilla por 2 a 1, e dessa maneira, ir para a final da Copa Sul-Americana. E é sobre o Flamengo que irei falar um pouco.
O rubro negro carioca foi um dos times que mais gastou dinheiro tentando se reforçar. Trouxe, a peso de ouro, nomes badalados, como Diego e Everton Ribeiro, para que o não menos midiático Guerrero tivesse melhor companhia para brilhar. Bom, e parece que o plano não deu muito certo. A não ser que a torcida considere satisfatório torrar zilhões de reais para ganhar Campeonato Estadual, e eu imagino que esse não seja o caso.
Fato é que apesar de todo o investimento, o Flamengo decepcionou sua torcida, e parte da crônica esportiva também. E o que acontece quando algo dá errado? Procura-se um culpado. E sim, foi isso que torcida e imprensa fizeram durante o ano todo.
Começou com Márcio Araújo. Márcio Araújo não tem culpa de ser ruim de bola. Nenhuma mesmo. Errado está quem o contrata sabendo que o resultado dificilmente será algo satisfatório. Ninguém quis saber, e a torcida fez o possível e o impossível para que o contestado Zé Ricardo retirasse o volante do time. Conseguiram, e o contestável, porém blindado, Arão virou titular absoluto, mesmo cometendo erros absurdos.
Depois da blitz contra Márcio Araújo, chegou a vez de fritar Zé Ricardo. Atendendo a um dos principais apelos da mimada torcida brasileira, a diretoria do Flamengo contratou Reinaldo Rueda, que chegou na Gávea como se fosse uma divindade.
Nem com a chegada de Rueda, e com os holofotes em cima do Flamengo, o ano de 2017 foi bom. Apesar de chegar na final da Copa do Brasil e poder ser finalista da Copa Sul-Americana, ficar de fora do G4 do Campeonato Brasileiro e ser eliminado na primeira fase da Libertadores representaram duas tragédias. E todo esse cenário, que já era ruim, piorou com as seguidas falhas do goleiro Alex Muralha.
O torcedor não atura mais as péssimas atuações de Muralha, isso é fato. Agora, o que ficou claro depois disso é que a imprensa, que se diz imparcial, transparente e responsável, está agindo de uma forma totalmente parcial, suja e irresponsável. É claro que o goleiro anda falhando além da conta. Já passou dos limites.
Agora, o achincalhamento moral está passando dos limites também. Se esqueceram do lado humano. Se esqueceram que eles mesmos criaram a imagem de um bom goleiro (coisa que Muralha nunca foi). Se esqueceram que existe um ser humano atrás do goleiro que falhou feio na última rodada. Se esqueceram que na tentativa de pagar de engraçadinhos, pegaram um cidadão pra Cristo, e abalaram totalmente o lado pessoal de Alex. E como consequência, conseguiram tornar a cabeça do rapaz um inferno. Alex é humano. É ÓBVIO que ele sente a pressão. Talvez não demonstre, mas sente.
Hoje, além de capa de jornal, virou assunto em todos os insuportáveis debates esportivos. Virou tema de debates acalorados sobre o que o treinador do time deve fazer. Seu dia tem tudo para ser, talvez, o pior dia da vida. Mas e a nossa imprensa? Ela está pouco ligando. Quer vender. Quer ganhar cliques e likes. Que seja nas costas de um ser humano, não há problema algum nisso.
O que é engraçado é notar que esses mesmos veículos fizeram uma operação gigantesca para preservar a imagem dos responsáveis pelo 7 a 1. São os mesmos veículos que tiram das costas de estrelas que se omitiram o ano todo a responsabilidade de um possível fracasso. Enfim, se esqueceram da responsabilidade que possuem como formadores de opinião.
E não estou defendendo Muralha, Márcio Araújo ou Zé Ricardo. Mas já que o pau vai bater no Zé, José não pode ficar de fora.
Fritaram Márcio Araújo, fritaram Zé Ricardo, e estão tentando derrubar a Muralha. A saga continua. E em 2018 veremos, não só no Flamengo, muitos personagens sendo fuzilados, enquanto outros seguirão sendo blindados.
A passos largos, o jornalismo esportivo vai perdendo a vergonha na cara, a responsabilidade e a credibilidade. Estamos apenas esperando perder a respiração e os batimentos cardíacos, para que morra de vez.
QUANDO O GÊNIO CANTA DE GALO
por Luis Filipe Chateaubriand
Em 1985, Telê Santana estava de volta ao comando técnico da seleção brasileira de futebol. Seu desafio era classificar o Brasil para a Copa do Mundo de 1986, passando, nas eliminatórias, por Bolívia e Paraguai.
No primeiro jogo, com a Bolívia em Santa Cruz de la Sierra, o Brasil havia vencido de 2 x 0, dois gols de Casagrande.
Foi o escrete canarinho, então, a Assunção, para enfrentar os alvi colorados.
Jogo difícil, disputado, Casagrande faz 1 x 0 para o Brasil ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, os paraguaios pressionam, mas uma jogada genial, de um brasileiro genial, selaria o destino da partida.
A bola está com Leandro, na intermediária direita do campo de ataque. Percebe Zico desmarcado um pouco atrás da meia lua. Faz o passe diagonal, com a perfeição habitual.
No entanto, devido ao campo irregular, a bola chega atrás de Zico, levantando-se suavemente.
O jogador convencional precisaria se virar de costas para o gol, e de frente para a bola, para dominá-la. Mas Zico, o Galo, decididamente não é um jogador convencional…
Mesmo com a bola ficando atrás dele e tendo quicado no campo, faz uso do inusitado: puxa a bola de calcanhar para a frente, ela sobe pelo seu lado direito até a altura de seu pubis, mas sem tocar nela, decai e, antes de chegar ao chão, Zico emenda de primeira, ainda atrás da meia lua.
A bola segue baixa, mas não rasante, quica de leve no campo já na pequena área, e vai morrer no fundo do gol, no canto esquerdo do impotente goleiro guarani.
Fica claro que o Galo concebeu o gol, sabendo o que faria antes da bola chegar. Gênio!
Um gol sensacional, que determina o 2 x 0, placar definitivo do cotejo, deixando bem encaminhada a classificação brasileira à Copa do Mundo de 1986.
Anos mais tarde, Zico faria o lindíssimo “gol escorpião”. Mas, já então, fez o “passe meio escorpião lançando para si próprio”, que culminou em gol.
Toda a lógica mostrava que o jogador qualquer teria que se virar para a bola, dominá-la, girar o corpo em direção ao gol e, quando fosse chutar, já estaria bloqueado pelos adversários. Zico simplificou as coisas. A genialidade está na simplicidade, como o Galo nos ensinou em mais de 20 anos de carreira do maior jogador brasileiro do Pós Pelé.