O HOMEM SENTADO SOZINHO NA ARQUIBANCADA
por Claudio Lovato Filho
O homem sentado sozinho na arquibancada não está ali por acaso. Não errou o caminho ou estava sem outra coisa para fazer. Não estava em busca de mero entretenimento ou reles passatempo.
O homem sentado sozinho na arquibancada é pura concentração, ainda que esteja aparentemente relaxado, com o antebraço apoiado no alto da cabeça e um olhar de peixe morto de quem não está realmente interessado no que vê.
O homem sentado sozinho na arquibancada é um personagem que merece estudo e respeito. Acima de tudo, respeito.
O homem sentado sozinho na arquibancada é do futebol. E isso, claro, não começou hoje. Vem lá da infância, talvez até antes disso.
O homem sentado sozinho na arquibancada é um torcedor de clube, mais do que de time, o que não o impede de se emocionar quando vê os jogadores do elenco atual jogando uma bola redonda, especialmente aquele armador inteligente trazido do exterior ou aquele centroavante rápido e oportunista vindo da base, e não importa se eles vão embora daqui a alguns meses, paciência.
O homem sentado sozinho na arquibancada ama o escudo acima de tudo. Assim é.
O homem sentado sozinho na arquibancada também vai ao estádio com os amigos. Sim! Vai e gosta. Toma cerveja com eles antes de entrar e come espetinho depois. Mas ele não depende de companhia para ir para a arquibancada; não depende de matilha, confraria, fraternidade, galera.
O homem sentado sozinho na arquibancada se entende muito bem consigo mesmo e tem grande prazer no ensimesmamento em que se vê mergulhado quando chega sem companhia ao estádio, assiste ao jogo no seu canto e vai embora pensando com profundidade no que viu.
O homem sentado sozinho na arquibancada está no seu elemento.
O homem sentado sozinho na arquibancada sabe que, um dia, poucas coisas vão lhe restar na vida, e uma delas será o futebol.
O homem sentado sozinho na arquibancada é um retrato da essência do futebol, se fosse possível fotografá-la.
O homem sentado sozinho na arquibancada é, por si só, uma declaração de amor ao futebol.
PC E O IMBECIL VOCABULÁRIO
por Rubens Lemos
É delicioso insistir: o tricampeão mundial em 1970, Paulo Cézar Caju, artista do palco em grama, segue abusando de escrever o melhor texto brasileiro sobre futebol. Toquei outro dia sobre a síntese fulminante do gênio.
Sobra a PC Caju, a irreverência e a ironia sofisticadas assim como seus toques a balançar corações e concretos no Velho Maracanã.
PC Caju vem se superando. Parece quando, black power de penteado, exibia o biquinho propriamente dito em simultânea classe com o toquinho de ponta de chuteira deixando o centroavante – bom ou burro -, sem alternativas a não ser fazer o gol. PC Caju é um bisturi que dói na mediocridade ululante.
A última do meu herói, que adoraria conhecer, mas sei que não é dado a simpatias, foi o texto Pérolas da Semana, publicado no seu Instagram. Vibrei. Queria ter escrito o fuzilamento sarcástico do pavoroso futebol brasileiro atual mantido a coice pelos treinadores burros, jogadores pernetas e o vocabulário imbecil usado pelas duas categorias de rasteiro escalão.
Vou repetir na íntegra, avisando que o público-alvo não fala difícil para encobrir a inteligência das topeiras, despreza a idolatria a aberrações do tipo Gabigol e também não acha graça nos chiliques de Neymar, que, quando chegar à idade mental adulta, será aberto um bar na concentração do Íbis(PE), o pior time do mundo, para receber o primeiro time de marcianos de Saturno.
O textaço, puta texto, gol de letra, é destinado aos antigões de saco cheio com neologismos de anta repetidos por antas boçais tentando enganar ingênuos com sabedoria de Macaco Tião, que chegou a ser votado para deputado lá pelos nossos anos, os 1980 com expressivo contingente de devotos.
Bem, vamos ao primor fundamental de Paulo Cézar Caju em sua brigada contra a idiotização em escala industrial de um esporte em que ele- PC Caju – contribuiu para ser instrumento de alegria, sobretudo dos mais pobres, ele, menino feio e maravilhoso, que desceu a favela para ganhar o planeta.
Pérolas da semana
Paulo Cézar Caju sobre as asneiras dos treinadores, jornalistas e jogadores de baixíssimo nível no Brasil, baboseiras fundamentais para que cheguemos a 26 anos sem ganhar uma Copa do Mundo:
- ”Modelo de excelência de um mundo conectado na idéia do jogo cultivado, reluzente, revertendo no retorno, com resistência e implantando uma transição na maneira de atuar”. Conseguiram entender algo, Geraldinos?
- ”A mudança de rota na Seleção Brasileira não tem norte”. Ora, não sabia que precisava de uma bússola para indicar o caminho da Seleção!
- ”Dar amplitude por dentro, fatiando a bola, ao invés de virar o jogo, dando passe longo”. Vou pegar um facão e fatiar a bola em pedaços.
- ”Faz o break ao invés de diminuir a velocidade do drible do lateral”. Jogador virou dançarino agora?
- ”Na leitura do espaço dentro da grande área, o goleiro não soube dominar a redonda, não viu o atacante e saiu o gol”. Goleiro precisa ler ou ver para entender o jogo?
- ”Quebrar a bola (virou pedra agora) e dar assistência com consistência, ao invés do passe curto, médio ou longo, dando um tapa nela, sem tocar no falso camisa 9, querendo dar um toque na cara ou orelha da redonda, procurando a segunda bola (até onde sei só tem uma bola em jogo), pedindo passagem para avançar as linhas”. Decifraram o código, Geraldinos?
- ”Levar a cultura futebolística, jogo posicional, linguagem corporal, orientar a dita cuja bola viva viajando, centralizar o terceiro zagueiro, conectando os alas (das passistas das escolas de samba) para atacar os lados do campo”. Ate onde sei temos laterais e pontas no campo, não alas!
PS. Gostaram velhinhos iguais a mim? Estou pensando em botar numa moldura.
AS FINAIS DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1991
por Luis Filipe Chateaubriand
No ano de 1991, o Campeonato Brasileiro foi decidido por Bragantino e São Paulo.
O Bragantino chegou às finais ao superar o Fluminense nas semifinais.
O São Paulo chegou às finais ao superar o Atlético Mineiro nas semifinais.
O primeiro jogo das finais foi realizado no Estádio do Morumbi, como mando de campo do São Paulo.
O São Paulo venceu por 1 x 0, gol de Mário Tilico no início do segundo tempo.
O segundo jogo das finais aconteceu no Estádio Marcelo Estefani, em Bragança Paulista, com mando de campo do Bragantino.
O jogo terminou empatado em 0 x 0.
Pela terceira vez, o “Tricolor Paulista” era campeão brasileiro!
PROJETO SOCIAL DO EX-PARCEIRO DE RONALDO FENÔMENO COMPLETA 17 ANOS EM SÃO GONÇALO
por Marcos Vinicius Cabral
O Centro de Oportunidade ao Talento (COT) celebrou, na manhã deste sábado (20), 17 anos de existência. Uma partida beneficente foi realizada e contou com a presença de vários amigos de Clayton Divina, primeiro jogador a fazer dupla com Ronaldo Fenômeno. O evento, realizado na Arena Profit, no Porto Novo, em São Gonçalo, teve duas partidas: uma entre núcleos da escolinha e a outra entre padrinhos do COT e time das estrelas. A ação arrecadou mais de 200 quilos de alimentos não perecíveis e teve as presenças de Sérgio Gevú, vice-prefeito da cidade, e Reginaldo, presidente do São Gonçalo Esporte Clube.
“São 17 anos formando atletas para o futebol e homens para a vida. Me orgulho muito em chegar até aqui e ter o trabalho do COT sendo reconhecido. Infelizmente, por ser um mês em que boa parte da boleiragem está de férias, não tivemos a participação de Diego Souza e Ricardo Rocha. Mas os que compareceram, abrilhantaram o evento que arrecadou mais de 200 quilos de alimentos não perecíveis”, disse Clayton com exclusividade ao Museu da Pelada.
Sérgio Gevú, vice-prefeito de São Gonçalo, prestigiou o aniversário do COT. Apesar do sábado de Sil intendo, o político fez questão de tirar fotos com a criançada e conversar com Clayton, idealizador do projeto.
“Clayton é um herói. O trabalho realizado por Clayton na vida destes meninos merece aplausos. Vim em nome do capitão Nelson e esperamos que saiam daqui muitos ‘Claytons’ da vida. São Gonçalo é celeiro de craques e tenho certeza que muitos jogadores que aqui estão vão se tornar atletas profissionais de futebol”, contou.
Fundado em 2006, o COT oferece aulas de futebol para crianças de 5 a 15 anos da comunidade local como forma de promover inclusão social para os pequenos. Ele foi fundado pelo próprio Clayton Divina, conhecido como Grilo ou Berreco, no ano em que se aposentou do esporte, após uma carreira que começou junto a do Ronaldo Fenômeno, no São Cristóvão. Clayton também jogou no Grêmio, e entre os vários clubes que defendeu, estão o Fluminense e Portuguesa (RJ), com passagens também pelo futebol árabe.
O COT já formou diversos atletas que, hoje, atuam em grande clubes do futebol brasileiro no profissional, como no Flamengo e Botafogo. A sede do projeto está localizada na Rua Silvio Vale n°45, no bairro do Gradim, em São Gonçalo, também estando presente no bairro de Santa Isabel, por meio de uma quadra de salão (futsal).
O projeto possui parceria com diversos clubes do Brasil, como o Grêmio, Portuguesa, São Cristóvão, Rio Branco (Acre), Sorriso (Mato Grosso), São Gonçalo e Olímpico de Itabaianinha (Sergipe).
AS LIÇÕES DA COPA
por Luciano Teles
A morte de Zagallo deixou um espaço que nunca será preenchido. Pode outro ganhar tudo que ele ganhou. Na seleção ou nos times pelos quais passou, como jogador e treinador. Mas nunca terá a expressividade, o carisma e o significado que dele emanavam. Relatos mostrando isso nunca faltaram. Principalmente no momento de sua passagem final. Porém, posso estar enganado, mas, nas matérias pelo seu falecimento, em meio aos feitos do Velho Lobo, não vi nada sobre seu livro, As Lições da Copa – Ed. Bloch, 1971. É uma obra de 187 páginas. Nela, ele lista todo seu drama vivido, na Copa de 1970: desde o convite para ser técnico, a 77 dias da competição maior do futebol, até seu retorno, com a Jules Rimet nas mãos, definitivamente sob posse brasileira.
É um relato determinante daquela que talvez tenha sido a mais épica conquista de nossa Seleção. Pensamentos e declarações daquele que esteve à frente dos jogadores e, por que não?, literalmente ao lado deles, à beira do campo. Porém, mais do que o técnico que fora chamado às pressas, que teve de escolher (e cortar) jogadores, que lhes chamou a atenção e os confortou, nos momentos e da forma corretos, e que montou seu próprio esquema de jogo, o relato mostra algo tão importante quanto tudo isso: que o determinado e resoluto personagem, que viria a permear páginas de livros, jornais e revistas, além de conversas e discussões, em salas de estar, bares e escritórios por décadas adiante, já estava pronto. Apenas tinha um “L” a menos.
A obra chegou até mim através de um ato que deveria ser mais frequente, na nossa sociedade. Eu trabalhava num hospital (migrei do jornalismo para a odontologia), em São Gonçalo, RJ, quando encontrei um carrinho de supermercado, abarrotado de livros, num dos corredores. Todos para serem doados. Que cada um pegasse o que quisesse. Se possível, que deixasse algum. Peguei “As Lições da Copa” e outros. No outro dia, levei uns títulos, já lidos e relidos, finalizando a troca. De início, me espantei, pois nunca tinha ouvido falar do tal relato do mestre, sobre a Copa do ano em que nasci.
O livro ainda pode ser encontrado, em sites especializados. E vale a pena cada centavo que for dispendido. Para mim, algumas coisas foram novidade. Outras, mesmo já sendo de conhecimento público, merecem destaque.
Zagallo começa o livro contando o que passou pela sua cabeça, após o apito final da decisão contra a Itália. Em meio a ser puxado aqui, carregado nos ombros ali, queria um espaço e quietude. Ainda viriam entrevistas, mais festa, até que conseguiu ficar sozinho no quarto do hotel. Por pouco tempo. Logo chegaram os irmãos Admildo (“o único que me chamava de Zé”) e Achilles Chirol – respectivamente, preparador físico (Copas de 1970, 74 e 78) e jornalista, convidado pela então CBD. Enquanto os dois irmãos choravam abraçados, Zagallo relata que se jogou à parede e ali também se deixou cair em prantos.
Sobre os jogadores, conta que só aceitou o convite (já dado como certo pela imprensa) após a garantia de levar os nomes que escolhesse. Que sua vivência, como bicampeão mundial pela própria Seleção, e já tendo conquistado uma Copa do Brasil, dois Cariocas e uma Taça Guanabara, como técnico do Botafogo, lhe deram credibilidade, junto à CBD e aos atletas. A torcida e a imprensa (“bairrista”, reclama) que precisavam ser convencidas de que a escolha tinha sido acertada. Como todo brasileiro já nasce técnico de seleção brasileira, Zagallo se viu às voltas com diversas críticas. Fosse por deixar um jogador no banco, fosse por escalar outro. Pelo que conta no livro, se respirasse, Zagallo seria criticado.
A determinação do recém-efetivado treinador da seleção nacional, a dois meses da Copa, se mostrou de valor. Optou pelo 4-3-3 e fez o que todo mundo viu: colocou 435 camisas 10 para jogarem juntos. Fala da difícil espera por Tostão (com seu problema na retina) e das mudanças no time. Explicou a cada um os motivos das substituições. Mas, acima de tudo, destaca como aquela foi uma seleção unida e solidária, com todos capazes de serem titulares. E que, quando chamados para entrar, mesmo num treino, perguntavam, preocupados: “Mas… no lugar do fulano?”. Não faltaram elogios aos reservas que entraram: Roberto, Marco Antônio, Edu e PC Caju – a quem elogiou, por superar muitas críticas.
Até o já Rei do Futebol, Pelé, deixou Zagallo à vontade, se quisesse substituí-lo. Zagallo destaca que seu amigo de bicampeonato mundial vinha de duas Copas das quais saiu machucado: 1962, no Chile, e 1966, na Inglaterra. E que isso gerava dúvidas sobre sua condição física, tanto na torcida, quanto em alguns da imprensa. Mas que, apesar de já ter 29 anos, Pelé sabia se poupar e preservar, quando necessário.
Também é válido sublinhar a admiração mútua e amizade que uniam Zagallo e Pelé. Confesso que me emocionei, quando li algumas partes de todo um capítulo que o Velho Lobo dedicou a seu amigo e colega de seleção. Chegou a ser claro com Pelé: “Dizem que você está míope, sem condições físicas e com seu futebol acabado. Você vai provar o contrário a toda essa gente”. “Quiseram sepultar o Pelé e eu o fiz renascer”, ressalta, satisfeito. Franqueza, incentivo e determinação que acompanharam Zagallo até sua despedida deste plano.
Ainda: por duas vezes, em diferentes partes do livro, rememora as jogadas de Pelé. Contra a Tchecoslováquia, aquele que viria a ser o famoso “gol que Pelé não fez”, quando o rei tentou encobrir o goleiro Viktor. Já no jogo com o Uruguai, quando aproveitou um tiro de meta mal cobrado pelo goleiro Mazurkiewicz, e chutou de bate-pronto. Por fim, o famoso drible que deixou o arqueiro uruguaio totalmente tonto, na entrada da área, mas que acabou arrematando para fora. Estranhei não ter destacado o cabeceio certeiro de Pelé, que terminou na famosa defesa de Gordon Banks, no jogo contra a Inglaterra.
Sobre os jogos, em si, Zagallo cobrou seriedade em todos. E fez algumas observações válidas. Os ingleses, últimos campeões, revelaram certa soberba, certos de que levantariam a taça novamente. Haviam levado tudo para o México. De ônibus a alimentos. E mal falavam com alguém fora de seu círculo. Totalmente o contrário do que fez a Seleção Brasileira, que foi adotada pelos mexicanos. Destacou que, contra o Peru, enfrentariam uma seleção treinada por alguém que jogou muito e sabia muito: Didi. Seu companheiro de títulos, em 1958 e 1962. Mas que ainda jogava no 4-2-4, que foi bem explorado.
Já contra o Uruguai, jogou para o alto qualquer história de fantasma, sempre levantada pela imprensa. Na época, o Maracanazo já estava cinco Copas atrás, vinte anos. Sobre isso, ressaltou bem que a maioria dos jogadores brasileiros nem tomou noção do que tinha acontecido em 1950. Eram crianças. “Eu já era “reco”, soldado do Exército e de serviço em pleno Maracanã. Vi tudo com meus próprios olhos e digo: vamos mandá-los de volta para casa!”, lembrou.
Zagallo revela que, quando chegou na decisão, contra a Itália, confiava na vitória. Mas já dava seu serviço como realizado. Afinal, pegara uma seleção a dois meses da Copa, escalou time, planejou esquema de jogo, montou equipe de trabalho e, apesar da certeza da vitória, viu que dera conta do “rabo de foguete”, conforme fora alertado pelos amigos. Todos sabemos do resultado. Mas, voltando ao início do livro, em que relata o pós-jogo da final, também retorno à relação de Zagallo com Pelé: pegou a camisa usada pelo rei do futebol, no primeiro tempo da decisão.
Se me permitem uma opinião, o homem tinha o dom da escrita. Poderia tê-lo desenvolvido mais. É um livro com o português da época. Palavras mudaram. Uma revisão corrigiria uma ou outra coisa. Épico, por vezes, sim. Mas de forma completamente justa. A revista Manchete, da época, define bem: Epopeia. As lições do título passam por superação do convite repentino, das críticas a seu trabalho, a sua escalação e até a sua família. Percorrem o caminho da determinação, da humildade e na confiança em si e na equipe técnica e, claro, de jogadores. Desaguam em não ficar remexendo o passado. Cita sua relação com João Saldanha (técnico que classificou a Seleção), como “dentro do figurino”. E saber que a vida continua.
Com uma segunda permissão, sugiro outra coisa: é uma leitura fácil e rápida, mas que fica ainda melhor, se acompanhada de vídeo dos jogos ou gols. Por ter um capítulo dedicado a cada partida. Se o Velho Lobo já sabia se expressar, imagine lendo seu relato e vendo as cenas.
Por falar em cenas, algumas me ficaram na cabeça. A primeira, ao imaginar Zagallo se jogando contra a parede, em prantos, logo após o título. Visualizar isso é importante. É Zagallo sendo Zagallo, sentimento puro. Não é só chorar. É se jogar à parede, da mesma forma com que se jogou à vida, à Seleção.
A segunda, quando, depois de um dia inteiro de celebrações, que começaram na chegada a Brasília. Ele simplesmente relata que saiu, em uma Kombi, com Gérson e Roberto, da última comemoração da noite da chegada, num hotel do Rio. Todos ficaram na Praça XV. Ele pegou um táxi para casa. Enquanto Gérson e Roberto pegaram uma barca e foram para Niterói. Às vezes, epopeias podem terminar de forma bem prosaica.
** As fotos, além da capa do livro, mostram uma daquelas edições da revista Manchete, com um compacto de brinde, contendo as narrações dos gols de cada partida. O exemplar que adquiri trouxe uma foto da própria redação da revista, com carimbo no verso e tudo, com Tostão se levantando, após ter marcado seu segundo gol, contra o Peru. Fiquei particularmente feliz, por ser foto de redação e ser de um gol que marcou minha memória de criança, pelo fato de Tostão colocar a mão na cabeça, logo depois, na comemoração, por ter batido em alguém ou na trave. E pela foto também estar na revista.