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Doação na Rocinha

DOAÇÃO NA ROCINHA

Com a ajuda dos parceiros e o dinheiro da venda das camisas, a equipe do Museu da Pelada teve a honra de abastecer mais uma escolinha de futebol com materiais esportivos. Dessa vez, a convite do parceiro Biscoito, subimos a Rocinha e presenteamos a garotada do campo da Vila Verde.

Liderados pelos professores Índio e Ednardo, os futuros craques revelaram que são avaliados não só dentro de campo mas também pelo desempenho fora dele:

– Somos barrados quando tiramos nota baixas ou quando desrespeitamos alguém!

Vale destacar que Índio é um fenômeno que ultrapassa gerações, visto que deu aula para muitos pais dos atuais alunos, inclusive nosso parceiro Biscoito.

– Eu respiro futebol, estudo para poder passar a realidade para eles! – explicou o professor.

Apesar de não ter seguido o profissionalismo no futebol, Biscoito não dispensa uma pelada nos dias de hoje. Foi ele o responsável por notar a carência de materiais na escolinha de futebol da região e fazer o pedido para a nossa equipe.

– Só agradecer à equipe do Museu da Pelada por ajudar essa garotada. Vocês são nota 10! – parabenizou Biscoito!

Após muita resenha com os meninos, entramos no campo, distribuímos os coletes e ouvimos uma salva de palmas, seguidas de um coro:

– VALEU, MUSEU DA PELADA!!!

Não há felicidade maior que essa! Só agradecer a todos que acreditam no nosso projeto e nos incentivam diariamente!

Estamos aqui brindando esse momento especial de poder ajudar essa garotada para eles continuarem na escolinha.
 

 

Moreno e JR Reis

MILIONÁRIO POR UM TRIZ

Dentre as muitas histórias que chegam até a gente diariamente, a do colecionador JR Reis despertou a nossa atenção. Tratava-se de uma aposta combinada de 13 jogos na loteria esportiva que não se tornou vitoriosa por um triz.

Rubro-negro de carteirinha, JR Reis, como todos flamenguistas da época, depositava todas as suas fichas no time que encantou o mundo na década de 80. Aos 16 anos, decidiu tentar a sorte na loteria e recebeu a sugestão de apostar em um bolão com treze jogos.

– Apesar da ausência do ídolo Zico, que já estava na Udinese, o Flamengo tinha um time maravilhoso!

Não seria nenhum exagero falar que o jogo do Flamengo era o que JR Reis depositava mais confiança. Acontece que o adversário era o América-RJ.

– Confesso que não acompanhei os jogos e só fui conferir os resultados com a zebrinha do Fantástico. Todos os jogos estavam batendo e quando chegou no último, o do Flamengo, anunciaram a derrota!

Com dois gols e uma assistência, Moreno foi o grande destaque daquela partida. Por isso, a equipe do Museu proporcionou um encontro entre o ídolo do América-RJ e o colecionador no CFZ.

– Pelo menos está milionário de saúde! Tem que perguntar se você quer me conhecer ou quer me matar! – brincou Moreno.

Após assistir os melhores momentos no celular e relembrar os lances daquela partida, o craque fez questão de presentar JR Reis com uma camisa oficial do América-RJ da época. Embora só camisas rubro-negras entrem em sua coleção, o flamenguista não titubeou e aceitou o presente:

– Essa não tem como ficar de fora! Vai ficar em um lugar especial!

 

PAIXÃO QUE ARREBATA

por Henrique Brandão


Três momentos, esta semana, reforçaram a convicção de que o futebol é o mais democrático dos esportes. É exatamente a possibilidade de reviravoltas, a imprevisibilidade do resultado, que faz do velho e violento esporte bretão essa paixão que arrebata mentes e corações no mundo inteiro.

As partidas entre Liverpool 4 x 0 Barcelona e Tottenham 3 x 2 Ajax pela semifinal da Champions League foram dois belos exemplos disso. O terceiro momento foi a partida entre Fluminense 5 x 4 Grêmio pelo Brasileirão. Em todas elas, mais que nunca, um jargão do futebol esteve em alta: o jogo só acaba quando termina. Todos os jogos foram decididos no segundo tempo. Os favoritos desceram para o vestiário no intervalo como vencedores (mesmo o Barça, que podia perder de 1×0) e terminaram a partida como derrotados.

O futebol é uma “caixinha de surpresas” , para usar outro clichê dos boleiros. Aí mora seu segredo: na possibilidade de David derrotar Golias, do fraco derrubar o forte, do improvável prevalecer. Nenhuma outra modalidade esportiva carrega consigo esta dose de incerteza. Por isso se rói unhas até o minuto final. Por isso as lágrimas escorrem ao fim do jogo, seja na vitória ou na derrota, como foi visto na partida entre o jovem time holandês e a milionária equipe inglesa.


São momentos como estes que ressaltam a magia do futebol. Os lances de improvisação acabam por superar a organização tática e decidem uma partida (como foi Lucas Moura hoje para o Tottenham) ou o capricho de uma bola que acaba acertando a trave (como o chute de Ziyech, do Ajax) transforma o esplendor do triunfo em agonia da derrota.

È isso que nos faz amar o futebol, para além do nosso time de coração. Nada supera o encanto de ver uma partida bem jogada, carregada de emoção.

Se for com as cores da nossa camisa, aí é a glória. Viva o futebol!

O FUTEBOL SOBREVIVE

por Luis Filipe Chateaubriand


Este signatário não costuma, normalmente, escrever sobre o futebol da atualidade, prefere proceder narrativas sobre o futebol do passado. Considera o futebol dos tempos atuais chato, enfadonho, monótono.

Contudo, vimos, nos últimos dias, jogos que trouxeram alento aos amantes do futebol bem jogado.

Em Porto Alegre, jogaram Grêmio x Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. Na casa do adversário e perdendo por 3 x 0 com 21 minutos de jogo, o Fluminense foi buscar uma improvável virada, ganhando o jogo por inacreditáveis 5 x 4.

Em Liverpool, jogaram Liverpool x Barcelona, o segundo jogo de uma das semifinais da Champions League. Precisando vencer por quatro gols de diferença para se classificar à final, o Liverpool “sapecou” um contundente 4 x 0 em Messi em companhia, promovendo um triunfo quase que milagroso na terra do Beatles.


Em Amsterdã, jogaram Ajax x Tottenham, o segundo jogo da outra das semifinais da Champions League. Ao estar perdendo por 2 x 0 ao final do primeiro tempo, o clube londrino fez, no segundo tempo, os três gols que precisava para ir à final, virando o jogo para 3 x 2,  na casa do adversário, com o gol decisivo no último minuto, em jogo que envolveu técnica, emoção, deslumbramento, surpresa e encantamento.

Em quatro dias, presenciamos três jogos de futebol inesquecíveis. Desses que ficarão lembrados pelas próximas décadas, certamente. 

É pena que poucas vezes o futebol do presente seja assim, pois se puder sê-lo mais amiúde, essa invenção extraordinária do ser humano terá, certamente, vida eterna!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

O GIGANTE DO FUTEBOL ESPANHOL

por Marcelo Soares


Multicampeão, peça chave de um dos maiores times de todos os tempos e campeão do mundo por sua seleção na África do Sul. Você já deve estar se perguntando, quanto um clube paga por um jogador como esse, já que as cifras atualmente são estratosféricas se tratando de grandes jogadores. Mas com Xavi Hernandez a história é diferente.

Formado em casa pelo Barcelona, foi lapidado com muita calma e quando estreou, a técnica apurada encantava a todos.

Dono de um pensamento tão rápido que velocidade física nunca foi tão necessária. No alto de seus 1,70cm, com apenas um toque na bola ou às vezes simplesmente por não tocar nela, deixava todos os adversários para trás e seus companheiros de frente para o gol.


Durante tantos anos vestiu azul e grená, cérebro de Pep Guardiola dentro de campo, peça chave do Tiki Taka espanhol, formou um dos melhores times de futebol de todos os tempos e comandava o meio-campo ao lado de Iniesta, tanto pelo clube como pela seleção espanhola. Conquistou tudo que podia, levou sua seleção ao inédito título da Copa do Mundo e fez algumas pessoas falarem que, sem ele, Lionel Messi não seria o mesmo.

Após anos desfilando sua arte e maestria, Xavi pendurou as chuteiras ou podemos dizer que ele aposentou o seu terno? Antes de sair de cena, ajeitou a gravata de seu uniforme de trabalho, mostrando a todos que para jogar futebol precisa-se mais de inteligência do que de força. Um dos melhores jogadores espanhóis, deixará saudades para os amantes de futebol.