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A COLETIVA DE TITE

por Elso Venâncio

A confusa coletiva

Péris Ribeiro, o ‘biógrafo do Didi’, me pergunta se eu vi a coletiva do técnico Tite depois do jogo do Flamengo contra o Volta Redonda. Respondi que não, porque as entrevistas de hoje são cansativas, arrastadas e sem perguntas que esclareçam as dúvidas do torcedor.

Contudo, decidi olhar no YouTube.

“Preciso de tempo para ajustar a flutuação” – foi a primeira frase que ouvi. Imaginei que alguém perguntaria o que isso significa.

“Tite, aqui, aqui, nesse lado… estou aqui, sou desse veículo…”

De repente, identificaram o profissional. E ele disse:

“Parabéns pela vitória…”

???

Esperava um questionamento, até porque um elenco milionário não vem convencendo e sequer definiu seu time titular. Mas não, a indagação é sobre o melhor aproveitamento de jogadas no terço final de campo.

Tite, com ar professoral, olha para o filho que está ao lado e diz que esse assunto tático quem domina é ele. Portanto, gostaria de falar sobre o gramado:

“É inadmissível esse campo de jogo. Está uma vergonha o gramado do Maracanã”.

O filho interage:

“Lembra que estava ‘off’, não fala sobre jogadas no terço final do campo e que observou o mercado”.

Tite intercede:

“Off”. E desempregado.

Fiquei meio confuso, já que no Jornalismo “off” representa narrar um texto com a locução coberta por imagens, ou divulgar informação preservando as fontes.

Em suma, o tom professoral de Tite foi o ponto central da coletiva. A imprensa, ouvindo e nas perguntas, julgou importante não contestar o mestre que tem no currículo – apenas ele e Telê Santana, o maior técnico brasileiro – a graça de perder uma Copa e dirigir a seleção na seguinte.

Lembrei do João Saldanha, que escrevia nos jornais da forma que falava, com um linguajar popular que todos entendiam.

Alguém perguntou se Juan vai para a CBF e ele apontou para outrem:

“Você!”

Rapidamente, chegou o dirigente Bruno Spindel:

“Juan não me disse nada”.

Surge, então, Marcos Brás:

“Não sei de nada e farei de tudo para mantê-lo”.

Nosso futebol mudou mesmo. A entrevista com o técnico acontecia dez minutos após os jogos, com os repórteres se revezando ao lado de Zagallo, Telê, Felipão, Dunga, Wanderlei Luxemburgo, Evaristo de Macedo e tantos outros, dentro dos vestuários e com perguntas olho no olho. Radialistas e jornalistas cercavam os treinadores, que, às vezes, ficavam no chuveiro esfriando a cabeça e pensando no que falar ao dar as caras. Não havia assessores de imprensa, muito menos seguranças com olhares protetores ou ameaçadores. Não havia zona mista: o contato era direto com os ídolos, que em última análise falavam e davam explicações para os torcedores de seus clubes.

O futebol brasileiro não só perdeu os grandes talentos em campo, mas também os que havia fora deles. Incluindo dirigentes e treinadores.

Exemplo disso é a seleção pré-olímpica do Ramon Menezes, com o vexame histórico de ficar fora das Olimpíadas em Paris mesmo tendo talentos como Endrick e John Kennedy no time.

AGARRA, WENDELL!

por Paulo-Roberto Andel

Félix foi meu primeiro goleiro. Ouvi seu nome junto com Fluminense e decorei para sempre. Em geral, os garotos passam a torcer por seus times por causa da camisa, das bandeiras e do escudo. Eu, não: torci por causa do nome, da palavra, sem sequer ter visto escudo e bandeira. Fluminense é uma palavra amável. Só depois eu descobri o maravilhoso escudo, mais os lindos botões do Cracks da Pelotas, transparentes. Por fim, o lindo time de panelinhas brancas, apaixonante.

Vi Félix em campo algumas vezes. Toda hora me abraçavam e me levantavam. Eu nem gostava, mas o que um garoto de seis ou sete anos pode fazer diante do mundo? Aceitar. O motivo era nobre: o Fluminense fazia gols, gols e gols. Tinha um dos maiores times de todos os tempos, seu camisa 10 era Rivellino. Eu gostava mesmo era de comer cachorro quente no Maracanã, gostava das cores e da linda nuvem mágica de pó de arroz – estávamos todos no céu cantando as vitórias tricolores.

Depois Félix saiu e entrou Renato, também campeão, mas aí o novo goleiro teve um problema de coluna e o Fluminense contratou Wendell. Em 1977, o Flu já não tinha mais o melhor time do mundo, mas ainda contava com jogadores de alto nível. Ganhou a respeitada taca Teresa Herrera no exterior, mas não teve êxito local e nacional. Bom, os torcedores não ficavam desesperados porque tínhamos sido campeões em 1969, 1970, 1971, 1973, 1975 e 1976. Nada mal. Wendell, Edinho, Marinho Chagas, Pintinho, Cléber, Rivellino, Doval, Rubens Galaxe, era uma tremenda base. No banco, os efêmeros César “Maluco” e Dirceu Lopes (monstruoso, mas praticamente não jogou).

Jorge Curi berrava a plenos pulmões na Rádio Globo “AGAAARRAAAA, WENDELL!”. Waldyr Amaral, mais contido, tecia loas ao goleiro durante a narração. Eu, garoto, ouvia e via. Admirava. Wendell era grande, de gestos elegantes, nada espalhafatoso. Parecia sempre tranquilo. Era um goleiro, uma garantia, do mesmo jeito que o veterano Lessa era para Gilberto Gil quando compôs “Tradição”. Eu ouvia e via. Isso durou uns dois, quase três anos. Aos poucos aprendi que os jogadores iam embora, eu fui na despedida de Luiz Fumanchu, e aí chegou a vez de Wendell. Ele e Renato saíram, chegou a vez do jovem Paulo Goulart, que a torcida chamava carinhosamente de Paulinho.

Depois que Wendell foi para o Santa Cruz e mais tarde para o Guarani, é que entendi seu tamanho ainda muito maior do que eu pensava. Que teve tudo para ser titular na Copa do Mundo. Que fez jogos monstruosos pelo Botafogo. No meu olhar de criança, ele era só o grande goleiro do Fluminense, que merecia atenção e admiração a cada lance, jogando de verde ou cinza, trazendo segurança ao gol do Flu. Paulinho virou titular, pegou pênaltis espetaculares e ajudou o Fluminense a ganhar o grande título de 1980. Nós o adorávamos, mas eu nunca me esqueci de Wendell, por motivo justo: ė que os craques exercem fascínio permanente sobre as crianças torcedoras, mesmo quando não ganham um título considerado muito importante.

Em pleno meio de Carnaval, entre a folia, o descanso e certa melancolia, à espera do clássico com o Vasco, eu lembrei de Wendell. Lembrei de suas camisas, de sua elegância, de sua calma, de defesas espetaculares que pareciam simples, e aí me dei conta que só o futebol te transporta dos 55 anos para os 10 de vida num rompante, com justiça e verdade. Por isso, entendo perfeitamente as crianças enlouquecidas por Fábio: eu também fui assim, quando meu tempo era apenas um enorme futuro pela frente.

Agarra, Wendell! Ainda me lembro.

@pauloandel

AS FINAIS DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1993

por Luis Filipe Chateaubriand

Em 1993, coube a Vitória e Palmeiras fazerem as finais do Campeonato Brasileiro.

O Vitória se classificou às finais ao vencer um quadrangular com Corinthians, Santos e Flamengo.

O Palmeiras se classificou às finais ao vencer um quadrangular com São Paulo, Guarani e Clube do Remo.

O primeiro jogo das finais aconteceu no Estádio da Fonte Nova, Salvador, com mando de campo para o Vitória.

O Palmeiras venceu por 1 x 0, gol de Edílson no segundo tempo.

O segundo jogo das finais aconteceu no Estádio do Morumbi, São Paulo, com mando de campo para o Palmeiras.

O Palmeiras venceu por 2 x 0, gols de Evair e Edmundo, ainda no primeiro tempo.

Pela terceira vez, o Palmeiras era campeão brasileiro!

AMAMOS DE A A ZICO

por Marcos Vinicius Cabral

Este texto foi planejado para celebrar 71 anos de Arthur Antunes Coimbra. O craque atravessa mais uma primavera no próximo 3 de março. Zico, gênio dos gramados, maior jogador do Flamengo, um dos grandes camisas 10 do futebol mundial de todos os tempos, figura doce e, além de tudo, indivíduo com uma humildade impressionante.

Caso encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse esfregá-la para pedir algo, este algo seria: “Aladdin, em nome do futebol, traga Zico de volta aos gramados para que as gerações que não viram o Galinho de Quintino, do Rio de Janeiro, do Brasil, do Japão, e do mundo em ação, tivesse a oportunidade”.

O motivo da petição? Por que sei que Zico faria tudo de novo, quando alegrou 334 vezes a Nação Rubro-Negra com gols nas tardes e noites inesquecíveis no Maracanã. Nas conquistas de títulos a base de suor, de treinos, e de dedicação que foram aliados ao dom de jogar bola que Deus o deu.

Sei que Zico se tornaria tão idolatrado como é até hoje. Imagem que ele não se importa em manter, pois Zico é natural com tudo que faz na vida e, de forma sutil, é a essência viva em carne e osso dos bons atributos que qualquer ser humano tem. Ídolo? Super craque? Extrassérie? Referência? Tudo é bobagem quando associado tais substantivos e adjetivos para definir Arthur Antunes Coimbra, que herdou a generosidade da mãe Matilde e a disciplina do pai José, o velho Antunes.

O que Zico quer, na verdade, é continuar sendo ele mesmo, ou seja, um cidadão assumidamente rubro-negro. Um cara amado pelos torcedores rivais e acima de todas as coisas uma criatura comum na medida de uma colher de simplicidade. A humildade é um título que poucos jogadores ou ex-jogadores tem no currículo. Zico é um deles!

Mas como torcedor e apaixonado por futebol, queria ter trocado três choros por três sorrisos que tive na vida por causa de Zico: na Copa de 1982, diante da Itália, na Espanha; no pênalti perdido na de 1986, frente à França de Michel Platini, no México; e a despedida que ele fez naquele 6 de fevereiro de 1990, no Maracanã, palco predileto dele.

Como torcedor, sabe, acho que foi preciso a gente passar por esses reveses. Por meio de cada um, valorizamos e entendemos que não foi Zico que perdeu as Copas do Mundo que disputou. Foi o futebol. Passados tantos anos, a taça deve se perguntar até hoje: “Por que um jogador como Zico não me conquistou? Não me deu um beijo e nem correu a tradicional volta olímpica comigo nas mãos à beira das quatro linhas?”. Pois é! O futebol, às vezes, é louco, insano, sem lógica e não há explicação por mais que se busque assim como um ponta-de-lança sedento por gols. A verdade é que isto não se pode explicar aos normais!

Já a despedida de Zico dos gramados, há 34 anos, fica a sensação de que este adeus foi apenas um aceno de um “até logo”. Zico continua na nossa vida, nas nossas memórias afetivas, e para alguns sortudos que têm a oportunidade de estar com ele, é uma Mega-sena que o destino premia. Zico muda a atmosfera de qualquer ambiente.

Zico foi um gigante no esporte mais popular do planeta. Planeta este que conquistou com a turma de 81, lá no Estádio Nacional, em Tóquio, no Japão, nos 3 a 0 diante do Liverpool (ING). Gigante Zico também foi ao superar dores, encarar traumas e tratá-las. O joelho esquerdo sofreu mais do que cachorro sem dono. Poucas não foram as vezes que o camisa 10 do Flamengo serviu de caça para caçadores. Mas Zico, ou melhor, o profissionalismo de Zico sobreviveu.

De mãos dadas com a disciplina, comprometimento e aprimoramento, Zico renasceu para o futebol. Deixou de ser arco e flecha como antes nas jogadas que resultavam em gols. Passou a ensinar como fazê-los. Um professor para muitos craques como Bebeto, Zinho e outras pérolas lançadas pelo Flamengo que culturalmente mostrava que a célebre frase: “craque, o clube fazia em casa”, faz sentido. Zico fez por onde merecer ser reconhecido como uma das 50 personalidades mais conhecidas da Humanidade.

Anos depois, deu aulas no continente asiático e ensinou o Japão a jogar futebol, país este em que é chamado carinhosamente de “Jico” pelas pessoas. O Kashima Antlers o respeita, os torcedores o amam. Há gerações que não tiveram o privilégio de ver Zico em campo. No máximo, são vídeos no YouTube, histórias contadas pelos pais e tios.

Mas esse abismo acabou sendo encurtado com a criação do Centro de Futebol Zico, o tradicional CFZ, em 1995. O espaço que fica no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, abriga um pedacinho da história gigantesca de Zico.

São gerações e gerações que costumam dar uma passada lá para tirar fotos, pedir autógrafo e, lógico, desfrutar de minutinhos que parecem eternidade para quem não viu Zico jogar, mas não cansa de ouvir histórias do maior jogador da história do Flamengo. Uma destas foi Gabrielle Silva Cabral, minha filha de 17 anos. Surpresa, me contou: “Pai, Zico nem parece Zico!”, comentou ao chegar em casa vindo do CFZ naquela noite de uma quarta-feira de janeiro inesquecível para ela. Além da minha filha que esperou ansiosa para conhecer o senhor Arthur Antunes Coimbra, eu e mais cinco pessoas da Assembleia de Deus Betel, de São Gonçalo, estivemos presentes na ocasião, levando uma camisa para o imortal camisa 10 do Flamengo autografar em uma campanha que ele, o próprio Zico, abençoou. Do contrário, a realização do Retiro dos Jovens, no começo de fevereiro seria difícil. O embarque dos jovens será na sexta-feira (9), às 18h.

Gabi tem razão. Zico, na verdade, nem parece ser o Zico. Zico é único. Inigualável. Ímpar. Só, somente só. Por isto, não restam-me dúvidas de que não foi nós que escolhemos Zico. Foi Zico quem nos escolheu. Uma vez Zico, sempre Zico. Parabéns, muitos anos de vida.

Que o senhor Arthur Antunes Coimbra continue a cantar de galo sem jamais perder a ternura que o faz e o consagra como ídolo. A construção de um exemplo a ser seguido vai além dos feitos nos campos de futebol. Os demais fora deles também ajudam a compor a real, intacta e verdadeira imagem de um modelo a ser admirado como é Zico.

UMA COISA JOGADA COM MÚSICA – CAPÍTULO 48

por Eduardo Lamas Neiva

Com o apoio do público presente ao bar Além da Imaginação, Zé Ary mal esperou acabar o “Hino aos campeões mundiais” e emendou no aparelho de som com “Campeão do mundo”, de João de Barro, com Joel de Almeida, orquestra e coro.

https://discografiabrasileira.com.br/fonograma/107184/campeao-do-mundo

O povo se divertiu a valer com a marchinha, mas, como bem disse João Sem Medo logo que chegou ao Além da Imaginação, é a resenha que resolve qualquer jogo e o papo é a vida do futebol. Por isso que ele muitas vezes parece se tornar infinito quando estamos rodeados de amigos, ainda mais quando tem algo pra beber e beliscar e muita música pra abrilhantar a conversa.

E como não se pode perder o domínio da bola, nem da resenha, João Sem Medo faz a meia cancha organizar o jogo, dando um toque final sobre a conquista de 1958 pela seleção brasileira, indo ao início da preparação da equipe.

João Sem Medo– Da seleção de 56 que fez um giro à Europa, o Gino era o centroavante.

Idiota da Objetividade: – Gino Orlando tinha origem italiana, começou no Palmeiras, mas se destacou mesmo como centroavante do São Paulo, de 1952 a 62. E depois de encerrada a carreira ainda trabalhou como administrador do estádio do Morumbi.

Zé Ary cochicha com os quatro amigos à mesa.

João Sem Medo: – Gino está aí?

Gino: – Sim, João Sem Medo. Com muito prazer.

Ele se levanta e o público o aplaude.

Gino: – Muito obrigado. Como bem disse o Sr. Idiota da Objetividade, fui da base do Palmeiras. Mas comecei a jogar antes, na Associação Atlética Matarazzo, clube das Indústrias Francisco Matarazzo. Fiquei no Palmeiras de 1947 a 51 e depois fui jogar no interior, no XV de Jaú e no Comercial de Ribeirão Preto, para só depois ir para o São Paulo e ser convocado para a seleção brasileira, entre 1956 e 57. Joguei depois na Portuguesa e no Juventus da Mooca. Eu era um grosso, trombador, mas estou na lista dos maiores artilheiros do São Paulo, com muito orgulho.

Idiota da Objetividade: – Fez 233 gols com a camisa tricolor e é o segundo maior goleador da História do São Paulo, atrás apenas de Serginho Chulapa, que fez 243 gols.

Gino é aplaudido, agradece e se senta.

João Sem Medo: – Pois então, Gino naquela excursão à Europa fez um gol de bicicleta contra Portugal.

Gino se levanta novamente.

Gino: – Ótima lembrança, João!

Mais aplausos.

João Sem Medo: – O Feola, que já tinha sido técnico da seleção em um jogo contra o Chile em 55, trocou todo o time de 56, 57, em 58, quando assumiu. E em 58 a seleção só deu o grande salto, porque fez dois jogos duros. O primeiro, em Udevala, contra a Áustria, ganhamos de 3 a 1 aquele jogo, campinho pequeno, 14 mil pessoas e tal. Quando entrou o Garrincha no time, a declaração da comissão técnica foi: “ganhamos com quatro reservas”. Os quatro reservas eram Zito, Garrincha, Pelé e Vavá. Porque não era o time, era o time da Escola de Educação Física do Exército, dois pontas recuados, os dois da frente que eram o Dida e o Mazolla abriam e aí vinha a jogada detrás. Do time de 56, se não estou enganado, sobrou o Djalma Santos, no último jogo. O Nilton Santos foi em 56, mas jogou pouco, jogou dois e depois se machucou, mas o Djalma jogou todas.

Idiota da Objetividade: – João, você está enganado, o Nilton Santos jogou todas as partidas na Europa, em 56.

João Sem Medo: – Mas foi um outro time, e o Feola foi imprensado pela tese de ter só branco no time, mas felizmente os reservas entraram… O Garrincha e o Pelé eram dois reservas. Com Garrincha e Pelé, joga as outras camisas pro alto, quem pegar joga.

Garçom: – Diziam que o Feola dormia no banco de reservas e quem mandava mesmo eram os jogadores mais experientes.

Sobrenatural de Almeida: – Assombroso!

Garçom: – Uma pena ele não estar aqui pra que pudesse dizer o que aconteceu.

Ceguinho Torcedor: – Vicente Feola teve muitos méritos. Pelé na verdade era titular.

Todos ao redor da mesa de Pelé olham pro Rei, que apenas concorda com um gesto para não interromper a resenha.

Idiota da Objetividade: – Pelé ficou fora dos amistosos já na Europa e dos dois primeiros jogos da Copa de 58 porque estava machucado desde a vitória de 5 a 0 da seleção sobre o Corinthians, no Pacaembu, o último amistoso disputado no Brasil. Feola foi o treinador da seleção de fevereiro de 1958 até de 1959, quando teve de ser substituído por Aymoré Moreira, por razões de saúde. Devido a esses problemas de saúde, causados pelo seu peso excessivo, tomava muitos remédios, o que poderia causar sonolência. Ele deixou invicto o comando da seleção: com 18 vitórias e quatro empates. Voltaria em 1964 e dirigiria a seleção na Copa de 66, que não nos traz boas lembranças.

João Sem Medo: – Antes, em 55, ele já havia dirigido a seleção numa partida contra o Chile, como falei anteriormente.

Idiota da Objetividade: – O Brasil venceu por 2 a 1 e conquistou a primeira Taça Bernardo O’Higgins, que foi disputada cinco vezes entre as duas seleções até 1966.

Garçom: – Peço licença à nossa mesa de debates pra outra homenagem a Vicente Feola e à seleção de 58.

Ceguinho Torcedor: – O que nunca é demais.

João Sem Medo: – Não mesmo!

Garçom: – Vamos ouvir, então, “Escola de Feola”, de Nelson Ferreira e Luiz Queiroga, com Os Três Boêmios e Orquestra. Podem sambar à vontade!

O povo ri e aplaude, enquanto se levanta para dançar.

https://discografiabrasileira.com.br/fonograma/167572/escola-de-feola

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