A DOIS PASSOS DO PARAÍSO
por Zé Roberto Padilha
Muitos carregam dentro de si noções diferentes do paraíso que sonham alcançar. Claro que todos queremos ser felizes, saudáveis, queridos, amados e ricos. Porém, no fundo, tem um projeto, uma mulher, uma viagem, um mandato que vai lhe dar um gostinho único de realização pessoal.
Algo que foi crescendo dentro de sua formação e ganhando proporções de desejo absoluto acima do objeto comum cobiçado pela maioria dos mortais. Quando comecei minha carreira de treinador de futebol, em Xerém, esse paraíso foi se formatando enquanto comandei, por oito anos, quatro clubes.
Para mim, o paraíso seria alcançar a equipe profissional do Fluminense. Se alcancei como jogador, por que não? Para isso, percorri, desde os infantis, todos os caminhos para obter licitamente tal oportunidade.
E ela surgiu quando Edinho, então técnico dos profissionais, perdeu a decisão carioca de 1993, para o Vasco, em uma quarta-feira à noite, no Maracanã. Antes de partir, virou para mim, então técnico do Juniores, e disse:
– Agora é com você, parceiro!
Como o presidente do clube, Arnaldo Santiago, nada declarava. Perguntei ao supervisor, Roberto Alvarenga, o que faria.
– Você vem pela manhã e dá o treino. Deve ficar como interino até o clube resolver.
Claro que não consegui dormir direito. Estava próximo do Paraíso e domingo tinha jogo com o Palmeiras pelo Torneio Rio São Paulo. E passei a noite idealizando o time que levaria a campo. A novidade seria entregar a camisa 10 ao Nilberto, irmão do Nelio e do Gilberto, que estava arrebentando no Juniores.
Não tomei remédios para dormir, mas merecia uns três. Lembrava das inúmeras vezes que deixava Três Rios no ônibus das 5h30, descia na entrada de Xerém, esperava o ônibus tricolor chegar, dava o treino, voltava com eles para as Laranjeiras, fazia relatório e voltava no Salutaris das 14h30.
Não foram dois dias. Foram quatro anos. No fim, encontrava um amigo na Rodoviária Novo Rio e quando ele perguntava se estava indo ou chegando tinha que olhar o bilhete.
Enfim, tomei meu café e às 9h entrava pelo portão da Rua Álvaro Chaves, 41, mais nervoso e inseguro do que naquela manhã de 1968, aos dezesseis anos, quando cheguei para fazer testes nos infanto-juvenis. Naquela ocasião, só dependia de mim. Nesta outra, não havia bolas ou chuteiras à disposição para defender meu lugar no meu time de coração.
Fui entrando e logo uma leva de jornalistas passou por mim. Apenas me acenaram, não pararam. Totalmente sem graça, procurei refúgio e consolo na rouparia. Ximbica, meu amigo, contou tudo. E me consolou.
– Liga não, Zé, o Nelsinho é muito amigo do Arnaldo. Você terá outras oportunidades!
Poucas vezes retornei à minha cidade triste daquele jeito. Pela janela do ônibus, mesmo diante da beleza da serra de Petrópolis, não entendia porque me negaram aquela oportunidade, mesmo que fosse interino, como tantos, por uma partida.
Poderia perder para o Palmeiras e retornar ao Juniores, mas perderia para o resultado, que é o que define nossa permanência no cargo, jamais por desconhecimento de causa.
Nas duas horas em que passei dentro do ônibus, fui acompanhado pelo meu anjo de guarda. Só ele poderia conceder-me aqueles momentos de paz e reflexão diante das explicações que desrespeitosamente não me deram.
– Por que deixaram o Edinho citar meu nome à imprensa? Por que o Arnoldo Santiago deixou-me viver uma noite de sonhos estragados?
E cá entre nós, ninguém era mais tricolor do que eu, tinha mais tesão para merecer aquela oportunidade.
Chegando em casa, mal deu tempo de ser consolado pela minha esposa.
– Levanta a cabeça! Como treinador da base, vai ter outras chances. Cai treinador todo dia! – dizia ela, porque o telefone tocou. Do outro lado da linha Roberto Alvarenga nos deu o tiro de misericórdia.
Nelsinho exigiu que seu filho, Nelsinho Batista, trabalhasse com ele. E dirigindo os Juniores. Não havia apenas perdido a chance e de alcançar a equipe profissional, estava demitido do clube. A terra cedeu e levou, naquela manhã esquecível de maio de 1993, meus sonhos quando estava apenas a dois passos do paraíso.
NÃO, OBRIGADO!
por Idel Halfen
Se você estivesse trabalhando numa boa empresa e fosse convidado para assumir o mesmo cargo em uma empresa que seja referência na sua área de atuação, você aceitaria? Depende, né?
E se essa empresa “referência” oferecesse também um contrato maior tanto em termos de compensação financeira como de duração? Difícil recusar, não é mesmo?
E se a capacitação técnica dos colaboradores que você liderará nessa “nova” empresa for superior à dos atuais?
Pois bem, situação similar aconteceu recentemente com Dan Hurley. Quem???? Explico: Hurley é o atual técnico da equipe de basquete da UConn – University of Connecticut – e recebeu um convite para ser o treinador do Los Angeles Lakers, franquia que tem entre seus jogadores ninguém menos do que LeBron James. A proposta girava em torno de US$ 70 milhões por seis anos, o que equivale a um pouco mais do que o dobro do contrato com a UConn.
Ainda que comandar a equipe campeã da NCAA – National Collegiate Athletics Association, o campeonato universitário dos EUA -, seja algo extremamente atrativo, não há, em tese, como comparar com a oportunidade de dirigir uma das equipes mais vitoriosas da liga de basquete mais rica e popular do mundo, tendo, consequentemente, a oportunidade de conviver com os melhores jogadores de basquete do planeta.
Diante de todo esse enredo, os leitores devem estar ávidos para saber quando ele assume o Lakers e, provavelmente, fazendo algum prognóstico quanto ao sucesso, ou não, do treinador.
Podem parar! Hurley recusou a proposta.
As causas, nunca é uma só, estão ligadas às raízes que ele tem em Connecticut junto à família, além, talvez, de um certo receio de assumir a responsabilidade de fazer um time de estrelas, sem resultados expressivos no momento, virar a chave e triunfar.
Analisando a decisão, é certo que não teremos unanimidade. As opiniões variarão em função do jeito de ser de cada um, dos anseios, dos valores, do momento de vida e da necessidade econômica, entre outros fatores. Não há decisão certa ou errada antes de tomá-la.
Todavia, mesmo reconhecendo que há motivos coerentes para a recusa, cabe ao Lakers refletir a respeito do ocorrido, pois, se uma proposta é recusada, a responsabilidade pode não ser apenas da parte que a rejeita, principalmente em situações recorrentes. É preciso, sobretudo, entender o que vem acontecendo tanto em termos de resultados como de atratividade de talentos, os quais podem até estar interligados.
Todo esse relato que tem o esporte como pano de fundo pode, e deve, ser replicado ao mundo corporativo. Entender a razão pela qual as pessoas não aceitam ofertas aparentemente boas, por exemplo, é fundamental para se gerir qualquer organização. Engana-se quem acha que os “bastidores” das corporações ficam restritos a elas. Hoje em dia, há até sites que trazem comentários e críticas de colaboradores sobre suas ex e atuais empresas, isso sem falar nas redes sociais que auxiliam na conexão entre pessoas, o que pode ajudar no esclarecimento de dúvidas sobre qualquer assunto, inclusive na vida dentro de alguma empresa.
Portanto, ainda que uma boa remuneração seja um fator de extrema relevância para avaliação de uma proposta, há pontos, muitos deles aparentemente sem importância, que nortearão o processo de decisão.
GOL DE BARRIGA: O JOGO DOS JOGOS
por Paulo-Roberto Andel
Faz muito tempo, quase 30 anos. Exatamente hoje, 29. Vivíamos num outro mundo, num outro futebol, o Brasil tinha acabado de conquistar o tetra nos Estados Unidos. E o Maracanã, meus amigos, era do povo, da geral, da velha arquibancada de concreto e mil histórias.
Foi assim que Flamengo e Fluminense entraram em campo em 25 de junho de 1995 para provavelmente realizarem o maior jogo da história do clássico. É natural que muitos contestem essa afirmativa, já que o Fla x Flu tem 112 anos e mil capítulos especiais. Mas muita gente que viu as equipes duelarem desde a Era Maracanã crava com louvor o dia do gol de barriga como o maior Fla x Flu de todos os tempos, sem desprezar épicos como o primeiro clássico realizado em 1912, o famoso Fla x Flu da Lagoa em 1941, o estrondoso de 1963, o de 1969 e os de Assis em 1983 e 1984. Ano passado mesmo, a goleada tricolor na decisão carioca de 2023 foi marcante, mas…
Primeiro: o Fla x Flu do gol de barriga foi um jogaço. Debaixo de chuva, o Tricolor impôs 2 a 0 no primeiro tempo e massacrou o rival – poderia ter feito 5 ou 6. No segundo tempo, o Fla reagiu, partiu para cima, empatou o jogo e poderia ter virado, tamanho o volume do jogo. Primeiro com um jogador a menos, depois dois, o Flu esteve por milímetros de tomar uma invertida histórica, mas conseguiu se safar e fazer 3 a 2 num gol pra lá de inusitado, garantido um título que perseguia há nove anos. Mas antes do gol e numericamente desfalcado, o Fluminense não quis saber e também atacou muito. Foi um duelo lá e cá, disputado, fervoroso, inesquecível.
O Flamengo tinha um timaço, com Branco, William, Mazinho, Rodrigo Mendes, Sávio e Romário, o melhor jogador do mundo em 1994, afora Vanderlei Luxemburgo como treinador. Joel Santana respondia pelo Fluminense, que tinha Lima, Lira, Djair, Aílton, o eterno Super Ézio e Renato Gaúcho, autor do gol monumental. Curiosamente, o famoso gol de barriga marcou o jogo para sempre, mas diante de tantas alternativas e nuances de uma partida riquíssima, ele foi um detalhe – ainda que definitivo.
O Fluminense fez 3 a 2 para sempre, sua torcida chorou como nunca – muitos que já estavam fora do Maracanã voltaram aos berros – e os 15 minutos finais do clássico foram apoteóticos. Confirmada a vitória monumental, os mais de 110 mil torcedores aplaudiram efusivamente ao término do jogo imortal, reconhecendo a qualidade da batalha.
Para Márcio Guedes, decano e saudoso jornalista esportivo, que tinha visto pelo menos oito dos dez maiores Fla x Flus da história, não houve dúvidas: o jogo do gol de barriga foi o maior de todos eles. Márcio disse isso em rede nacional de TV no dia seguinte à decisão. O vídeo está no YouTube.
E eu, que era um garoto de 27 anos e já tinha visto muitas coisas belas do Fla x Flu, nunca mais me esqueci daquele dia. Anos depois, tive a honra de escrever três livros sobre aquele título imortal. Muitas e muitas vezes voltei ao Maracanã e recordei cada segundo daquele duelo histórico, único. Desde então, já vi meu Fluminense atravessar céus e infernos, perder e ganhar títulos fabulosos, mas nada, absolutamente nada se compara ao que foi estar na arquibancada tricolor naquele 25 de junho de 1995. Foi o meu dia mais feliz como torcedor do Fluminense, que dificilmente será superado. É que ganhar do melhor jogador do mundo com um gol de barriga e terminando o jogo com apenas oito atletas não acontece duas vezes na vida. É algo que só se vive uma vez – e que vez!
Viva o Tricolor, campeão eterno de 1995!
@pauloandel
NAS ONDAS DO RÁDIO
por Elso Venâncio
A Rádio Tupi uniu José Carlos Araújo e Luiz Penido, consolidando a audiência no futebol
Os dois grandes nomes da comunicação esportiva, o ‘mestre’ José Carlos Araújo e Luiz Penido, seguem firmes a impulsionar cada vez mais a audiência da carioca Super Rádio Tupi/FM nas transmissões de futebol.
Um dos momentos marcantes do Rádio Esportivo foi quando o ‘Garotinho’ José Carlos Araújo, após 42 anos na Rádio Globo, passou o comando no ar para Luiz Penido, ‘O Garotão da Galera’. José Carlos, lenda viva do Rádio, sem nenhuma vaidade e muito menos rancor, já percebia o que o tempo só iria comprovar.
Errou a direção da emissora líder de audiência em todo o país, que dava ainda um chicote sonoro não só no Maracanã, mas nos carros, bares, bancas de jornais e portaria dos edifícios da cidade. O slogan da Rádio Globo era ‘Um Brasil de Audiência’.
Penido voltou à Tupi devido ao enfraquecimento da Globo, e o Garotinho passou pela Bradesco Esportes e pela Transamerica.
Treze anos depois, a Tupi fez o que a Globo deveria ter feito. Uniu os dois profissionais, contratando José Carlos Araújo e, assim, consolidando a audiência.
Luiz Mendes ‘O Comentarista da Palavra Fácil’, previu a perda da popularidade das Rádios Globo, Rio e São Paulo, quando surgiram os programas em rede nacional:
“Rádio é regional, diferentemente da TV.”
O narrador Bruno Cantarelli, da Transamerica, deixou de ser revelação e se tornou realidade, em um mercado que resiste a se renovar. Bruno e Beto Júnior criaram o excelente Charla Podcast e estão migrando para a tevê.
Na Super Rádio Tupi, a boa novidade é Rafa Penido, ‘O Brabo’. Esse bordão, uma gíria da internet, é genial. Aliás, Penido, que é tio e mentor do Rafa, assumiu o comando do ‘Show do Apolinho’, que passa a se chamar ‘Geraldinos e Arquibaldos’, termo criado pelo eterno Washington Rodrigues. O ‘Giro Esportivo’ está revigorado, com a apresentação de Edilson Silva. Ágil, informativo, traz os experientes comentaristas Rubem Leão e Waldir Luiz. É ainda divertido, graças às participações de Fonfom e Hélio Júnior. O primeiro apresentador da atração, criada há mais de 30 anos por Luiz Penido, foi Eraldo Leite. Este se tornou o primeiro programa esportivo noturno, com duas horas de duração. O ‘Panorama Esportivo’, que na Globo contava com o inesquecível Gilson Ricardo, começava às 22hs e terminava às 23hs, sendo prolongado imediatamente até meia noite.
O rádio usa hoje a tevê e a internet como aliados, além dos ouvintes, que podem opinar, pedir músicas ou passar informações. Não à toa, o veículo é apontado em todas as pesquisas como o de maior credibilidade da comunicação brasileira.
CAMPEÕES DE FANTASIA
por Péris Ribeiro
Pode não parecer uma explicação definitiva – ou a mais coerente de todas. No entanto, é comum muitos clubes optarem por contar a própria história – e então decidem contá-la, quase sempre, à sua maneira. Uma transgressão que leva a imediatas – e esperadas – distorções, já que vários números por eles apresentados, fatalmente acabam se chocando com a dura realidade dos fatos. Daí uma série de conquistas, de alguns dos maiores clubes do mundo, se verem inapelavelmente contestadas – ou, até mesmo, não reconhecidas.
O Fluminense do Rio, por exemplo, até hoje se considera vencedor de três Torneios Rio- São Paulo, quando, na realidade, venceu apenas dois – foi campeão em 1957 e 1960. Explica-se. A edição de 1940 da competição não foi até o fim, sendo paralisada antes da fase decisiva, devido ao pouco interesse do público e ao consequente prejuízo nas bilheterias. Porém, como a dupla Fla-Flu era líder do torneio até ali, o Fluminense decidiu, apressadamente, autoproclamar-se campeão – o que o Flamengo se recusou a fazer.
Aliás, outro fato semelhante veio a ocorrer 12 anos depois, quando realizou-se a disputa da II Copa Rio. Na verdade, um torneio internacional de importância comprovada, com a presença, inclusive, do Peñarol, campeão uruguaio – e recheado de jogadores que haviam ganhado a Copa do Mundo, realizada no Brasil dois anos antes, em 1950. Porém, aquela era uma competição que, mesmo com times da Europa e da América do Sul, jamais foi considerada um Mundial de Clubes – muito menos, pela FIFA.
O que não impede o Fluminense – campeão da competição, ao vencer o Corinthians por 1 a 0, no primeiro jogo decisivo, empatando o segundo em 2 a 2 – de pensar de maneira diferente. Tanto que se autoproclama, oficialmente, “Campeão Mundial Interclubes” de 1952.
Por falar nisso, tal comportamento é o mesmo adotado pelo Palmeiras de São Paulo, vencedor da I Copa Rio, em 1951. Uma façanha celebrada, até hoje, com grande vibração pelo clube alviverde – que se considera, oficialmente, o primeiro “Campeão Mundial Interclubes” da história.
Aliás, pouco importa aí a determinante – e definitiva – decisão da FIFA, afirmando não reconhecer nas conquistas de palmeirenses e tricolores edições de um pretenso Campeonato Mundial entre clubes. O que as duas agremiações brasileiras, evidentemente, demonstram jamais aceitar como uma resolução irrevogável. Ainda mais, partindo da principal Entidade do futebol internacional.
O delírio, em lugar da verdade
No entanto, o que parece ainda mais surrealista em toda essa história – tornando os fatos, inclusive, cada vez mais inverossímeis -, são os seguidos desmandos perpetrados por vários e vários clubes de todo o mundo, no que se poderia chamar de uma típica “forçação de barra”. Por sinal, tais desmandos se veem expostos de forma ainda mais desavergonhada, no exato instante em que tais clubes tentam, despudoradamente, atribuir a si próprios importantes conquistas que jamais obtiveram. Quando não, títulos que jamais conseguiram.
É o caso específico, para não ir mais longe, do Botafogo do Rio, que ao ganhar, por três anos consecutivos, o Torneio Internacional de Caracas – realizado por volta da década de 1960 -, resolveu exigir da FIFA que o considere “Tricampeão Mundial”. Certamente, numa delirante alusão ao antigo torneio realizado na capital da Venezuela, em plenos Anos 1950, e que foi denominado pomposamente pelos seus organizadores, de Pequena Taça do Mundo de Caracas. Normalmente, um Quadrangular disputado por clubes da Europa e da América do Sul.
Por sinal, até o poderoso Real Madrid – recordista absoluto, no quesito grandes conquistas internacionais – chegou a cair nessa armadilha. A ponto de catalogar como oficiais, os títulos que ganhou nos anos de 1952 e 1956.
Explica-se. Campeão em 1952, na primeira edição da competição, e novamente campeão em 1956 – já então, podendo escalar Di Stéfano, Kopa, Rial, Gento e Cia -, o Real se tornou o clube mais vezes campeão da badalada Pequena Taça do Mundo. E, empolgado pelo fato de haver vencido uma competição fora da Europa naquela época, passou a anexar aqueles dois títulos de maneira oficial por vários anos. Um fato que só foi corrigido recentemente, com as duas Pequenas Taças do Mundo de Caracas passando a fazer parte, tão somente, da lista dos torneios amistosos vencidos pelo Gigante de Madrid.
Por fim, o que podemos afirmar seguramente é que, mesmo sendo tentadora – mas condenável, sob todos os pontos de vista -, a estranha mania de os clubes contarem à sua maneira a própria história, continua se espalhando mundo afora. Infelizmente!
E é isso, por sinal, que anda fazendo com que a grandeza de alguns clubes – todos eles, centenários e vitoriosos, e reconhecidos internacionalmente -, acabe entrando no perigoso terreno da contradição. Com a sua história, inclusive, até mesmo sendo posta em dúvida.
Triste, não?