DÊ A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
por Zé Roberto Padilha
Em meio ao desaparecimento do camisa 10 em nosso futebol, a ponto do protagonismo das jogadas que decidem estarem nos pés de estrangeiros (Arias, no Flu, Arrascaeta, no Fla e Payet, no Vasco) chegou a hora do Fluminense entregá-la ao Marcelo.
Com a ausência do Ganso, suspenso, ele ocuparia sua vaga no meio-campo e seria o nosso maestro. Diogo Barbosa e Alecsander é que vão se incumbir de proteger o lado esquerdo para lhe conceder liberdade de criação.
Quando Júnior voltou ao Flamengo, depois de uma temporada no futebol italiano, ele deixou a camisa 6 para o Adalberto e foi pro meio merecer o apelido de Maestro. Um maestro não corre atrás das partituras, ele é que comanda a orquestra.
Um desperdício tem sido colocar o Marcelo na lateral-esquerda. Quando apoia, realiza grandes jogadas, faz gols e fornece assistências. Por que obrigá-lo a voltar correndo para a lateral?
E ele possui, além do talento, o equilíbrio que falta ao Felipe Melo, sempre de cara amarrada e criando confusão. Ao contrário, tem sido um cavalheiro dentro de campo, joga sorrindo, feliz e é um dos poucos que ajudam o adversário a se levantar.
Dê a César o que é de César. Quando Jesus proferiu essa frase, ele quis dizer que “todos devem cumprir suas obrigações, sejam diante do governo ou de Deus”. Sendo assim, Fernando Diniz, dê ao Marcelo o que é do Marcelo.
BENS DE CONSUMO NO FUTEBOL
por Idel Halfen
A mudança do controle acionário da SAF do Cruzeiro de Minas Gerais trouxe na sua esteira a entrada de várias marcas de bens de consumo como patrocinadoras do clube.
Será, então, que a indústria de bens de consumo “descobriu” que estar no futebol é uma excelente iniciativa? Lamento informar que não! O futebol já vem ao longo do tempo atraindo empresas desse setor, embora, excetuando uma fase em que a Coca-Cola patrocinou simultaneamente dez clubes brasileiros, as marcas desse segmento nunca “dominaram” o mercado da modalidade, tal como acontece agora com as empresas do setor de apostas ou no passado, quando as marcas do ramo de telecomunicação e do financeiro eram ostentadas nas camisas dos times.
Trata-se, na verdade, de uma situação provocada pelo fato de o atual dono da SAF do Cruzeiro ser proprietário também da 5ª maior rede de supermercados do Brasil, os Supermercados BH.
Podemos então inferir que o prestígio do proprietário foi responsável por atrair marcas como Unilever, Kodilar, Vilma Alimentos e outras que ainda podem chegar? Em tese sim! Afinal, um enorme e eficiente canal de vendas é interessante para as marcas, sendo importante para elas estar bem com o “dono”. É fato também que a negociação de patrocínio com o clube pode incluir, em função da “estreita” relação deste com o varejo, entregas que vão desde a garantia de sempre se ter produtos do patrocinador fazendo parte do sortimento das lojas, até posições privilegiadas no que tange à exposição, isso sem falar numa eventual pactuação de quantidade a ser comprada.
Falta acrescentar nessa análise a situação do supermercado, pois, ao contrário do que muitos pensam, há reflexos na sua operação. Não vou entrar no mérito de que a provável garantia de presença dos produtos dos patrocinadores pode vir a tirar o espaço de outros da mesma categoria com uma capacidade de rentabilidade maior. Prefiro partir da premissa que todas elas são marcas preferidas ou, na pior das hipóteses, sem rejeição. Todavia, não dá para ignorar que as habituais ações promocionais – trade, bonificação, publicidade, descontos, etc. do fornecedor/patrocinador – serão impactadas, o que pode vir a afetar a atratividade desses produtos na rede varejista.
É preciso ter em mente que as áreas de marketing da indústria costumam elaborar o orçamento/planejamento, definindo um montante de verba que será dedicado individualmente aos principais varejistas e que a hipótese de aumentá-la é bastante remota.
Vale lembrar que essa forma de operação de patrocínio não é inédita. Um caso emblemático ocorreu na Fórmula 1, mais precisamente com o piloto Pedro Paulo Diniz, filho do Abílio Diniz que era o principal acionista do Pão de Açúcar. Basta olhar uma foto do carro do piloto para perceber a presença de várias marcas de bens de consumo, as quais agiam da forma narrada acima.
Previamente mensurar as consequências dessa condição para a rede é impossível, mesmo porque, ela também pode se beneficiar do fato de as marcas estarem mais divulgadas, atreladas ao esporte e, quem sabe, ter um incremento de venda em função disso, daí não caber nenhum tipo de crítica à iniciativa.
O que se pretende com o artigo é alertar para o fato de que as marcas de bens de consumo não passaram a ver o futebol como um espaço perfeito para se investir, elas apenas aproveitaram a oportunidade de alocar suas verbas de forma diferente do convencional.
ADOLAR
por Zé Roberto Graúna
Em julho de 1990, quando atuava como artista gráfico no Sindicato dos Petroleiros –
entidade que por alguns anos foi comandada pelo intrépido Ronaldo Cabral Magalhães,
o “Ronaldo Petroleiro” – eu estava nas oficinas gráficas do jornal Tribuna da Imprensa
para acompanhar a impressão de um dos tabloides da entidade. Na época, muito antes
da tecnologia digital, os jornais eram montados artesanalmente em papel, depois eram
gravados em fotolitos para a produção das chapas de zinco e posterior impressão nas
máquinas rotativas. Nós deixávamos as artes das páginas com os funcionários da gráfica
e ficávamos aguardando a finalização dos fotolitos para aprovação final e impressão.
Isso levava cerca de quarenta minutos, e como não havia muita coisa para fazer do lado
de fora do jornal, que ficava na Rua do Lavradio, no Centro do Rio, resolvi percorrer a
redação para ver se encontrava alguém conhecido para jogar conversa fora. Não
encontrei ninguém do meu círculo de amizades, mas acabei descobrindo um rapaz numa
mesa cheia de desenhos. Me aproximei e o jovem apresentou-se como Adolar, e estava
atuando como caricaturista no jornal dirigido por Hélio Fernandes. Conversamos por
uns 30 minutos, tempo suficiente para perceber que o desenhista tinha talento de sobra
para a arte da caricatura. Depois de me mostrar um monte de ótimos desenhos e explicar
que gostava de usar caneta hidrocor, nos despedimos e, antes de me retirar, o cartunista
sacou de uma pasta uma interessante caricatura onde se vê Mané Garrincha recebendo
no céu o cronista João Saldanha, que havia falecido dias antes, e presenteou-me com o
lindo desenho, arte que foi publicado na capa do jornal Tribuna da Imprensa no dia 13
de julho daquele ano, um dia após a morte de “João sem medo”. Feliz da vida com o
valioso presente, voltei para as oficinas da gráfica para concluir minhas obrigações.
Formado pela Faculdade de Comunicação Social e Jornalismo, da Universidade Gama
Filho, Adolar de Paula Mendes Filho chegou a jogar futebol, em 1977, nas divisões de
base do Vasco da Gama, seu time do coração, mas ele era mesmo um craque do lápis e
desenhou uma bela trajetória como caricaturista. Começou profissionalmente, em 1988,
quando publicou ótimas caricaturas de jogadores de futebol e outras personalidades do
esporte na capa do Jornal dos Sports; mais adiante passou, como vimos acima, pela
Tribuna da Imprensa, mas logo transferiu-se, em 1991, para o jornal O Dia; dois anos
depois foi o vencedor do concurso para revelação de novos talentos, tradicionalmente
realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, passando a atuar com sucesso em São Paulo.
Aliás, em Campinas, existe uma famoso restaurante especializado em culinária italiana,
o Lellis Tratoria, que mantém há anos uma rica coleção de caricaturas de celebridades
decorando o ambiente, entre as quais alguns ídolos do futebol, são mais de 500
caricaturas criadas pelo Adolar. Um recorde absoluto. Infelizmente, o talentoso artista
faleceu prematuramente em 2021, aos 59 anos, após lutar arduamente contra um câncer.
Deixou esposa, Srª Ivaldete Luna e três filhos.
Para apreciação do talento do genial Adolar, exibo a estupenda arte com Garrincha e
João Saldanha que circulou com destaque na primeira página da Tribuna da Imprensa.
O PRESIDENTE ETERNO
por Elso Venâncio
O dirigente que montou duas máquinas de jogar futebol sonhava ver o Fluminense campeão mundial de clubes, em Tóquio
Francisco Horta é uma das lendas vivas do futebol brasileiro. Carismático, visionário, empolgante ao defender suas ideias, foi o mais marcante e popular presidente da história do Fluminense. Ao assumir, em janeiro de 1975, foi a São Paulo e contratou o astro Roberto Rivellino, do Corinthians, simplesmente o maior jogador do país. Não satisfeito, decidiu formar a primeira ‘Máquina’, tirando Paulo Cézar Caju do Olympique de Marselha.
Rivellino vestiu pela primeira vez a camisa tricolor justamente contra o seu ex-clube, marcando os três primeiros gols, na goleada de 4 a 1, em um sábado de Carnaval que atraiu mais de 40 mil pagantes ao Maracanã. Paulo Cézar estreou no amistoso contra o Bayern de Munique, bicampeão europeu e base da seleção alemã campeã do mundo em 1974. O Fluminense venceu o time de Backenbauer por 1 a 0, com uma curiosidade. Müller, o artilheiro da Copa, ao tentar evitar um gol, marcou contra. Com mais de 60 mil pagantes, Horta mandou abrir os portões do Maracanã, que teve, assim, mais de 100 mil presentes.
O dirigente, após o título estadual, quis conquistar o Brasileiro e, consequentemente, a Libertadores, sonhando com o Mundial Interclubes, em Tóquio. O Fluminense venceu o Torneio de Paris e a Copa Viña Del Mar, sempre com grandes exibições.
A derrota para o Internacional por 2 a 0, em pleno Maracanã, fez Horta desmontar a equipe e montar uma segunda ‘Máquina’. Ainda mais poderosa! Roberto, goleiro, Toninho, lateral, e o ponta Zé Roberto foram trocados com o Flamengo, que liberou o goleiro Renato, Rodrigues Neto, lateral, e o argentino Narciso Doval. Carlos Alberto Torres foi outro craque contratado. Abel, Zé Mário e Marco Antônio foram para o Vasco, que liberou Miguel, zagueiro, e Luís Carlos Tatu. O Vasco decidiu o Carioca com o Fluminense, empatando em 0 a 0. Na prorrogação, Doval, de cabeça, fez o gol do bicampeonato.
Em 1976, se o Brasileiro fosse por pontos corridos o Fluminense seria o campeão, mas na época imperava o ‘mata-mata’. O adversário, novamente na semifinal, dessa vez foi o Corinthians, que estava havia 22 anos sem título. Na ‘Invasão Corintiana”, 70 mil paulistas ajudaram a lotar o Maracanã. No vestiário, Horta surpreendeu ao afastar Paulo Cézar Caju, que entraria em campo protegido por uma liminar, obtida por José Carlos Vilela, ‘O Rei do Tapetão’. Antes de a bola rolar, um dilúvio encharcou o gramado. O árbitro baiano Saul Mendes, mesmo com mais de 150 mil presentes, tentou adiar o jogo e consultou os capitães, Carlos Alberto e Zé Maria. O presidente, da Tribuna, confiante, mandou ordem para Carlos Alberto, o ‘Capitão do Tri’:
– Vai ter jogo!
Campo alagado, a bola não corria. A partida terminou 1 a 1 e o Corinthians venceu nos pênaltis, com Rivellino se recusando a bater.
Irrequieto, Francisco Horta desmanchou a Máquina, mandando Paulo Cézar Caju, Rodrigues Neto e Gil para o Botafogo e recebendo, de igual quilate ao trio, Marinho Bruxa. Verdade que vieram também do Alvinegro o goleiro Wendel e o lateral Miranda. Ainda assim, anos depois, perguntei ao ‘Presidente Eterno’ por que ele trocou três ídolos por apenas um?
– Erro meu! Após duas grandes decepções!
Com o Juiz Criminal Francisco Horta no comando do clube, o Fluminense era o grande esquadrão do país, dando espetáculos e enchendo estádios. Horta, há 10 anos, é o Provedor da Santa Casa de Misericórdia, no centro do Rio. No final de setembro, esse grande homem, que foi biografado por Marcos Eduardo Neves no livro ‘O Maquinista’, completa 90 anos de idade. Merece, portanto, todas as homenagens.
1994: OS 30 ANOS DA COPA DO MUNDO QUE NUNCA ACABOU
por Mateus Ribeiro
Introdução
Se você gosta de futebol e começou a acompanhar o esporte bretão no início da década de
1990, provavelmente se lembra com carinho da Copa de 1994. Disputado nos Estados
Unidos da América, o mundial de 1994 foi especial, não apenas pela conquista do Brasil,
mas também por jogos inesquecíveis que foram disputados por seleções (e jogadores)
muito marcantes.
A icônica Copa de 1994 está prestes a completar 30 anos. E tal marca não poderia passar
em branco. Sendo assim, resolvi fazer uma matéria especial sobre o torneio que me fez ser
apaixonado pelo futebol. Então, separe alguns minutos do seu dia e relembre grandes
momentos que foram protagonizados por Romário, Taffarel, Roberto Baggio, Gheorghe
Hagi, Hristo Stoichkov, Thomas Ravelli, Roger Milla, Rashid Yekini, Saeed Al-Owairan e
grande elenco.
https://www.youtube.com/watch?v=IK-0h4k-ogk&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=20
O caminho do Brasil até a Copa
Comandada por Carlos Alberto Parreira, a seleção brasileira não teve vida fácil nas
Eliminatórias, que na época, eram disputadas em um formato diferente do atual. Nove
seleções foram divididas em dois grupos, um com quatro seleções e outro com cinco. O
Brasil ficou no grupo B, ao lado de Bolívia, Uruguai, Equador e Venezuela.
O Brasil não começou bem as Eliminatórias. Um empate sem gols com o Equador e uma
derrota para a Bolívia deixaram a seleção canarinho em uma situação complicada, porém,
as coisas começaram a entrar no eixos após uma sapatada aplicada na Venezuela (5 a 1).
Na última partida do primeiro turno, o Brasil empatou com o Uruguai fora de casa (1 a 1).
No segundo turno das Eliminatórias, o Brasil acumulou vitórias, porém, a classificação só foi
confirmada no último jogo da seletiva. Em um Maracanã lotado, Romário (que estava
afastado da seleção) fez dois gols, o Brasil despachou o Uruguai e carimbou sua passagem
para a terra do Tio Sam.
Seleções participantes
A décima quinta edição da Copa do Mundo masculina de futebol foi disputada entre os
dias 17 de junho e 17 de julho de 1994, nos Estados Unidos da América. Vinte e quatro
seleções, de diferentes continentes, disputaram a Copa. Confira abaixo quais foram essas
seleções.
Europa: Alemanha, Bélgica, Bulgária, Espanha, Grécia (estreante), Irlanda, Itália, Noruega,
Holanda, Romênia, Rússia, Suécia e Suíça
América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil e Colômbia
América do Norte: Estados Unidos da América e México
África: Camarões, Marrocos e Nigéria (estreante)
Ásia: Arábia Saudita (estreante) e Coréia do Sul
Sedes
A Copa de 1994 foi disputada em nove estádios diferentes: Rose Bowl (Pasadena,
Califórnia), Stanford Stadium (San Francisco, Califórnia), Pontiac Silverdome (Detroit,
Michigan), Giants Stadium (Nova York, Nova York), Cotton Bowl (Dallas, Texas), Soldier
Field (Chicago, Illinois), Citrus Bowl (Orlando, Flórida), Foxboro Stadium (Boston,
Massachusetts) e Robert F. Kennedy Memorial Stadium (Washington, D.C.).
Regulamento
As 24 seleções da Copa do Mundo de 2024 foram divididas em seis grupos, cada um com
quatro equipes. As duas primeiras colocadas de cada grupo se classificaram
automaticamente para as oitavas de final. As quatro melhores terceiras colocadas também
avançaram para o mata-mata.
A vitória, pela primeira vez na história das Copas, passou a valer três pontos, enquanto o
empate continuava valendo um ponto.
Um pequeno resumo sobre a primeira fase
A fase de grupos da Copa de 1994 foi emocionante e presenteou os fãs de futebol com
grandes jogos. Neste tópico, farei um breve resumo sobre o que aconteceu em cada um
dos grupos. Vamos lá?
Grupo A (Estados Unidos, Romênia, Colômbia e Suíça)
Encabeçado pelos donos da casa, o grupo A da Copa de 1994 também contava com a
Suíça, com a Romênia e com a Colômbia, que foi uma das grandes decepções do mundial.
O super time sul-americano, que contava com Rincón, Valderrama, Asprilla e Andrés
Escobar, somou apenas 3 pontos, foi eliminado e ficou em último lugar do grupo.
A Romênia somou seis pontos (conquistados em cima da Colômbia e dos Estados Unidos)
e ficou com o primeiro lugar. Suíça e Estados Unidos fizeram quatro pontos cada e se
classificaram, respectivamente, no segundo e no terceiro lugar do grupo A.
Vale citar que o momento mais triste da Copa aconteceu no jogo entre Estados Unidos e
Colômbia. O zagueiro colombiano Andrés Escobar fez um gol contra, que contribuiu para a
eliminação da seleção de seu país. Alguns dias após o gol, Andrés foi assassinado a tiros.
Oficialmente, não foi comprovado que o crime teve ligação com o gol contra, porém, de
acordo com matéria assinada por Rafael Reis e publicada no portal UOL
[https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rafael-reis/2020/05/21/zagueiro-colombiano-
foi-morto-por-gol-contra-na-copa-94-verdade-ou-lenda.html], investigações apontaram que a
morte de Escobar foi encomendada por apostadores.
Grupo B (Brasil, Rússia, Camarões e Suécia)
A seleção brasileira enfrentou russos, camaroneses e suecos na primeira fase da Copa.
Contra a Rússia e contra Camarões, o time do Brasil obteve duas vitórias relativamente
tranquilas (2 a 0 e 3 a 0). No entanto, a partida contra a Suécia foi complicada e terminou
empatada em um gol. O sempre eficiente Romário fez gol nos três jogos e mostrou que não
estava para brincadeira.
https://www.youtube.com/watch?v=n6PJMzfS1oI&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=8
O Brasil se classificou em primeiro lugar, enquanto o competente time sueco ficou com a
segunda vaga.
Um dos jogos mais interessantes do grupo B foi a partida que colocou frente a frente
Camarões e Rússia. Os russos venceram por 6 a 1, sendo que Oleg Salenko marcou cinco
gols. Até hoje, ele é o único jogador a anotar cinco gols em uma partida de Copa do Mundo.
No mesmo jogo, Roger Milla virou o jogador mais velho a marcar um tento em uma partida
de mundial. Quando marcou contra a Rússia, Roger Milla tinha 42 anos e 39 dias.
Grupo C (Alemanha, Bolívia, Espanha e Coréia do Sul)
Campeã em 1990, a Alemanha foi a primeira colocada do grupo C, que também contava
com Espanha, Bolívia e Coréia do Sul. A seleção espanhola, que na época passava longe
da potência que foi há alguns anos, ficou com a segunda vaga. Coréia do Sul e Bolívia
fizeram figuração e saíram da Copa na primeira fase.
O jogo mais movimentado do Grupo C colocou frente a frente Alemanha e Coréia do Sul. A
seleção alemã abriu 3 a 0, mas os valentes coreanos fizeram dois gols e diminuíram o
placar. A partida foi realizada em Dallas (Texas), sob um calor de 46 graus.
Grupo D (Argentina, Grécia, Nigéria e Bulgária)
Finalista da Copa de 1990, a Argentina por pouco não encerrou sua participação na Copa
de 1994 logo na primeira fase. Comandado pelo genial Diego Maradona, o selecionado sul-
americano goleou a Grécia por 4 a 0 na primeira rodada e venceu a Nigéria por 2 a 1 na
segunda rodada. Porém, uma derrota por 2 a 0 para a surpreendente Bulgária quase
complicou os hermanos, que perderam Maradona (expulso do torneio por ter sido pego no
exame antidoping) e passaram em terceiro lugar do grupo.
https://www.youtube.com/watch?v=EOgtthq5x9A&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=2
A primeira colocação do grupo C ficou com a Nigéria, enquanto os búlgaros ficaram com a
segunda vaga. Todas as seleções classificadas conquistaram seis pontos.
O momento mais emocionante do grupo foi protagonizado pelo atacante nigeriano Yekini,
que se emocionou por marcar o primeiro gol da sua seleção na história dos mundiais.
https://www.youtube.com/watch?v=7usi2BMz_c4&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=19
Grupo E (Itália, Irlanda, Noruega e México)
Sem sombra de dúvidas, o grupo mais movimentado da Copa de 1994. Todas as seleções
participantes do grupo E terminaram a primeira fase com uma vitória, um empate e uma
derrota. Itália, Irlanda, Noruega e México também empataram no saldo de gols.
Com três gols marcados, o México passou em primeiro. Irlanda e Itália, que empataram nos
números de gols marcados e gols sofridos, se classificaram, respectivamente, em segundo
e terceiro lugar. A Noruega, que venceu o México, ficou de fora da segunda fase por ter
marcado menos gols que os adversários.
Grupo F (Bélgica, Marrocos, Holanda e Arábia Saudita)
Por fim, o grupo F, que ficou bastante embolado. Com exceção da seleção marroquina, que
perdeu todos os jogos, os outros times do grupo terminaram empatados com seis pontos.
Holanda e Arábia Saudita, que marcaram quatro gols e sofreram um, passaram
respectivamente em primeiro e segundo lugar. A Bélgica, com dois gols marcados, ficou
com a terceira vaga.
O gol mais bonito do grupo foi marcado pelo saudita Saeed Al-Owairan, que pegou a bola
atrás da linha do meio-de-campo, passou por vários adversários belgas e venceu Michel
Preud’homme, o melhor goleiro da Copa dos Estados Unidos.
https://www.youtube.com/watch?v=oQoD40d9APU&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=18
Oitavas de Final
O primeiro confronto do mata-mata foi protagonizado por duas seleções da Europa.
Alemanha e Bélgica fizeram um jogo muito movimentado (e polêmico). Os alemães
venceram os belgas por 3 a 2, em jogo que ficou marcado pela boa atuação do goleiro
belga Michel Preud’homme. Quando o placar marcava 3 a 1 para a Alemanha, o atacante
Weber foi derrubado dentro da área. Os belgas pediram penalidade, mas a arbitragem nada
marcou.
No mesmo dia que a Alemanha venceu a Bélgica, a Espanha enfiou 3 a 0 na Suíça e
passou para as quartas de final.
O segundo dia das oitavas de final começou com uma vitória relativamente fácil da Suécia
para cima da Arábia Saudita: 3 a 1, com Dahlin e Kennet Andersson marcando para os
suecos.
Pouco tempo depois da Suécia despachar a Arábia, foi a vez da zebra passear. A
surpreendente seleção romena, capitaneada pelo genial Gheorghe Hagi, venceu a
decadente Argentina por 3 a 2, em um dos jogos mais eletrizantes do mundial. O sonho do
tri argentino ficou para outra hora.
https://www.youtube.com/watch?v=6UYE4d2f6LA&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=18
A sempre perigosa Holanda encontrou a Irlanda. O selecionado neerlandês venceu por 2 a
0, gols marcados por Bergkamp e Jonk.
No dia 4 de julho, o Brasil encarou uma pedreira: a seleção dos EUA, que poderia ser uma
parada simples, se não fosse a dona da casa. Mais que isso, o jogo aconteceu na data em
que os estadunidenses comemoram a sua independência. Como se tudo isso não fosse o
bastante, a seleção canarinho jogou boa parte da partida com um atleta a menos, pois
Leonardo foi expulso de forma muito justa. Coube ao grande Bebeto fazer o gol salvador,
que colocou o Brasil nas quartas de final.
A seleção italiana, que chegou capengando até as oitavas de final, encontrou a envolvente
Nigéria. E quase que a maionese italiana desandou, já que os africanos saíram na frente. A
Itália estava perdendo até os 44 do segundo tempo. Roberto Baggio salvou a pele dos
italianos com um gol no fim do tempo regulamentar e um gol de pênalti marcado na
prorrogação. Fim de jogo e Itália entre as oito melhores seleções da Copa de 1994.
O último jogo das oitavas de final foi um confronto pra lá de alternativo, que contou até
mesmo com troca de traves. México e Bulgária empataram por 1 a 1 no tempo normal e na
prorrogação. Os búlgaros se deram melhor nos pênaltis e avançaram para as quartas de
final, um feito e tanto.
Quartas de Final
As quartas de final começaram no dia 2 de julho, com um duelo de seleções europeias. De
um lado, a toda poderosa Itália, que estava fazendo uma campanha cheia de emoção. Do
outro, a Espanha, que havia feito uma primeira fase apenas regular e passou pelas oitavas
sem maiores problemas.
A Itália saiu na frente com um gol de Dino Baggio. Caminero empatou para a Espanha, e o
placar da partida permaneceu empatado até os 42 minutos do segundo tempo, quando
Roberto Baggio driblou Zubizarreta e colocou a Azzurra nas semifinais. Neste jogo, o
defensor italiano acertou uma cotovelada em Luís Enrique. Tassotti não foi expulso, mas
acabou banido da Copa.
Depois do jogo da Itália, foi a vez do Brasil e da Holanda entrarem em campo. Brasileiros e
holandeses protagonizaram um segundo tempo insano. O Brasil saiu na frente, com gols
marcados por Bebeto e Romário. A alegria brasileira durou menos de quinze minutos, já
que Winter e Bergkamp empataram a partida. Felizmente, cinco minutos depois do gol de
Bergkamp, Branco mandou um míssil no gol da Holanda e colocou o Brasil entre as
seleções semifinalistas da Copa de 1994.
https://www.youtube.com/watch?v=LO4bcOnnJnA
No dia 10 de julho, a Bulgária protagonizou uma das maiores zebras da história dos
mundiais. Comandados pelo craque Hristo Stoichkov, os búlgaros venceram a Alemanha de
virada por 2 a 1 e despacharam os alemães. Os gols da Bulgária foram marcados por
Stoichkov e por Lechkov. O eterno Matthäus anotou o tento germânico.
Por fim, a surpreendente Romênia encarou a Suécia, em um jogo duro, que só foi decidido
nas penalidades máximas, após um movimentado 2 a 2, construído através de empates por
1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Nos pênaltis, os suecos levaram a melhor e
venceram por 5 a 2.
Semifinais
Depois de muitos jogos, as semifinais foram definidas. De um lado, a Itália e a Bulgária. Do
outro, Brasil e Suécia, que já haviam se encontrado na primeira fase.
A seleção da Itália venceu a semifinal por 2 a 1, com dois gols marcados pelo grande
Roberto Baggio. Doze anos depois, a Itália estava de volta à uma final de Copa do Mundo,
muito por conta do genial Baggio, um dos craques do mundial de 1994.
https://www.youtube.com/watch?v=pIjJ9K-jorg&list=PLCGIzmTE4d0iqrjiUl4tdoMpxf-
UbqQ05&index=16
O Brasil chegou à grande final após vencer a Suécia por 1 a 0. A partida, muito difícil, foi
decidida pelo pequeno Romário, que subiu no meio da gigante defesa sueca e mandou a
bola para as redes do carismático e fanfarrão goleiro Ravelli.
A grande final
Brasil e Itália, duas das maiores forças da história do futebol, foram as finalistas da Copa de 1994. Os dois selecionados encararam um sol de rachar mamonas e protagonizaram um jogo longo, estudado e morno. No final dos 90 minutos, ninguém marcou gols, e a partida foi para a prorrogação.
Nos 30 minutos de prorrogação, apesar das tentativas de ambos os lados, ninguém chacoalhou a rede adversária. Romário ainda perdeu um gol inacreditável no início do segundo período do tempo extra.
A final da Copa seria decidida nos pênaltis pela primeira vez na história. E o mundo iria conhecer a primeira seleção tetracampeã mundial de futebol.
O veterano Franco Baresi abriu as cobranças, e mandou a bola longe do gol. O defensor
Márcio Santos bateu muito mal sua penalidade, Pagliuca defendeu e salvou a Itália.
Albertini colocou os italianos na frente. Romário converteu sua cobrança e empatou a
disputa. Evani soltou uma cacetada no meio do gol e desempatou. Branco, herói das quartas, marcou e empatou. Massaro foi bloqueado por Taffarel. Então, o capitão Dunga
colocou a bola na rede.
O Brasil estava na frente. Roberto Baggio, craque da Itália, foi para a bola. Se Baggio
convertesse sua cobrança, empataria a disputa. Se Taffarel defendesse a cobrança ou a
bola fosse para fora, a seleção canarinho seria campeã. Baggio mandou a bola para cima
do gol e protagonizou um momento eterno (e muito triste para os italianos).
https://www.youtube.com/watch?v=pLPM_JSbGvI&t=1s
A outrora desacreditada seleção brasileira, que não era campeã da Copa desde 1970, se
sagrou tetracampeã do mundo em 1994. Trinta anos depois, o tetra continua vivo no
coração e na memória de milhões de brasileiros.
Artilheiros
A artilharia da Copa do Mundo de 1994 ficou dividida entre Hristo Stoichkov (Bulgária) e
Oleg Salenko (Rússia), que marcaram 6 gols cada. Jürgen Klinsmann (Alemanha), Romário
(Brasil), Roberto Baggio (Itália) e Kennet Andersson (Suécia) marcaram 5 gols e ficaram
empatados no segundo lugar.
Romário, peça fundamental para a conquista do título brasileiro, foi eleito o melhor jogador
do torneio.
Classificação final
1 – Brasil
2 – Itália
3 – Suécia
4 – Bulgária
5 – Alemanha
6 – Romênia
7 – Holanda
8 – Espanha
9 – Nigéria
10 – Argentina
11 – Bélgica
12 – Arábia Saudita
13 – México
14 – Estados Unidos da América
15 – Suíça
16 – Irlanda
17 – Noruega
18 – Rússia
19 – Colômbia
20 – Coréia do Sul
21 – Bolívia
22 – Camarões
23 – Marrocos
24 – Grécia