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POPULARIZAÇÃO DA NBA AJUDA RETOMADA DO BASQUETE NO PAÍS DO FUTEBOL

por João Guilherme Palmer, Nathália Caldeira e
Pedro Lissovsky

Flamengo x Franca pela NBB 2022 (Foto: Newton Nogueira)

As despedidas a Pelé lembraram, entre outros feitos, a importância do rei para difundir o futebol nos Estados Unidos. Ao liderar as estrelas internacionais do New York Cosmos, nos anos 1970, o eterno Camisa 10 deu a largada para popularizar o soccer naquele país. Hoje a MLS, principal liga da modalidade, mantém uma média em torno de 21 mil espectadores por partida, equivalente à do Campeonato Brasileiro.

A recíproca revela-se verdadeira, no caso do basquete. O esporte, outrora o segundo mais popular no Brasil, torna a crescer por aqui. É impulsionado, em grande parte, pela ascensão da National Basketball Association (NBA) no mercado nacional.

A quantidade de brasileiros que consomem a NBA tem subido ano a ano. Saltou de 31 milhões em 2019 para 45 milhões em 2021, estima o Ibope Repucom.

O aumento na audiência das partidas é acompanhado pelo crescimento da venda de produtos associados a equipes e jogadores da liga americana e da prática do esporte. A popularização se expressa também na recepção brasileira à NBA Basketball School, que ensina o método do basquete americano em clubes sociais e em escolas, como uma atividade extracurricular. O país já reúne 150 dessas unidades, 70 implantadas entre 2021 e o primeiro semestre de 2022. Em nenhum outro país tal programa é mais desenvolvido.

A NBA começou a se popularizar no Brasil com a projeção global de craques icônicos como Michael Jordan (o Pelé do basquete), Magic Johnson e Larry Bird, a partir dos anos 1980. Formaram o primeiro time dos sonhos (dream team), campeão olímpico nos Jogos de Barcelona, em 1992. Ao inaugurarem a participação de profissionais da NBA em Olimpíadas, eles propagaram o talento e carisma do basquete americano pelo mundo.

As equipes olímpicas dos Estados Unidos eram, até então, formadas por poupavam os jogadores universitários. Mais do que faturar o previsível ouro, o dream team encantou o planeta e ampliou os olhares para a NBA.

Muito antes de a franquia americana tornar-se referência global e atrair milhões de fãs em diversos países, inclusive por aqui, o basquete liderava a corrida por segundo esporte nacional. Era praticado com razoável consistência em praças, escolas, clubes, alguns deles ligados ao futebol. Conquistou três títulos mundiais – em 1959 e 1963, com a seleção masculina, e em 1994, com o time liderado por Hortência, Paula, Janeth, Martha – e cinco medalhas olímpicas.

Por outro lado, o esporte de origem americana esbarra sistematicamente em turbulências políticas, escassez de investimentos e num domínio expressivo do futebol, símbolo de nossa identidade cultural. O ex-jogador e treinador Léo Figueiró, treinador do Corinthians, enxerga um futuro mais estável e animador para o basquete no país. Para ele, a profissionalização crescente de equipes, atletas, competições tende a aumentar a audiência e os investimentos.

Figueiró lembra que começou a carreira ainda numa era semiprofissional, quando a maioria dos jogadores tinha um segundo emprego. Hoje, compara, o profissionalismo melhora o rendimento e deixa os espetáculos mais atraentes para consumidores e investidores. Um caminho já traçado pela NBA há mais de quatro décadas.

– A NBB (liga nacional de basquete) se profissionaliza mais a cada ano. Seus executivos são todos muito capacitados e as decisões são tomadas pelos clubes em assembleias. Sendo assim, a cada ano vemos movimentos sendo feitos para a liga se tornar mais forte e atrativa, com mais investimentos. Resistimos à pandemia e agora estamos crescendo de novo! – anima-se Figueiró.

O treinador ressalta a importância da expansão de investimentos para a qualificação das equipes, dos espetáculos, mas aponta a necessidade de reduzir “o abismo financeiro” entre equipes da NBB. Reduzir essas disparidades é fundamental para equilibrar a competição e, portanto, deixá-la mais atraente. Figueiró também acredita que a ascensão da liga no Brasil ajude a impulsionar a NBB, estimulando mais modelos de negócios e parcerias:

– A NBA é um fenômeno mundial. Está em todo mundo, e no Brasil não seria diferente. O futuro do basquete do Brasil é seguir o exemplo da liga americana, se profissionalizar em todas as ramificações e fazer o produto cada vez mais atrativo, com ações integradas. Isso exige a capacitação dos profissionais fora da quadra e alto rendimento dentro da quadra! – avalia.

O ala-pivô Diego Conceição, do Caxias do Sul, concorda que o basquete nacional volta a crescer com a popularização da NBA, depois das oscilações vivenciadas desde a aposentadoria das gerações simbolizadas por Oscar e Marcel, Hortência e Paula. Ele recorda que, quando começou a jogar, influenciado por esses tempos dourados, o esporte perdeu espaço e audiência para o vôlei, mas tem se recuperado com o avanço da NBB. Ainda assim, ressalva ele, a liga nacional não pode ser comparada à americana:

– O basquete brasileiro ainda enfrenta dificuldades estruturais e financeiras, pois prevalece aqui a cultura do futebol. Para a grande maioria das pessoas que nascem no Brasil, a primeira opção [de prática, audiência, consumo] é sempre o futebol. Precisamos entender que a NBB vive seu processo. Temos grandes talentos, muitos deles estão na NBA, alguns na Europa. São esses atletas que vão nos representar futuramente na NBA, na seleção. Então, é interessante que a gente esteja de olho neles e valorize o trabalho no país, dentro de casa.

Diego, ala-pivô do Caxias do Sul(Foto: Felipe Nyland – Agencia RBS)

O próprio Diego queria ser jogador de futebol. Quando chegou ao Flamengo em busca do sonho, sua altura fez um diretor do clube condicionar os treinos de futebol à entrada na equipe de basquete mirim. Desde então, soma dez anos como profissional. Acompanhou, e viveu, importantes mudanças na liga:

– Acredito que a liga tenha evoluído estruturalmente. Hoje, a gente tem um campeonato um pouco mais organizado. Isso atrai patrocinadores e bons jogadores. O campeonato fica mais disputado, com mais qualidade. No entanto, o esporte ainda passa por dificuldades. Temos que trabalhar para diminuí-las a cada temporada, descobrindo como melhorar cada coisa não só para as instituições, mas também para os jogadores. Afinal de contas, são eles que fazem o show! – pondera Diego.

Ele acrescenta:

– A parceria da NBB com a NBA vai gerar coisas positivas, aumentar o interesse pelas competições nacionais e regionais.
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Esta reportagem foi produzida por estudantes de Jornalismo Esportivo da PUC-Rio, sob a orientação do professor

Alexandre Carauta.

APITO FINAL

por Motta Balboa

Caiu a ficha nessa semana. Não sou mais criança ou adolescente. Pelé e Dinamite foram tabelando para o céu deixando para trás nós, moleques, que deixávamos os jogadores do futebol de botão de galalite e íamos ao Maracanã, desde 1974, torcer para os craques de carne e osso. Luizinho do meu AMERICA, Zico do Fla e Roberto do Vasco eram alguns dos que carregavam multidões. O Flu estava ficando para trás e trouxe, no ano seguinte, o Rivelino. Um futebol mágico.

O Pelé estava em outro patamar, mas como cariocas não tínhamos facilidade de ver o futebol paulista e, consequentemente, sua Majestade ao vivo. Pelé era reverenciado por nós, garotos cariocas, pelas imagens das Copas, do moleque campeão arrebentando aos 17 anos em 58, da contusão de 62, do recital de gols feitos e não feitos e passes sagrados no Tri em 70. A desistência da Copa na Alemanha e o recreio no Cosmos. Das despedidas e da presença constante em programas e comerciais com seu sorriso único e natural. Uma marca mundial. Conseguiu ser lenda em vida, e sinônimo do esporte que o imortalizou.

Por infelicidade dolosa do homem político, o Maracanã raiz foi destruído, e Roberto, Luizinho e Pelé não pisarão no seu gramado, agora por vontade de Deus, nem para homenagens ou pontapés iniciais. Não haverá mais entrevistas, resenhas, opiniões deles. Claro que tiveram muitos outros frequentadores do meu universo futebolístico de menino que já foram para o estádio do paraíso, mas Pelé e Roberto, cada qual no seu quadrado de história, partirem juntos foi emblemático para eu ver que a chave virou mesmo, e não volta.

Sempre acreditaria que eles poderiam uma hora ou outra surgir na mídia, e nós, inconscientemente, esperávamos deles uma recordação de um lance, de um gol ou de uma curiosidade da carreira. Não teremos mais, só aquilo que se tem em acervo na mídia em geral e na a saudade da memória afetiva. Eita, vazio!!!

Como dizia outro saudoso, o narrador Waldyr Amaral, “está deserto e adormecido o estádio do Maracanã”. Também está deserto e adormecido aquele futebol que crescemos admirando, torcendo, chorando, tietando e “pendurando posters na parede do quarto”.

Obs: agradeço a Deus por termos o Zico na vida e ainda na grama nos jogos beneficentes! Obrigado, Senhor, por nos mostrar assim nos dias atuais que todo aquele mundo que vivi realmente existiu.

A EXPLOSÃO DO CHORO NA CAMISA COM CHEIRO DE GOL

por Fabio Lacerda

Quis o nosso Pai Celestial recolher em menos de dez dias os dois maiores artilheiros de clubes da história do futebol brasileiro. Ou será que o Pelé escolheu o Roberto na ‘adedanha” com outro craque no céu para formação do seu time estrelar? 

Certamente, o meu dia mais triste. Roberto fez a passagem no meu aniversário. Às 11h10 do dia 8 de janeiro deste ano que mal começou, meu ídolo partiu para o Reino do Senhor. Obviamente, não com aquela volúpia da arrancada mortífera rumo ao gol adversário, mas lutando pela vida como era os confrontos contra os zagueiros. 

Provavelmente, Roberto é o jogador que mais anos defendeu um clube no Brasil. Foram 22 anos. Foram 708 gols atrás somente de Pelé (tentos por um único clube), outro vascaíno que nos deixou recentemente. Roberto foi às redes 752 vezes. A morte de Pelé no final do ano passado, e Roberto, no início deste ano, em um hiato de dez dias, totaliza pouco mais de dois mil gols em duas vidas. Duelaram em 1974 com o ídolo supremo do Vasco superando o Rei que marcou seu último gol no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro. Roberto é um dos três artilheiros e campeões do Campeonato Brasileiro aos 20 anos, informação esta que o surpreendeu na última entrevista dele para o Museu da Pelada ao lado do grande meio-campista Zé Mário, integrante do fantástico time do Vasco de 1977 que me fez campeão no ano do meu nascimento. 

Roberto ficará no coração cruzmaltino. Até aí, nenhuma novidade. Mas, quem entrou, definitivamente, nos nossos batimentos cardíacos foi o Zico. O Galo, como o Roberto gostava de chamar seu amigo rubro-negro, é um ser humano foooooooooda (perdão pelo palavrão, mas não há melhor termo para definir o maior camisa 10 do maior rival do Vasco). A mensagem de Zico transcende a amizade de dois dos maiores fenômenos do futebol brasileiro. É uma comunicação em prol da paz no futebol. 

A amizade entre Roberto e Zico é o exemplo a ser seguido quando trata de rivalidade entre clubes. Estes são os verdadeiros influenciadores positivos do futebol. A categoria, a simplicidade, a generosidade, o respeito e o amor pela camisa são temas intrínsecos que unem Roberto e Zico. Nesta disputa sadia nunca houve ninguém melhor que ninguém. E por esta razão tornaram-se heróis. Roberto é tão parceiro de Zico, um irmão, na verdade, que o vascaíno nunca buscou a vaidade para disputar a honraria de ser o maior artilheiro da história do Maracanã porque o Vasco tinha São Januário para ser mandante de jogos. Que amizade, senhores! Zico é o maior artilheiro do Maracanã. Roberto é o maior artilheiro do estádio quando o assunto é número de gols por partida. 

O adeus 

Cheguei em São Januário por volta das 12h25 do dia 9 de janeiro. Em silêncio e sem sacar o aparelho celular, segui a torcida na fila para dar adeus ao meu ídolo. Ao jogador que voltou a elevar o Vasco após uma década de 1960 sofrida. O ídolo que tornou-se o primeiro presidente de um clube no Brasil. O ídolo que superou Ademir de Menezes, Vavá, forjou Romário, e prestes a pendurar as chuteiras, pavimentou o terreno para a chegada de Edmundo ao profissional do Vasco, em 1992, assim como Valdir, e Sorato (1987), outros implacáveis artilheiros da Fábrica de São Januário. 

De Duque de Caxias para sempre em nossos corações. Obrigado, Roberto, pelas alegrias entre meus 7 e 16 anos. Na sua primeira despedida em 1993, eu estive no Maracanã, há 30 anos, e chorei ao vê-lo dando a volta olímpica. E neste fatídico aniversário meu, me despeço do meu maior ídolo. Está difícil assimilar. 

Um beijo, Roberto. Vai com Deus, meu artilheiro. Você foi inspiração, movimentou multidão e estará para sempre no meu coração. A camisa com cheiro de gol também tem cheiro de saudades. 

AS HOMENAGENS AO REI

por Idel Halfen

A morte do Rei do futebol, além de tristeza, trouxe temas interessantes para reflexões, inclusive acerca de marketing.

Um deles diz respeito à “cobrança” pela presença de algumas instituições e celebridades no velório. Discussão que vejo como pueril, pois a maneira como se homenageará quem quer que seja tem mais a ver com a forma como se pode ser útil no conforto à família e na contribuição para o devido processo de “eternização” na história.

No mesmo período, houve também uma série de críticas às empresas que veicularam peças publicitárias cujos conteúdos exaltavam o Pelé. Tais críticas acusavam as marcas de estarem se utilizando de ambush marketing, pelo fato de não terem contrato com o Rei para utilização de sua marca.

Mas até que ponto um anúncio institucional, no qual muitas vezes nem a marca aparece, pode ser taxado como marketing de emboscada? Há algum ganho mercadológico ou institucional significativo com a veiculação? Tendo a achar que não.

Em algum momento essas marcas tentaram se passar sublinarmente como patrocinadoras do craque? Não me lembro de ter visto.

Assim entramos num terreno altamente subjetivo, no qual passamos a ter que julgar a intenção das iniciativas. Além do que, não podemos nos cegar ao risco de as marcas “silenciosas” em relação ao fato passarem a ser mal vistas, tal qual aconteceu com as celebridades que não compareceram ao velório.

Diante dessa explanação, pode surgir a dúvida quanto a um eventual prejuízo das marcas que tinham/têm contrato com a marca Pelé.

De fato a análise não é tão simples, mas deve ser considerado que patrocinadores podem ativar o patrocínio, ao passo que as demais marcas tiveram, quando muito, ações restritas à peça publicitária e sem nenhum tipo de alusão que implicasse em retorno comercial.

Deve ainda ser contemplado que grande parte das marcas que optou por esse tipo de publicidade não tem a menor necessidade de praticar o citado marketing de emboscada, afinal o retorno de um anúncio de oportunidade é ínfimo quando comparado às campanhas estruturadas e milionárias que usualmente fazem.

A título de exercício, vale também contemplar a hipótese de algum veículo lançar um caderno comemorativo sobre o jogador e, para viabilizar a edição, passa a vender publicidade às marcas que queiram estar presentes no material. Nessa condição será que as marcas não poderão fazer menção ao Pelé na sua peça de comunicação?

Ainda que haja um movimento de “humanização” das marcas, penso que esse processo não interferiu na decisão das empresas, sendo mais provável que a comoção causada pelo falecimento tenha sido a responsável.

Parece paradoxal, e efetivamente é, ver parte da sociedade criticando alguém por não prestar homenagem ao mesmo tempo em que critica empresas justamente por homenagearem.

MESTRE TELÊ SANTANA

por Elso Venâncio, o “Repórter Elso”

Você concorda que o treinador, por sua responsabilidade, comando e a pressão que sofre, deve receber mais do que o da estrela do time?

Telê Santana, que tinha moral e credibilidade para isso, exigia, sim, ganhar mais do que o ídolo:

– O responsável sou eu – dizia.

Quem decide o jogo é o atleta em campo. Técnico, às vezes, perde – quando escala ou mexe mal. Mas a posição sobre o valor do seu trabalho não era de qualquer um, e sim, do Mestre Telê.

A seleção brasileira de 1982, que encantou o mundo mesmo perdendo para a Itália, na ‘Tragédia do Sarriá’, é mais lembrada, por exemplo, do que os tetracampeões de 1994. A imprensa invadia o campo nos treinos e jogos. Telê deu um basta nisso. Chegava cedo, trocava de roupa e já conferia a grama:

– Nem diretor pisa aqui! – autoridade não lhe faltava para agir assim.

Nas coletivas, nada de frases de efeito, termos decorados ou inventados. Cercado por um batalhão de repórteres, respondia a três perguntas, no máximo, sendo que na primeira resposta costumava dizer tudo o que o torcedor desejava ouvir.

Simples, quando procurado pela imprensa, Telê gostava de falar da vida, trocar experiências, mas se alguém tentasse arrancar uma informação dele, pedia licença e ia embora.

Nos anos 90, foi eleito pela revista Placar, numa enquete realizada com jornalistas, jogadores e ex-jogadores, como o maior técnico da história do país, mesmo não tendo conquistado o título em duas Copas do Mundo (1982 e 1986). A revista France Football, uma das mais respeitadas publicações do futebol mundial, em 2019 o condecorou como o 35º melhor treinador de todos os tempos em todo o planeta. Foi o único brasileiro lembrado.

Ídolo no Fluminense, seu clube de coração, onde começou como jogador e depois virou treinador, no São Paulo terá dentro em breve uma estátua no Morumbi. Afinal, levou o time às conquistas de duas Libertadores e dois Mundiais: venceu o Barcelona em 1992 e o Milan no ano seguinte. No Atlético Mineiro, foi quem mais dirigiu o Galo, superando a marca de 400 jogos à frente do time.

Muricy Ramalho, que tinha Telê como guru, lembra que ele fazia o jogador devolver o carrão recém-comprado para investir melhor, comprando um imóvel. O técnico gostava de comandar coletivos em dois tempos de 45 minutos, igual a jogo. Apitava para corrigir posicionamentos e treinar novas jogadas. Colocava seus titulares contra os juniores, para poder observar melhor a garotada que vinha subindo.

O ‘maestro’ Junior me perguntou certa vez na Gávea:

– Você conhece a principal jogada do Telê?

Era o treino de bola parada. Escanteios e faltas laterais, onde o jogador, no primeiro pau, roçava de cabeça confundindo o goleiro e a zaga, o que facilitava a conclusão dos que vinham de frente.

Assim como Telê, Zagallo e Didi foram outros dois monstros sagrados como jogadores e treinadores. Dos três, apenas Zagallo segue vivo. Telê faleceu em Belo Horizonte, no dia 21 de abril de 2006, após complicações originadas por uma infecção intestinal. Seguiu os ensinamentos e conselhos de Zezé Moreyra, por quem tinha verdadeira adoração. Exigente e perfeccionista, não abria mão do futebol-arte, que é, na realidade, o verdadeiro e vitorioso futebol brasileiro.