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ZICO FAZ 70 ANOS

por Norman Sharp

Hoje comemoramos 70 anos de Zico, é uma data que deve ser muito celebrada, não só por rubro-negros.

Quem viu teve muita sorte, quem é Flamengo tem muita sorte, pois Zico é eterno para o Flamengo, para o Maracanã, para o futebol, para todos que amam o futebol.

O maior artilheiro do maior estádio e da maior torcida.

Um fenômeno excepcional que aconteceu e ainda acontece e sempre acontecerá para nós rubro-negros, é a nossa história.

Sim, devemos celebrar muito, viva Zico!!! Zico é nosso Rei!

Somos uma imensa nação feliz, Zico acima de todos, Flamengo acima de tudo.

Um craque natural, um atleta espetacular, futebolista clássico, completo, agressivo nas arrancadas, generoso nos lançamentos e passes e matador nas finalizações, batia com a duas, exímio cabeceador, o melhor cobrador de faltas, oportunista na dentro da área.

Zico fez o Flamengo maior? Sim.
Zico fez o Maracanã maior? Sim.
E o Flamengo e o Maracanã fizeram Zico um gigante? Sim.

É a paisagem, o pintor, suas obras e a maior galeria.

E o melhor de tudo, um ídolo que valoriza e honra seus fãs como nenhum outro, uma cara espetacular que faz jus a sua obra.
Cumpre o seu papel dando o melhor exemplo.

Celebremos!!

Obrigado, Arthur Antunes Coimbra.
Obrigado, Zico.
Parabéns, que venham muito anos de vida!!!

OBRIGADO, PARREIRA

por Zé Roberto Padilha

Não seria justo de minha parte, no momento em que o treinador que apostou em mim, Carlos Alberto Parreira, completa 80 anos, não externar meus agradecimentos.

Em 1974, Parreira recebia, como auxiliar de Zagallo, no Fluminense, os primeiros aparelhos que iriam transformar jogadores de futebol em atletas. A Alemanha ganhou a Copa do Mundo neste mesmo ano e o futebol força tomou o lugar do futebol arte de 70.

Fui um dos primeiros jogadores a testar as máquinas Apolo e Nautilus. Com 22 anos e reserva do Lula, só me restava ser sua cobaia nos intervalos, circuit trainning e diminuir o tempo no Teste de Cooper. Quantas vezes fomos para a praia treinar piques intercalados na areia inaugurando os full-times…

Nesse mesmo ano, Zagallo foi para Arábia e Lula vendido ao Internacional. E ele, na sua primeira experiência como treinador, me efetivou na ponta esquerda do Fluminense.

Fizemos uma grande Taça GB e ela nos credenciou a fazer parte da Máquina Tricolor que encantaria o futebol brasileiro, um ano depois, com a chegada de Mario Sérgio, PC e Rivelino.

Carlos Alberto Parreira montou o chassi, Paulo Emílio acertou os pneus e Didi deu a nossa Mercedes o equilíbrio final.

Meu último livro, “Confesso que escrevi”, teve o seu prefácio. Gentilmente, escreveu que fui, ao lado do Dirceu, um dos precursores do futebol moderno. E que quando foi tetracampeão, deu a 11 para o Zinho porque já havia aprovado, duas décadas atrás, o sistema de jogo que liberou o Marco Antonio, fechou o meio e deu ao Branco espaços para atacar.

Feliz Aniversário e muito obrigado.

FIM DE COPA E O ‘JANTAR’ DO COUTINHO

por André Felipe de Lima

Cláudio Coutinho é o que podemos definir como o ápice da militarização na seleção brasileira. Ou, ao menos, a efetivação dela no escrete. Muitos dos conceitos (inclusive táticos) que empregara no time que foi à Copa do Mundo de 1978, na Argentina, tiveram como embriões modelos militares. Coutinho, afinal, era capitão do Exército e o país ainda respirava o fétido ar da ditadura militar. Isso tudo é fato. Mas a verdade é que, no campo, aquela seleção foi eficiente e só não chegou à final daquele Mundial devido à mutreta (inquestionável) naquele jogo entre argentinos e peruanos, que terminou 6 a 0 para os anfitriões, que acabariam campeões daquela que é a mais obscura de todas as Copas já realizadas. Fim de papo em Buenos Aires, Coutinho, jogadores e toda a delegação arrumaram as malas para regressarem ao Brasil com a pecha de “campeões morais”.

Mas há uma inusitada história descrita pelo saudoso repórter Tárlis Batista (1940-2002), um carioca de Pilares, que sempre entendeu (e muito!) de samba e futebol. Trabalhou na TV Manchete, onde cobria o desfile das escolas de samba e comandara um programa esportivo (cujo nome não me recordo) que recebia inúmeros craques da época. Zico, entre eles. O Galinho era uma de suas fontes principais no dia a dia do futebol.

Tárlis cobriu a Copa de 78 pela revista Manchete Esportiva — ele, aliás, trabalhou em praticamente todas elas da antiga editora Bloch. É dele a história de uma “homenagem” que os jogadores da seleção queriam prestar ao Coutinho. A ideia pintou ainda no avião que transportava todos de volta. Zico, Edinho, Rivelino, Gil, Toninho, Abel, Roberto Dinamite e Dirceu combinaram de promover um jantar para Coutinho no badalado restaurante Castelo da Lagoa, que já não existe mais. Foi fechada a umas três décadas, creio.

No dia combinado, Edinho foi o primeiro a chegar. “Chegou, olhou, procurou e concluiu que estava absolutamente só”, escrevera Tárlis Batista. A hora avançara. O relógio apontava 22 horas e o jantar estava marcado para as 21h. O zagueiro do Fluminense, que foi improvisado por Coutinho na lateral-esquerda da seleção, levantou-se e foi embora. Zico chegara logo após a saída do Edinho. Estava acompanhado de Sandra, sua esposa. “Ficou ali, parado, aguardando, durante duas horas, mas nem mesmo Cláudio Coutinho, o homenageado, apareceu. Então, cansado de tanto esperar, Zico jantou e foi embora, mancando, apoiando-se no ombro da sua mulher, grávida de quatro meses”, descrevera Batista.

A “homenagem” não rolou e a tentativa de “gratidão” ficou restrita ao Zico e ao Edinho. Nunca se soube quais foram os motivos que fizeram a maioria dos jogadores melarem o tal jantar. Somente Zico, Edinho e, sobretudo os que fizeram forfait podem explicar a repentina mudança de agenda.

DUDU “DENTÃO” E O VASCO DA GAMA

por Luis Filipe Chateaubriand

Carlos Eduardo Alberigi foi um futebolista que teve sucesso na primeira metade dos anos 1980.

Apelidado de Dudu “Dentão”, por ter os dois dentes de frente proeminentes, jogou no Vasco da Gama entre 1980 e 1982, exercendo o papel de volante.

Dudu era ótimo no desarme, conseguia recuperar bolas para o clube que defendia com frequência.

Dudu fazia bons lançamentos, era capaz de municiar os atacantes companheiros com ótimos passes.

Dudu era bom para chutar em gol, algo que fazia com naturalidade e eficácia, resultando em tentos para seu clube.

Em 1983, Dudu foi jogar em Portugal, no Belenenses, onde, do mesmo modo que aconteceu no Vasco da Gama, teve uma carreira bem-sucedida.

Em 1981, Dudu foi convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Telê Santana, mas não chegou a jogar com a “amarelinha”.

Carlos Eduardo Alberigi faleceu em 2020, aos 60 anos, devido a um câncer.

TOULOUSE DE LUTO

por Luiz Renha

Recordista de gols em apenas uma edição de Copa do Mundo, com 13 no Mundial da Suécia-1958, Just Fontaine faleceu hoje aos 89 anos. Para homenageá-lo, nosso parceirão Luiz Renha, ex-goleiro do Toulouse, contou um pouco sobre a amizade que tinha com o artilheiro:

Tenho certeza que Toulouse está de luto. Tive o privilégio de dar alguns passeios com Just Fontaine pela rua e era impressionante como os moradores tratavam o craque, sempre muito solícito às fotos e autógrafos. Foi um bom amigo que fiz em Toulouse no período em que lá fiquei estudando e jogando no primeiro momento pelo Toulouse Fontaine e depois no TFC -Toulouse Football Club em 82 e 83. Ser humano admirável, além do maior goleador de uma Copa (13). Apaixonado pelas Seleções do Brasil de 58 e 70. Fã número 1 do Didi, por ele foi convidado a jogar no Botafogo nos idos de 60, mas uma fratura o tirou dos campos e não realizou seu sonho de jogar naquele timaço composto por Didi, Garrincha, Nilton Santos, Ayrton e inúmeros outros craques.
Em 2017, minha esposa Solange e eu fomos a Lourdes e, na volta para Paris, paramos em Toulouse. Após 34 anos, nos reencontramos e passamos uma tarde juntos, com a esposa do Fontaine e a minha. Querido, Craque e Simples como era o futebol de outrora. Que esteja ao lado de Deus! Deixa Saudades!