SEM ESPERANÇA
::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::
Antes que me perguntem, não assisti Brasil x Marrocos. Mesmo sendo um apaixonado por futebol, certas coisas não consigo engolir e prefiro não ver do que me aborrecer! Soube que perdeu e para mim não foi nenhuma novidade por dois motivos: já não somos mais aquela Seleção que impõe respeito e não é de hoje que os marroquinos jogam um futebol bonito de se ver. Ou já esqueceram que eles chegaram à semifinal da última Copa do Mundo?
Infelizmente temos que aceitar a nossa realidade! Ouvi um amigo dizer que hoje Casemiro é o melhor jogador do nosso time! Preciso falar algo mais? Os tempos mudaram, rapaziada! Não sou saudosista, sou realista!
Tentei me distrair vendo as Eliminatórias para a Eurocopa 2024 e também me surpreendi com a quantidade de países no torneio. Tudo bem que todos merecem uma chance, mas, na minha concepção, assim como a Conmebol, é mais uma estratégia da UEFA para arrecadar ainda mais grana. Sabe qual é o resultado disso? Jogos sofríveis e goleadas arrasadoras, como os 6×0 de Portugal contra Luxemburgo, com direto a dois gols de Cristiano Ronaldo.
Aqui no Brasil, as semifinais do Gauchão foram decididas nos pênaltis. Enquanto o Grêmio conseguiu a classificação no sufoco, o Internacional de Mano Menezes deu adeus após perder para o Caxias. Até quando?
Vi as imagens terríveis do quebra-quebra no final do jogo no Beira-Rio e quero saber qual será a punição que a federação gaúcha vai aplicar para o Inter! Esse é o exemplo que o clube dá para a torcida? Não é culpa só dos jogadores, mas não vi os seguranças agindo, por exemplo, o que torna a situação ainda mais preocupante! Um torcedor invadiu o campo com uma criança de colo e deu um chute no jogador do Caxias! Parece até cena de filme de terror, mas é a realidade do futebol brasileiro!
O único torneio que salvou meu fim de semana foi a Copa do Nordeste, que elogio não é de hoje! Bem antes de virar modinha, exaltava as partidas e os times, que não têm medo de jogar e estão sempre buscando o gol. Neste fim de semana não foi diferente e gostei de ver Fortaleza, Ceará, ABC e Sport na semifinal da competição.
Asneiras dos analistas de computadores que nós geraldinos não entendemos porcaria nenhuma:
“O treinador adota um modelo para potencializar seus jogadores agudos e o pitbull atleta para não perder sua identidade. Assim, conecta e frequenta a parte de dentro do campo com jogadas agudas, estacionando o busão e tabelando com a trave”.
“Com uma leitura de jogo horizontal, o time é obrigado a ficar mais com a bola para elaborar, encaixotar e tornar o modelo de jogo consistente e centralizados. Para isso, é necessário flutuar na beirada do campo, verticalmente, para desalinhar as torres gêmeas”.
“Sem a linha de cinco plantada, as assistências com intensidade espetando a bola na vertical tornam a transição para além da zona de conforto, passando pelo lado de fora e descongelando a posição”.
Basta desse linguajar que só confunde os geraldinos!
UMA COISA JOGADA COM MÚSICA – 2
por Eduardo Lamas
Capítulo 2
A música “Só se não for brasileiro nessa hora” (Galvão e Moraes Moreira) está acabando e João Sem Medo parece imerso naquela melodia e sua letra (“Só se não for brasileiro nessa hora…”), quando avista na porta do Além da Imaginação o seu grande amigo Ceguinho Torcedor, que entra auxiliado pelo Idiota da Objetividade e o Sobrenatural de Almeida.
João Sem Medo (de pé pra recebê-los): – Meus amigos, sejam muito bem-vindos! Hoje a resenha promete. Esses aqui saíram das crônicas do meu amigo Nelson Rodrigues especialmente pra esta resenha, Zé Ary. Este aqui é o Ceguinho Torcedor, ele não vai ver você, nem ninguém aqui direito, mas enxerga longe; Sobrenatural de Almeida, com todo respeito, este aqui apronta, e o Idiota da Objetividade, que veio aqui pra tirar um pouco da nossa fantasia. hahahaha Ele é o nosso copidésque!
Ceguinho Torcedor: – Que prazer, João! Garçom, traga-me um copo de leite, por favor. (a João) Meu amigo e irmão João Sem Medo, preciso tratar minha úlcera a pires de leite. Ela lambe como uma gata.
Agora é a vez de os músicos irem entrando aos poucos no restaurante-bar e arrumando seus instrumentos no palco. O bar neste momento já tinha muitas de suas mesas ocupadas.
João Sem Medo: – Amigos, o futebol brasileiro é uma coisa jogada com música. E a música aqui hoje também promete muito. Ceguinho, os músicos estão chegando.
Ceguinho Torcedor: – Que maravilha. O que vão tocar? Uma ópera, o “Rigoletto”?
Garçom: – Não, seu Ceguinho. Eles vão tocar música popular brasileira com grandes artistas, alguns já presentes aqui.
Sobrenatural de Almeida: – Artistas que são de outro mundo!
Garçom: – Isso, eles vão tocar músicas que falam de futebol. Do nosso futebol.
Ceguinho Torcedor: – Muito bem. Interessante.
João Sem Medo: – Pelo que o Zé Ary me contou, são músicas que todo torcedor de futebol deveria conhecer.
Ceguinho Torcedor: – O torcedor é cego de paixão pelo seu clube. Mas o pior cego é o que só vê a bola.
João Sem Medo: – O torcedor é na verdade um distorcedor de fatos…
Ceguinho Torcedor: – … Se os fatos o desmentem, pior pros fatos.
João Sem Medo: – … E é um grande saudosista. Principalmente quando seu time vai mal. E como nossa seleção vem muito mal das pernas já tem tempo, o melhor é falar do passado glorioso do nosso futebol, não acham? Recordar é viver! Isso dá samba, canção, marchinha, chorinho… Hum, chorinho de alegria, por favor, Zé Ary!
Com o grupo musical já a postos, um deles se levanta para se dirigir aos presentes.
Donga: – Saudações a todos! Nós, Os Oito Batutas, temos a honra de tocar aqui pra vocês novamente após tanto tempo. Estamos aqui em sete, então, pra completar o grupo, vamos chamar ao palco um ilustre integrante do nosso grupo que está lá no fundo. Vem pro palco, Pizindim!
Ceguinho Torcedor: – Os Oito Batutas aqui! Pixinguinha! Isso é fantástico.
Sobrenatural de Almeida: – Assombroso!
João Sem Medo: – Espetacular!
Pixinguinha se levanta de sua mesa no fundo do bar e se dirige ao palco sob fortes aplausos. Com o mestre na flauta, Os Oito Batutas tocam com maestria o clássico “Um a Zero”, de Pixinguinha e Benedito Lacerda.
Todos aplaudem de pé.
Ceguinho Torcedor: – Ah, que bons tempos aqueles! Amigos, eis uma verdade eterna: o passado tem sempre razão. Por exemplo: o futebol antigo. Era, a meu ver, um fenômeno vital muito mais rico, complexo, intrincado. Hoje, os jogadores, os juízes e os bandeirinhas se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Não encontramos, em ninguém, uma dessemelhança forte, crespa, taxativa. Não há um craque, um árbitro ou um bandeirinha que se imponha como um símbolo humano definitivo.
Sobrenatural de Almeida: – Tá muito saudosista, Ceguinho.
Ceguinho Torcedor: – Nada mais antigo que o passado recente, meu amigo. Esta música que tocaram há pouco me lembra o Garrincha driblando, mas ela foi feita muito antes de o Mané nascer, vocês todos sabem muito bem disso.
Pixinguinha (antes de deixar o palco): – Essa música se chama “Um a Zero” e é uma homenagem à primeira grande conquista do futebol brasileiro, o Campeonato Sul-Americano de 1919. Muito obrigado.
Pixinguinha é mais uma vez aplaudidíssimo e se dirige novamente ao fundo do restaurante, agora acompanhado dos outros sete batutas.
João Sem Medo: – Ganhamos de 1 a 0 do Uruguai, no estádio das Laranjeiras, que tinha sido construído praquela competição, a terceira entre seleções da América do Sul.
Ceguinho Torcedor: – Um jogo épico, senhores! Um jogo épico decidido pelos pés de Arthur Friedenreich.
Sobrenatural de Almeida: – Com a minha intervenção, é claro.
João Sem Medo: – Tá bom, Almeida.
Ceguinho Torcedor: – Foi uma partida dramática, assistida por 25 mil torcedores no estádio do Fluminense e mais uns 10 mil nos barrancos próximos.
Idiota da Objetividade: – Brasil e Uruguai haviam terminado o torneio empatados em pontos e foi necessária a disputa de uma final.
João Sem Medo: – Os uruguaios foram pro jogo ainda abalados pela morte de seu goleiro Roberto Chery, que se chocou violentamente com um atacante chileno durante a competição.
Ceguinho Torcedor: – É isso mesmo. Eu estava lá, na arquibancada das Laranjeiras. Eu, meu amigo Gravatinha… Ainda éramos crianças, mas me recordo bem. Ninguém se continha de tanta expectativa e apreensão. Jogamos demais, demais.
Idiota da Objetividade: – Demais mesmo, o jogo terminou sem gols no tempo normal. Passou a prorrogação de 30 minutos e nada, apesar das muitas chances pros dois lados.
Ceguinho Torcedor: – Eu estava lá, eu estava lá. Gravatinha não pôde vir hoje pra atestar o que estou falando, mas podem confiar. Foi um grande jogo, meu coração não mente.
Zé Ary se dirige ao velho rádio em cima de uma estante, sintoniza na estação certa e todos podem ouvir a narração do gol de Friedenreich vinda do além de qualquer imaginação, pois o rádio só começou a transmitir jogos de futebol na década de 30, e – pasmem! – com imagens da partida projetadas num telão.
Transcrição da narração fictícia do gol: “Brasil no ataque. Neco invade o território uruguaio pelo lado direito, Foglino está em seu encalço. Neco leva na linha de fundo, cruza, Heitor bate firme, Saporiti defende, larga, o balão de couro sobra pra Friedenreich, é gol. Gooooooooool do Brasil, Friedenreich, Friedenreich, aos três minutos da segunda prorrogação! Nooooooooo placaaaaaaaaaaarrrrrr: Brasil uuuuuuuuuuum, Uruguai zerooooo”.
Todos no restaurante fazem uma festança com o gol, como se tivesse ocorrido naquele instante.
Sobrenatural de Almeida: – Que coisa linda! Que coisa linda eu fiz.
Idiota da Objetividade: – Ainda foram jogados mais 27 minutos, mas o placar ficou mesmo no 1 a 0 pro Brasil, que se tornaria assim, pela primeira vez, campeão sul-americano de futebol.
Sobrenatural de Almeida: – Eu desviei levemente a bola chutada pelo Heitor, por isso o Saporiti não conseguiu segurar. Já não aguentava mais aquele jogo sem gols.
Idiota da Objetividade: – Esta conquista ajudou muito a popularizar o futebol no Brasil.
Se você não acompanhou, confira o capítulo anterior da série:
nesse palco iluminado
por Zé Roberto Padilha
Certa noite, no Maracanã, o ano era de 1973, tinha 21 anos e entrava em campo pelo Fluminense para enfrentar a Ponte Preta. Ninguém me contou, mas deu para perceber o olhar de alguns jogadores paulistas admirando, um pouco assustados, toda aquela imensidão.
O Maracanã, quando você sai do túnel e entra em campo, fecha um ciclo da sua vida. Ao pisar em seu gramado, um sonho foi realizado. Quantas peladas foram precisas, quantas partidas disputadas na Rua Bariri, no Ítalo Del Cima, em Moça Bonita para você alcançar o Teatro Municipal da Bola?
Três décadas depois, a Ponte Preta cresceu, seus jogadores já não sentem tanto o peso e o Maracanã se modernizou. Quanto ao Fluminense…por ali será sempre o Fluminense.
Sua camisa, carregada de glórias conquistadas, suas três cores, que tornam aquele palco iluminado ainda mais admirável e charmoso, quando entra em campo deixa uma lembrança muito forte ao mundo do futebol.
De que eles, Maracanã e Fluminense, são cúmplices. De momentos históricos. Foi no apagar de suas luzes que Assis recebeu de Delei e tocou por baixo das pernas do Raul.
São amantes. Minutos antes de seu maior rival conquistar o título do seu centenário, Renato Gaúcho, após Aílton tirar Charles Guerreiro para dançar, cedeu seu ventre para que a bola encontrasse suas redes. E nos levasse a alcançar um outro orgasmo esportivo.
Nos perdoe quem nos enfrenta quando o tomamos por inteiro. Quando bandeiras se espalham, as camisas mais lindas unem palco e plateia, uma força estranha paira sobre cada adversário.
Quem sabe um recado inconsciente a todos domina e, por instintos, percebem que ali à sua frente tem mais que um time. Tem um dono.
Não foi por dinheiro que Marcelo quis reviver todo o magnetismo que foi criado e muito cedo deixou para trás. Ele poderia escolher qualquer time do mundo para defender.
Ele voltou porque são poucos os que tem a chance de poder amar duas vezes a mesma mulher.
CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA FERJ
por Zé Roberto Padilha
Caro amigo Rubens Lopes, posso dizer assim, já que na última vez que nos vimos você disse: “Meu ponta esquerda…”
Gostaria que você assistisse a primeira fase da Copa do Brasil, o mais democrático campeonato de futebol do país. Aquele que ainda conserva as mais puras raízes do nosso glorioso futebol.
Asa de Marabá x Goiás foi mais emocionante do que a final da Champions League. Toda uma cidade ocupou seu querido estádio para torcer pelo seu time. Nada de Canal Premiere, TV Cazé, quem mais pagou os direitos de transmissão.
Tinha cheiro da grama, alambrado colado ao campo, e os filhos pedindo aos seus pais que queriam entrar na escolinha. São eles, os associados, o roupeiro que recupera o seu emprego, toda uma cidade envolvida em prol do esporte que renascera por uma noite.
Sob sua longínqua gestão, fechados foram a maioria dos estádios do interior do estado do Rio. O América FC, onde meu pai jogou e eu dei os primeiros passes, está cheio de buracos. O Entrerriense FC, onde meu avô dedicou parte da sua vida, vive à míngua da contribuição de poucos associados.
Pela primeira vez os Lopes e Padilhas não vão ter um jogador para revelar ao futebol brasileiro. E não foram poucos. Ligas fechadas, competições idem, ou meus filhos vão pra noite, estudam ou se afastam do esporte, que tanta saúde e orgulho deu à nossa família.
Peço em nome de todos os 82 municípios do nosso estado que conceda anistia a todos os clubes endividados não por má gestão, mas por falta de jogos e oportunidades.
Comece promovendo um campeonato de seleções, seria uma retirada do pó das arquibancadas, um toque na pele de uma paixão esquecida e um recomeço de tudo.
A partir deste toque de alvorada, os clubes iriam se reestrurando com a volta dos torcedores aos estádios.
Faça isso pelos meus netos. Porque meus filhos, e muitas gerações, tiveram que desperdiçar uma vocação, em forma de arte, que Deus colocou no mundo para encantar um país.
Conto com você.
EMOÇÃO NA VISITA A UM TEMPLO DO FUTEBOL
por Mário Moreira
Montevidéu não costuma ser um destino preferencial dos turistas brasileiros, mas, para os amantes do futebol, a capital uruguaia tem uma atração imperdível: o mítico Estádio Centenário, palco principal da primeira Copa do Mundo.
Quando definimos o Uruguai como destino de férias neste verão, o Centenário logo me veio à mente. Nem foi difícil convencer minha mulher a incluí-lo no roteiro, já que ela tem, entre inúmeras outras, a importante qualidade de gostar de futebol. Como argumento adicional, lembrei-lhe que o estádio foi cenário da primeira conquista da Libertadores pelo seu time de coração – e pronto, a ideia estava mais que aprovada.
No dia combinado, pegamos um táxi no final da manhã para o Centenário, localizado numa região arborizada e geograficamente bastante central de Montevidéu. O estádio abriga o Museu do Futebol, cujo ingresso, a 300 pesos (cerca de 45 reais) por pessoa, dá direito a acessar um setor das arquibancadas, oposto ao das cabines de rádio e TV.
Antes de visitar o museu, tratamos logo de conhecer o campo de jogo, aproveitando o lindo dia de céu azul. O acesso à arquibancada inclui um patamar intermediário, onde um grande cartaz de uns 3 metros de altura com a inscrição “Bienvenidos al Estadio Centenario – Declarado por Fifa primer monumento historico del fútbol mundial” já provoca um arrepio na espinha.
Quando chegamos à arquibancada, a visão daquele estádio magnífico e cheio de história, todo em tons de azul claro, palco de tantas partidas épicas, provocou em mim uma emoção irresistível. Com os olhos marejados, comecei a balbuciar para minha mulher algo como “Pense que aqui, neste exato lugar, começou a história das Copas do Mundo”, mas não passei da sexta palavra, porque a voz embargada não permitiu – e confesso: chorei como uma criança, um choro convulsivo, de soluçar, acolhido com carinho pelo ombro da amada.
Enxugadas as lágrimas, e após algum tempo admirando o estádio e circulando pela arquibancada vazia, voltamos ao museu, cujo acervo é focado principalmente nas conquistas do futebol uruguaio. Entre uma infinidade de troféus, pôsteres e camisas autografadas por ex-jogadores, há verdadeiras relíquias. A maior delas, a camiseta número 5 envergada pelo capitão Obdulio Varela no Maracanazo de 1950 – manchas de sangue e suor ainda são visíveis na peça, à qual prestei a devida reverência. Outras preciosidades incluem camisas usadas por Pelé e Vavá na Copa de 62 e a bola da semifinal Hungria x Uruguai no Mundial de 54, vencida pelos húngaros por 4 a 2 na prorrogação e apresentada pelo museu como “match do século”.
Obviamente, não resisti a tirar uma foto ao lado da estátua de Alcides Ghiggia, esse gigante do futebol que, além de ter marcado o famoso gol que decidiu o Mundial de 50, fazia aniversário no mesmo dia que eu…
O Museu do Futebol, porém, necessita de melhorias. É incompreensível que o visitante passe o calor que sentimos lá, já que o local não dispõe de ar-condicionado, e os poucos ventiladores distribuídos pelo amplo salão do segundo andar não fazem frente ao verão uruguaio. O próprio acervo precisa ser mais bem organizado e exposto. E é flagrante a precariedade da lojinha do museu, que sequer oferece camisas oficiais da seleção uruguaia. A gentil vendedora, pelo menos, indica onde tomar o ônibus para um shopping próximo, onde o turista consegue enfim adquirir a Celeste.
O estádio, em si, também demanda uma reforma: o cimento da arquibancada tem rachaduras em alguns pontos, e há assentos quebrados aqui e ali. Já a marquise se limita ao trecho onde ficam as cabines de imprensa. Ou seja, é uma construção antiga, quase centenária, com o perdão do trocadilho óbvio. O problema é se o Uruguai for escolhido – na candidatura conjunta com Argentina, Chile e Paraguai – como sede da Copa de 2030, que vai marcar os cem anos dos Mundiais. O malfadado “padrão Fifa” certamente transformará o Centenário em algo bem diferente, muito mais moderno, porém distante do charme e da história inigualável do velho estádio.