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RIVELLINO E A MÁQUINA: 50 ANOS DO SONHO TRICOLOR

por Paulo-Roberto Andel

Há muitos e muitos sábados atrás, completando exatos 50 anos, o Fluminense iniciava construção de seu time mais emblemático: a Máquina Tricolor. E não poderia ser diferente: no sábado de Carnaval de 1975, numa goleada sobre o Corinthians por 4 a 1, diante de mais de 40 mil pagantes e uma legião de penetras.

O Fluminense deitou e rolou em campo. Rivellino esmagou o Corinthians. Zé Mário, outro estreante, fez um partidaço. Mário Sérgio, também em sua primeira atuação pelo Fluminense, cumpriu boa jornada. Aqui falamos de três grandes jogadores, afora os que o clube já possuía como Toninho, Marco Antônio, Cléber, Gil, Zé Roberto, o miolo de zaga com Assis e Silveira, o monumental goleiro Felix e tantos outros que marcariam presença, como Paulo Cezar Caju, Edinho, Rubens Galaxe, Cafuringa e Manfrini. Enfim, uma verdadeira Seleção Brasileira que no ano seguinte teria ainda outras grandes estrelas.

O eterno presidente queria acabar com a alcunha de “timinho” que o Fluminense ganhou em 1951 e que virou página comum, mesmo quando ganhava grandes títulos com jogadores espetaculares. A partir de 1975, não houve como disfarçar: era um timaço-aço-açooooo com narração do ícone rubro-negro Jorge Curi.

Era o início de uma grande era tricolor, com muitos craques em campo, o Maracanã cheio de gente e grandes títulos cariocas e internacionais – por favor, entendam que naquela época o campeonato do Rio era o mais empolgante e famoso do país, mais do que o bagunçado Brasileirão. A Copa do Brasil não existia e ninguém ligava para a Libertadores.

A Máquina chegou a duas semifinais de campeonatos brasileiros, ambas disputadas num único jogo. Em 1975, depois de grande campanha, o Fluminense caiu diante do super time do Inter, um resultado normal. No ano seguinte, o jogo Fluminense x Corinthians já foi tema de livros e filmes. Os idiotas da objetividade tentam colar na Máquina a pecha de fracasso em vão: 50 anos depois, não há tricolor que não conheça as escalações tricolores daqueles dois anos – e 1976 é a temporada com a maior média de público tricolor da história, com mais de 40 mil pagantes por jogo, prova inequívoca do quanto a torcida curtia e aproveitava estar junto do time, vendo verdadeiros espetáculos de futebol.

Nunca mais no futebol brasileiro uma equipe teve tantos craques contratados e campeões mundiais pela Seleção em campo. Já se passou meio século e a força da Máquina continua vivíssima. Há 50 anos, uma Seleção Brasileira entrava em campo vestida com as três cores que colonizaram o futebol brasileiro. Em 2075, Rivellino e sua turma continuarão a ser aplaudidos e homenageados. É que a Máquina é Fluminense demais e, por isso mesmo, como dizia Mestre Nelson Rodrigues, ela tem a vocação da eternidade.

O QUE ERA FEITO TODO DIA, HOJE É PUSKAS

por Zé Roberto Padilha

Logo pela manhã, uma chamada no GE: joia da base do São Paulo faz gol pra concorrer ao Prêmio Puskas. Estava atrasado e levei minha curiosidade para o trabalho. E ela foi aguçada quando um amigo no trabalho foi logo dizendo: “Você viu?”

Seria de bicicleta? Olímpico? Driblou três defensores e deslocou o goleiro? E tome elogios ao Ryan Francisco, o dono do feito, a tal joia da base do São Paulo, que fui ouvindo e colecionando elogios na volta pra casa.

Quando finalmente consegui ver o gol, um sentimento de pena, dó e compaixão nos dominou. Coitados, não assistiram ao Dirceu Lopes jogar. O Romário entrar na grande área e com sutileza, não com espanto, surpresa, dar um toque por baixo diante de um guarda-meta que saía em desespero.

O talento do jogador brasileiro anda tão escasso, que, hoje, um atacante dominar uma bola dentro da área e encobrir o goleiro, algo tão corriqueiro nos pés de Túlio, Assis, Nunes, Roberto Dinamite e torcedores do Flamengo que batem pelada no seu Aterro, já se torna logo um candidato a Prêmio Puskas.

Foi um gol bonito. Mas não de anjo, um verdadeiro gol de placa, quando a galera agradecida assim cantava: Fio Maravilha, que saudades de vocês!

O NOVO MISTER

por Elso Venâncio

O Flamengo possui o melhor elenco do país e, ao conquistar a Supercopa do Brasil sobre o Botafogo, mostrou que é sério candidato a novamente ser protagonista no futebol brasileiro. Em recente entrevista, o técnico Filipe Luis foi mais longe ao dizer que tem em suas mãos o grupo mais qualificado da América. Lembrei do inesquecível João Saldanha, o comentarista que o Brasil consagrou, adepto do futebol-arte e corajoso, que certamente diria: Pega essa equipe, coloca uns três ou quatro de fora e dá a camisa da Seleção.

Com Filipe Luis no comando, o Flamengo volta às suas origens, jogando ofensivamente, com três atacantes, e marcando pressão no campo do adversário. O treinador encarnou a forma de preparar o grupo, inspirado no seu mestre Jorge Jesus. Ele participa dos treinos, acompanhando os jogadores em todas as atividades. Na beira do campo, exige garra e intensidade. Já mostrou coragem para colocar medalhões no banco. Na comemoração dos gols, geralmente repete os gestos do Mister, abraçando, pulando. Comemora tanto que, no gol de Luiz Araújo, fechando a vitória por 3 a 1 diante do Botafogo, acabou tropeçando e rolou na grama com os comandados.

Em quatro meses treinando os profissionais do Flamengo, Filipe Luis conquistou a Copa do Brasil e a Supercopa Rei. Tem até o momento apenas uma derrota, para o Fluminense, num jogo pelo Campeonato Brasileiro do qual deve ter tirado lições importantes. São mais títulos do que derrotas!

Adepto de uma boa retranca, o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, estava no Mangueirão. Viu de perto a grande fase do lateral-direito Wesley, que, mesmo não jogando na Europa, vai ser convocado. Também presenciou a ótima atuação de Bruno Henrique, que se adaptou rapidamente ao comando de ataque, confundindo os adversários ao trocar constantemente de posição com Gonzalo Plata. Jairzinho, o furacão da Copa de 1970, sempre afirmou: “O bom atacante joga em qualquer posição na linha de frente”.

Quando promove substituições, o Flamengo mostra ainda mais a força do seu grupo. Durante a decisão contra o Botafogo, entraram nomes como Arrascaeta, Luiz Araújo, Danilo. Cebolinha não entrou, mas já está recuperado de lesão, e Pedro é outro que em breve vai ficar à disposição, pois já voltou a treinar.

Entre as competições a serem disputadas pelo Flamengo, temos o novo Mundial de Clubes, nos Estados Unidos. A Filadélfia vai ser invadida pelos torcedores rubro-negros, confiantes para uma temporada que promete fortes emoções.

ENFIM, UM LATERAL À ALTURA DA SELEÇÃO

por Zé Roberto Padilha

Que Dorival Jr. nem ouse contestar o que, hoje, é uma unanimidade nacional. Convocar o Wesley, e torná-lo titular da seleção brasileira, é sua obrigação. Por uma questão de justiça.

Em uma posição carente no futebol brasileiro, em que seus ocupantes historicamente sempre correram mais do que jogaram, e tecnicamente sempre estiveram abaixo dos seus companheiros, devolver à lateral direita um craque à altura do Leandro irá elevar o nível técnico da seleção brasileira.

Cafu se superou, correu muito e não nos decepcionou. Mas jamais nos encantou. Maicon fez o mesmo, Josimar idem e Djalma Santos se esforçou, como todos eles que suaram a camisa no lado direito do campo, para amenizar o abismo da arte praticada do outro lado.

O problema que saltava aos olhos, tal a diferença técnica, é que no lado esquerdo tinha um Nilton Santos. Depois veio o Marco Antônio, Junior, Marinho Chagas, Roberto Carlos, Marcelo…uma covardia.

Tão carente a posição na seleção, que nas duas últimas Copas do Mundo quem a ocupou, com todo o respeito, foi o Fagner. Que nenhum time europeu se interessou. Mesmo porque Daniel Alves, uma honrosa exceção técnica, foi usado até sua última gota de suor.

Tentaram o Danilo, mas até ele, e a Juventus, desistiram. E o efetivaram na zaga. E se o futebol é momento, o momento vivido pelo futebol brasileiro não pertence a Mano Menezes.

Ele é representado pela arte que Wesley vem bordando sobre o lado direito de uma tela que, desde Leandro, se apresentava ofuscada pela ausência da genialidade.

O ARANHA NEGRA

por Israel Cayo Campos

Nunca pensei que gostaria tanto de assistir um filme russo que não fosse sobre a Segunda Guerra mundial, mas Lev Yashin: O Aranha Negra, foi um dos melhores filmes que assisti nesse início de ano.

O filme mostra como o jovem trabalhador soviético de grande estatura para época e braços extremamente largos é designado ao gol do Dynamo de Moscou. O filme começa mostrando que ele ainda era o terceiro goleiro da equipe quando em um clássico contra o Spartak, o goleiro titular, Aleksey Komich, acabou se lesionando, dando a Yashin a oportunidade de entrar em campo (já que o goleiro reserva também estava lesionado). Sabemos que em 1949 (quando se passa tal situação no filme), não existiam substituições permitidas no futebol, portanto, tal acontecimento passa por um conjunto de alegorias que mostram o como o Aranha Negra sofreu até se tornar o número um debaixo das traves do Dynamo.

Nesse clássico (que ocorreu, em 1950), ele chega a entrar, mas acaba tomando um gol a partir de uma falha (que representa muitas que sofreu até se estabelecer no esporte), irritando torcedores e os membros do Comitê Central Soviético que também torciam para o time branco da capital.

Enquanto seu pai sonhava em vê-lo voltar às fábricas soviéticas, onde já tinha sido considerado o funcionário padrão (e quase tido um colapso por isso), Lev não desistia de seu sonho. Viver do futebol!

Após uma rápida passagem pelo Hóquei, Yashin volta ao futebol e assume o lugar de Khomich, que numa reformulação da equipe acaba sendo dispensado do Dynamo. Mesmo assim, o Tigre (como era conhecido Khomich, dado a uma grande defesa feita numa excursão do clube para a Inglaterra), apoia o jovem e promissor garoto que se tornaria uma lenda, deixando claro que ele seria o maior goleiro da União Soviética e que deveria sempre lembrar a importância de estar representando seu povo!

O filme corta para o duelo contra o Torpedo de Moscou, time que seria a terceira ou quarta força da capital soviética. Yashin, já mais maduro e participando do jogo como um jogador de linha, fecha o gol e ainda defende a penalidade marcada para os adversários. Apesar de ser chamado de palhaço por seu jeito espalhafatoso de se posicionar dentro da grande área, sempre longe da pequena área como era comum, Yashin saiu aclamado como herói da partida.

Após cenas de amor e de seu casamento, o filme dá um salto para 1960, quando Yashin já era comparado a figuras como Iuri Gagarin, que um ano antes havia sido o primeiro ser humano a dar uma volta espacial sobre o Planeta Terra. Neste ano, Yashin que já era campeão olímpico com a URSS, ia disputar a Eurocopa com um time favorito à conquista.

Na final contra a Iugoslávia, em um campo encharcado, a partida termina igualada em um a um, o que leva o jogo para a prorrogação. Após uma cobrança de escanteio dos atuais sérvios, Lev sai na cabeça do atacante balcânico e encaixa a bola, algo que hoje pode ser natural, mas que a época era uma revolução para os goleiros. Ao lançar a bola ao ataque, sai a jogada soviética que resulta no gol de Viktor Ponedelnik. A URSS, em pleno Parc Des Princes na França, torna-se o primeira seleção campeã europeia de futebol. E o herói da conquista se torna o Aranha Negra.

Sobre a indumentária toda negra, Yashin em visita ao Rio de Janeiro explicou:
“Eu penso que meu uniforme sombrio e sem atrativos permite ao goleiro ser menos visto pelos atacantes adversários. Mais ainda: acredito que a roupa clara ou mesmo outra cor, até berrante, permite melhor alvo a quem chuta. Em suma: atrai mais a vista dos que nos agridem. Acho que devo ter minha razão na escolha. Depois que passei a me vestir de preto, Beara e Šoškić, da Iugoslávia; Grosics, da Hungria; e Schrojf, da Tchecoslováquia, não quiseram saber de outra cor.”

Uma dica que os goleiros dos anos 1990 não aprenderam, principalmente o baixinho mexicano Jorge Campos que chamava gol não só pela sua baixa estatura, mas pelas cores berrantes de seus uniformes!

Sondado simplesmente por Santiago Bernabéu, presidente do Real Madrid, após o título da Europa, Yashin recebeu um cheque em branco para migrar para o time merengue. Contudo, o coração de Yashin era de outro time branco: O Dynamo de Moscou, o que lhe fez educadamente recusar a oferta! Lev (que em russo quer dizer Leão) demonstrava um dos maiores exemplos de amor à camisa que nos dias de hoje nunca mais veremos.

Em Copas do Mundo, Yashin já havia conhecido o poderio de Mané Garrincha em 1958 nos famosos primeiros três minutos mais incríveis da história das Copas, mas em 1962, com sua seleção campeã europeia, os soviéticos eram os grandes adversários dos brasileiros na conquista do título. Contudo, nas quartas de final contra o anfitrião Chile, após um choque com o atacante chileno, Yashin ficou desacordado, e ao voltar a si, ainda zonzo, acabou falhando nos dois gols chilenos que levaram a eliminação soviética do torneio. Para a imprensa do país não havia dúvidas sobre o culpado pela eliminação da seleção, era o Aranha Negra.

Não tenho relatos soviéticos que comprovem isso exceto o filme, mas após as falhas de 1962, Lev passou por um processo de fritura similar ao que o Barbosa sofreu pós 1950. Como os jogos eram transmitidos via rádio, o torcedor acabou ficando com a versão da imprensa que o acusou de ser o único culpado da eliminação e começou a persegui-lo em sua casa, fazendo pixações ofensivas a ele e a sua família e depredando seus patrimônios como por exemplo seu carro. Mas ao contrário do nosso Barbosa, Yashin teria uma nova chance de dar a volta por cima.

Mesmo no banco de reservas, vaiado por muitos torcedores inclusive do seu time e pensando em encerrar a carreira já aos 34 anos, Yashin recebe a convocação para o jogo comemorativo dos 100 anos do estabelecimento das regras do futebol no estádio de Wembley. No convite, O Aranha Negra é citado como o melhor goleiro do mundo de todos os tempos.

Ele que iria atuar numa seleção de craques contra os inventores do futebol. Entre esses estavam Alfredo Di Stéfano, Gento, Eusébio e o brasileiro Djalma Santos. O combinado da FIFA perdeu por dois gols a um para os ingleses mais entrosados. Contudo, Yashin faz mais uma partida soberba impedindo que os Ingleses goleassem! Além de conhecer a Rainha Elizabeth II, Yashin retorna a Moscou dando a volta por cima. Recuperando seu respeito roubado um ano antes! Um detalhe foi que o Aranha Negra pela primeira e única vez vestiu uma camisa amarela!

Com cinco títulos soviéticos, três Copas da URSS, um título Olímpico, uma Eurocopa e mais um vice em 1964, chegava a hora do velho leão pendurar as luvas, mas não antes de fazer mais um jogo espetacular novamente contra um combinado mundial, só que dessa vez atuando no estádio Lujnik, em Moscou. O único goleiro da história a ganhar o prêmio da Bola de Ouro em 1963 novamente faz uma atuação de gala, fechando a trave contra nomes como Gerd Muller e Bobby Charlton que era campeão do mundo em 1966.

Sendo 1996, um ano que o filme dá pouco enfoque, mas que Yashin faz sua melhor campanha em Copas do Mundo com os soviéticos alcançando o quarto lugar! Muito graças a suas defesas antológicas.

Segundo dados da FIFA e da IFFHS, Yashin tomou 72 gols em 74 partidas com a camisa da Seleção soviética, menos de um gol por jogo! E segundo a FIFA, o goleiro chegou a defender 150 penalidades máximas. Um número espetacular para a história de qualquer arqueiro.

O que pouca gente sabe é que perto dos 41 anos, Yashin ainda foi chamado para a Copa de 1970. Devido a lesão do goleiro titular, Yevgenyi Rudakov, às vésperas do mundial. Embora todos esperassem que ele jogasse, principalmente após as falhas do goleiro principal, o Leão soviético limitou-se apenas a ser uma espécie de interlocutor dos jogadores de seu país nesse mundial… Após vários amistosos contra combinados de todas as partes do mundo, Yashin encerrou de vez a carreira aos 42 anos em 1971.

Contudo, seu legado ficou para sempre: Prêmio do Comitê Olímpico Internacional, prêmios em 1972 e em 1994 dados pela FIFA como o melhor goleiro do século XX, e o famoso Prêmio Lev Yashin, dado pela FIFA ao melhor goleiro do ano, sendo depois rebatizado de Prêmio Luva de Ouro, mas que nunca deixou de ser chamado pela mídia de Prêmio Yashin. Sendo que esse seu nome foi “apoderado” para dar o prêmio o melho goleiro do mundo dessa vez pela France Football em seu prêmio Bola de Ouro. Uma confusão completa! Mas em ambos os casos, o nome do troféu e o homenageado é o Aranha Negra!

O legado de Yashin e suas histórias são gigantescas dentro do futebol. Pelé chegou a dizer que o seu time da URSS nos anos 1950 foi um dos melhores de todos os tempos em uma de suas últimas entrevistas ao Bolívia Talk Show… O Aranha Negra foi de fato o maior goleiro do Século XX.

Particularmente, não me incomoda um adolescente ou alguém que não liga para futebol não conheça a história do goleiro soviético, mas profissionais formados em jornalismo e que se dedicam ao futebol sequer saberem um pouco da história desse gênio, sempre sobre a alegação demagógica de que não o viram jogar, é algo patético! Eu não vi o Pelé jogar e nem por isso diria que ele não foi o maior de todos os tempos! Um pouco de cultura e leitura é fundamental! Eu também não o vi atuar pelo seu amado Dynamo, mas fui buscar um pouco da história desse gênio das traves! Então a esses que só conhecem o presente e mesmo assim vão falar de futebol como se fossem sumidades, desejo mais humildade e leitura sobre os grandes nomes que fizeram esse esporte! Pois com certeza, o ‘’Leão, Aranha Negra’’ está nela!

Yashin nos deixou no ano de 1990, vítima de câncer de estômago em sua querida Moscou.