“uma coisa jogada com música” – capítulo 17
por Eduardo Lamas Neiva
João Sem Medo, ainda indignado com os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil em 2014, prossegue o seu raciocínio sobre os problemas do futebol brasileiro.
João Sem Medo: – Nos anos 90, quando eu já não podia mais estar fisicamente para denunciar os crimes que estavam cometendo com o nosso futebol, passamos a imitar o antigo estilo europeu, mais pragmático, frio, sem jogo de cintura. E os alemães e os espanhóis passaram na década seguinte a nos imitar desde as divisões de base. Pegaram nossas melhores características e começaram a ensinar nas escolinhas de futebol de lá aos seus garotos. Com o tempo, com a organização que eles têm e nós não temos, mudaram sua forma de jogar. Principalmente a Alemanha, que sempre teve grandes jogadores, mas era mais dura de cintura.
Garçom: – Prefiro o jogo da Alemanha do que o da Espanha.
João Sem Medo: – Essa Espanha que ganhou em 2010 parecia o Bolero de Ravel, sempre a mesma coisa. Mas tinha um cracaço de bola, o Iniesta.
Sobrenatural de Almeida: – Em 2010 estive na África do Sul.
Ceguinho Torcedor: – Aquele gol da Holanda sobre nós, com Júlio César e Felipe Melo, que jogaram juntos no Flamengo, batendo cabeça, só pode ter sido obra do Além.
Sobrenatural de Almeida: – Mas me redimi, e os holandeses tiveram de amargar o terceiro vice mundial.
Ceguinho Torcedor: – Aquele futebol da Espanha era igual ao tico-tico no fubá do América dos anos 50.
João Sem Medo: – Concordo com você, Ceguinho. Curioso que o Zagallo disse o mesmo da Holanda, em 74. E não tinha nada disso. Era um time de jogadores muito inteligentes e Cruyff foi um dos maiores que vi jogar.
Sobrenatural de Almeida: – Em 74, não gostei daquele futebol em que ninguém tinha posição fixa. Então, achei melhor a festa ficar em casa, com os alemães.
João Sem Medo: – Aquela seleção espanhola de 2010 era mesmo o tico-tico no fubá, cheio de toques pros lados. Não fosse o Iniesta…
O grupo que fica no palco aproveita a deixa da conversa e toca o choro “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu.
Músico: – Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, não tem nada a ver com o América, nem com futebol, mas como vocês citaram…
João Sem Medo: – Ah, e essa música é a cara do futebol brasileiro. O nosso jeito moleque, alegre, criativo de jogar.
Músico: – Peço perdão aos senhores, pois sabem muito mais de futebol do que eu, mas o chorinho ilustra muito bem o nosso estilo de jogo.
João Sem Medo: – Sem dúvida. O estilo que nos consagrou no mundo todo e que temos abandonado.
Ceguinho Torcedor: – Isso a gente não vê mais.
João Saldanha: – Quais jogadores brasileiros hoje sabem driblar?
Os outros: – Ah, poucos, quase nenhum.
João Sem Medo: – O Neymar, mais uns dois ou três e olhe lá.
Ceguinho Torcedor: – Mesmo assim ainda acredito que é no Brasil que se produzem os melhores jogadores do mundo. Ainda somos os maiores do mundo! Quem não pensa assim é porque tem complexo de vira-lata.
Garçom: – Já que estão falando sobre o drible, lembrei de uma música muito boa, do Chico César. Vou botar aqui pra todos ouvirem.
Zé Ary vai ao notebook e põe nas caixas de som “Drible”, de Chico César e Zezo Ribeiro (clique aqui pra ouvi-la).
https://music.youtube.com/watch?v=kNDVbNr9sMk&list=RDAMVMkNDVbNr9sMk
Fim do capítulo 17
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Blog Eduardo Lamas Neiva – 15 anos: A SÉRIE “UMA COISA JOGADA COM MÚSICA” NO MUSEU DA PELADA
MATRIZ OU FILIAL
por Zé Roberto Padilha
Vamos imaginar que estamos a poucos minutos da primeira convocação, do técnico Fernando Diniz, para a seleção brasileira. No sábado anterior, ele dormiu na concentração tricolor. Tomou café da manhã com o Fábio, que fechou o gol mais tarde contra o Vasco.
Fábio, mesmo sendo um dos melhores e mais regulares goleiros do futebol brasileiro, titular absoluto no Vasco, Cruzeiro e Fluminense, jamais mereceu uma oportunidade. Mas, dessa vez, quem vai convocar a seleção brasileira o conhece de perto. Tem salvo seu emprego a cada partida.
Fernando Diniz não chama o Fábio. E o Fábio não esconde sua frustração de ninguém: “Se ele, que está ao meu lado, não confia em mim, nega essa oportunidade, quem vai me convocar?”
Fábio sente o baque. E cai de produção. Mesmo o Marcelo, que comentou nos bastidores ter alguma esperança, revelou ao G1: “Se o Daniel Alves voltou, porquê eu não posso?”
O tempo vai provar que não dá para conciliar duas paixões. Mesmo porque não dá para amar uma delas sem trair a confiança da outra.
Fernando Diniz vai ter que optar. Pela Matriz ou Filial.
Enquanto isso, melhor escutar Jamelão.
“Quem sou eu
para ter direitos exclusivos sobre elas
se eu não posso suportar os sonhos deles?”
E-BOOK ROBERTO DINAMITE
por Luis Filipe Chateaubriand
Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque ninguém representa mais o Vasco da Gama, clube de meu coração, do que ele.
Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque representava “chuva de gols”, de todos os tipos e de todos os jeitos.
Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol devido a seus passes açucarados e a seus lançamentos perfeitos.
Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque batia faltas de forma marcante, não deixando chances de defesas para os goleiros adversários.
Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque exibia aquele sorriso largo, farto, de quem sabe muito a respeito do próprio carisma.
Roberto Dinamite é tão meu ídolo, mas tão meu ídolo, mas tão meu ídolo, que escrevi um e-book a respeito dele!
O e-book “Roberto Dinamite: A Camisa Que Tem Cheiro De Gol”, trata-se de um material escrito em PDF, com 84 páginas.
Para adquirir o e-book, proceda da seguinte forma:
1) Insira Luis Filipe Chateaubriand em seu Whatsapp – (21) 974868033.
2) Deposite um PIX para Luis Filipe Chateaubriand de 50,00 reais.
3) O PIX é 00849662702.
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5) Receba, também pelo WhatsApp de Luis Filipe Chateaubriand, o e-book.
ELE MERECE!
por Zé Roberto Padilha
Fernando Diniz chega ao comando da seleção por méritos próprios. Nunca teve padrinhos. Sempre teve padrão de jogo. Em meio a mesmice tática que impera no futebol brasileiro, responsável pela abertura dos cargos às nações amigas, inovou e insistiu com uma nova concepção de jogo que elimina os chutões. E prioriza o toque de bola.
O que faltava para sua receita eram ingredientes à altura. Se por um lado treinava à exaustão o Fábio sair jogando com o Manoel, o Lucas Claro, e o perigo rondava a área tricolor, agora vai poder escolher o goleiro mais habilidoso com os pés e um Thiago Silva para sair envolvendo o adversário junto ao André e ao Casemiro.
Sempre teve a receita de um bolo bonito de se ver jogar. Mas que não alcançava a conquista do Master Chef porque não tinha uma farinha de trigo à altura, ovos de granja e manteigas nobres porque recebia, das despesas de Xerém, das mãos de chefes de cozinha sub-15 e sub-17, ingredientes diferentes do sabor que buscava.
Agora, Fernando Diniz vai deixar a Rua da Alfândega, Travessa do Ouvidor e 1o de Março, onde recebia seus trajes, e vai buscar seu terno novo no BarraShopping. O Fashion Mall está ali do lado e pode ajudar.
Sua posse, e sua merecida indicação, precisam estar à altura do futebol que todo mundo anda com saudades de ver desfilar pelos gramados de todo o mundo.
A ESTRELA CADA VEZ MAIS SOLITÁRIA
::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::
Embora Botafogo e Vasco estivessem em cenários opostos, clássico é clássico e imaginava um jogo mais disputado. O cenário até poderia ter sido outro se Alex Teixeira não desperdiçasse aquela chance claríssima, mas o Botafogo, como de costume, aproveitou as oportunidades que teve e saiu vitorioso do Estádio Nilton Santos.
Muita gente ainda não acredita na liderança do Alvinegro, mas fato é que a estrela solitária está cada vez mais solitária na liderança e o próximo jogo é contra o Grêmio, vice-líder, no Sul. Claro que será um jogo duríssimo, mas não dá para negar que o Botafogo está com a confiança lá no céu e tudo pode acontecer.
“PC, você não achou que o Luis Castro foi mercenário?”, indagou um amigo botafoguense. Claro que não! Sabemos como é ser treinador no Brasil e bastava duas ou três derrotas para a torcida chamá-lo de burro e pedir sua cabeça.
Evidentemente que a saída do treinador sempre dá uma abalada, até porque os jogadores adoravam ele e, mais do que isso, corriam por ele, mas gostei da estreia do Claudio Caçapa e tenho boas referências. Espero que não tente inventar a roda e mantenha esse time organizado e seguro na defesa para seguir derrubando os adversários. Caso contrário, o clima pode pesar e, com propriedade no assunto, sei como é fácil jogador derrubar técnico.
Por falar nisso, não sei até que ponto os jogadores do Flamengo estão gostando dessa estratégia do Sampaoli de revezar os titulares. A realidade é que ninguém gosta de ficar no banco e o treinador ainda não me convenceu, apesar da vitória contra o Fortaleza no último sábado.
Na parte inferior da tabela, Santos e Corinthians têm brigado para ver quem apresenta o futebol mais feio. No último fim de semana, o Timão perdeu para o Bragantino em casa e o Santos tomou de três do Cuiabá. É nítida a falta de confiança dos jogadores e não dá para negar que o plantel não condiz com a história dos dois clubes. É preciso abrir o olho e se reforçar para evitarem sustos no fim do ano.
Quem também precisa abrir o olho é a federação para aplicar punições severas. Seguindo a escola de Abel Ferreira, seu auxiliar disse que “é ruim para o sistema o Palmeiras conquistar duas vezes seguidas o título brasileiro”. Prefiro nem comentar…
Em Minas, agora temos que aguentar Hulk e Felipão dando show de reclamações. Sou do tempo em que a única preocupação era a bola na rede e nada mais!
Alô, geraldinos! Olhem as “pérolas da semana”:
“Utiliza ferramentas para deixar o adversário desconfortável e proporcionar uma marcação baixa, tornando o time vertical, com intensidade na diagonal, na última linha do segundo terço”.
“Com dinâmica e consistência orgânica, o ala agudo encorpado faz a transição da bola viva, conectando a transição e dando uma condição coletiva, para fazer a leitura de jogo na horizontal”.