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MATRIZ OU FILIAL

por Zé Roberto Padilha

Vamos imaginar que estamos a poucos minutos da primeira convocação, do técnico Fernando Diniz, para a seleção brasileira. No sábado anterior, ele dormiu na concentração tricolor. Tomou café da manhã com o Fábio, que fechou o gol mais tarde contra o Vasco.

Fábio, mesmo sendo um dos melhores e mais regulares goleiros do futebol brasileiro, titular absoluto no Vasco, Cruzeiro e Fluminense, jamais mereceu uma oportunidade. Mas, dessa vez, quem vai convocar a seleção brasileira o conhece de perto. Tem salvo seu emprego a cada partida.

Fernando Diniz não chama o Fábio. E o Fábio não esconde sua frustração de ninguém: “Se ele, que está ao meu lado, não confia em mim, nega essa oportunidade, quem vai me convocar?”

Fábio sente o baque. E cai de produção. Mesmo o Marcelo, que comentou nos bastidores ter alguma esperança, revelou ao G1: “Se o Daniel Alves voltou, porquê eu não posso?”

O tempo vai provar que não dá para conciliar duas paixões. Mesmo porque não dá para amar uma delas sem trair a confiança da outra.

Fernando Diniz vai ter que optar. Pela Matriz ou Filial.

Enquanto isso, melhor escutar Jamelão.

“Quem sou eu

para ter direitos exclusivos sobre elas

se eu não posso suportar os sonhos deles?”

E-BOOK ROBERTO DINAMITE

por Luis Filipe Chateaubriand

Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque ninguém representa mais o Vasco da Gama, clube de meu coração, do que ele.

Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque representava “chuva de gols”, de todos os tipos e de todos os jeitos.

Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol devido a seus passes açucarados e a seus lançamentos perfeitos.

Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque batia faltas de forma marcante, não deixando chances de defesas para os goleiros adversários.

Roberto Dinamite é meu ídolo no futebol porque exibia aquele sorriso largo, farto, de quem sabe muito a respeito do próprio carisma.

Roberto Dinamite é tão meu ídolo, mas tão meu ídolo, mas tão meu ídolo, que escrevi um e-book a respeito dele!

O e-book “Roberto Dinamite: A Camisa Que Tem Cheiro De Gol”, trata-se de um material escrito em PDF, com 84 páginas.

Para adquirir o e-book, proceda da seguinte forma:

1)      Insira Luis Filipe Chateaubriand em seu Whatsapp – (21) 974868033.

2)      Deposite um PIX para Luis Filipe Chateaubriand de 50,00 reais.

3)      O PIX é 00849662702.

4)      Envie o comprovante do PIX para o WhatsApp de Luis Filipe Chateaubriand.

5)      Receba, também pelo WhatsApp de Luis Filipe Chateaubriand, o e-book.

ELE MERECE!

por Zé Roberto Padilha

Fernando Diniz chega ao comando da seleção por méritos próprios. Nunca teve padrinhos. Sempre teve padrão de jogo. Em meio a mesmice tática que impera no futebol brasileiro, responsável pela abertura dos cargos às nações amigas, inovou e insistiu com uma nova concepção de jogo que elimina os chutões. E prioriza o toque de bola.

O que faltava para sua receita eram ingredientes à altura. Se por um lado treinava à exaustão o Fábio sair jogando com o Manoel, o Lucas Claro, e o perigo rondava a área tricolor, agora vai poder escolher o goleiro mais habilidoso com os pés e um Thiago Silva para sair envolvendo o adversário junto ao André e ao Casemiro.

Sempre teve a receita de um bolo bonito de se ver jogar. Mas que não alcançava a conquista do Master Chef porque não tinha uma farinha de trigo à altura, ovos de granja e manteigas nobres porque recebia, das despesas de Xerém, das mãos de chefes de cozinha sub-15 e sub-17, ingredientes diferentes do sabor que buscava.

Agora, Fernando Diniz vai deixar a Rua da Alfândega, Travessa do Ouvidor e 1o de Março, onde recebia seus trajes, e vai buscar seu terno novo no BarraShopping. O Fashion Mall está ali do lado e pode ajudar.

Sua posse, e sua merecida indicação, precisam estar à altura do futebol que todo mundo anda com saudades de ver desfilar pelos gramados de todo o mundo.

A ESTRELA CADA VEZ MAIS SOLITÁRIA

::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::

Embora Botafogo e Vasco estivessem em cenários opostos, clássico é clássico e imaginava um jogo mais disputado. O cenário até poderia ter sido outro se Alex Teixeira não desperdiçasse aquela chance claríssima, mas o Botafogo, como de costume, aproveitou as oportunidades que teve e saiu vitorioso do Estádio Nilton Santos.

Muita gente ainda não acredita na liderança do Alvinegro, mas fato é que a estrela solitária está cada vez mais solitária na liderança e o próximo jogo é contra o Grêmio, vice-líder, no Sul. Claro que será um jogo duríssimo, mas não dá para negar que o Botafogo está com a confiança lá no céu e tudo pode acontecer.

“PC, você não achou que o Luis Castro foi mercenário?”, indagou um amigo botafoguense. Claro que não! Sabemos como é ser treinador no Brasil e bastava duas ou três derrotas para a torcida chamá-lo de burro e pedir sua cabeça.

Evidentemente que a saída do treinador sempre dá uma abalada, até porque os jogadores adoravam ele e, mais do que isso, corriam por ele, mas gostei da estreia do Claudio Caçapa e tenho boas referências. Espero que não tente inventar a roda e mantenha esse time organizado e seguro na defesa para seguir derrubando os adversários. Caso contrário, o clima pode pesar e, com propriedade no assunto, sei como é fácil jogador derrubar técnico.

Por falar nisso, não sei até que ponto os jogadores do Flamengo estão gostando dessa estratégia do Sampaoli de revezar os titulares. A realidade é que ninguém gosta de ficar no banco e o treinador ainda não me convenceu, apesar da vitória contra o Fortaleza no último sábado.

Na parte inferior da tabela, Santos e Corinthians têm brigado para ver quem apresenta o futebol mais feio. No último fim de semana, o Timão perdeu para o Bragantino em casa e o Santos tomou de três do Cuiabá. É nítida a falta de confiança dos jogadores e não dá para negar que o plantel não condiz com a história dos dois clubes. É preciso abrir o olho e se reforçar para evitarem sustos no fim do ano.

Quem também precisa abrir o olho é a federação para aplicar punições severas. Seguindo a escola de Abel Ferreira, seu auxiliar disse que “é ruim para o sistema o Palmeiras conquistar duas vezes seguidas o título brasileiro”. Prefiro nem comentar…

Em Minas, agora temos que aguentar Hulk e Felipão dando show de reclamações. Sou do tempo em que a única preocupação era a bola na rede e nada mais!

Alô, geraldinos! Olhem as “pérolas da semana”:

“Utiliza ferramentas para deixar o adversário desconfortável e proporcionar uma marcação baixa, tornando o time vertical, com intensidade na diagonal, na última linha do segundo terço”.

“Com dinâmica e consistência orgânica, o ala agudo encorpado faz a transição da bola viva, conectando a transição e dando uma condição coletiva, para fazer a leitura de jogo na horizontal”.

O PODEROSO CHEFÃO

por Elso Venâncio, o repórter Elso

Os Aliados: Castor e Teixeira

Castor de Andrade era poderoso, influente em todas as áreas. Temido, amado por muitos e odiado por outros, mandava no futebol, no samba e na cidade. Generoso, era também querido por grandes nomes da imprensa, sobretudo pelos mandachuvas da TV Globo, aos quais sempre agradava:

“Comunicador famoso da Rádio Globo aniversariando? Festa na Casa da Suíça, então!”

No evento, apenas convidados VIPs, top de linha mesmo, selecionados por um discreto colaborador. No meio do banquete, o ‘Poderoso Chefão’ aparecia sorridente:

“Surpresa agradável…”, brincava, descontraindo o ambiente.

No Carnaval, saía sambando à frente da Mocidade Independente de Padre Miguel. Uma câmera de televisão o acompanhava sistematicamente. Chegou a discursar atacando o Judiciário, antes da sua Escola entrar na Sapucaí.

No seu tempo, a FFerj, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, não sabia o que era dívida. A CBF era outra protegida. Na eleição de Octávio Pinto Guimarães, em 1986, Castor de Andrade determinou a Eduardo Viana que os Presidentes de Federações aliadas deveriam ficar no Copacabana Palace, sem direito a deixar o hotel. Seriam regiamente remunerados, de acordo com o voto. Ele apoiou também Ricardo Teixeira a pedido do sogro dele, João Havelange, então Presidente da FIFA.

“Xerife, xerife! O Doutor chegou! – esbaforia o supervisou Neco, avisando ao técnico Moisés que, naquele instante, encontrava-se sentado no banco, cercado por jornalistas, contando suas aventuras e desventuras na noite anterior, que o ‘homem’ tinha estacionado o carro.

De imediato, Moisés levantou-se. Tacou fora o cigarro ainda aceso, interrompeu a algazarra em campo e berrou, com firmeza ímpar:

“Treino tático!!! Marinho, Marinho… entre em diagonal! Marinho é o nosso Gil. Mário, você é o Rivellino. Quero agora lançamento facão…”

Nisso, surge Castor. O homem-forte do clube entra no gramado cercado por seus capangas, de chapéu. Sob o sol forte, reluz o revólver que trazia na cintura. O ‘Capo’ olha para Moisés com entusiasmo e um carinho paternal. O ‘xerife’ era querido por todos. Impagável contador de histórias, espirituoso, extrovertido, enfim, um bom sujeito, esperto e malandro, mas de ótimo papo. Impossível imaginar que foi o mais violento zagueiro do futebol brasileiro da sua geração.

Em Moça Bonita, a presença de Castor misturava alegria e tensão. Alegria por causa da pasta recheada de grana, blindada por seu fiel escudeiro Miúdo, que assustava pelo porte físico e os dois metros de altura bem distribuídos em músculos. Tensão? Explico o porquê.

Certa vez, o lateral-esquerdo Marco Antônio, tricampeão do mundo na Copa de 1970, foi acordado dormindo no carro. No campo, sentou-se em uma das traves e cochilou. Ao vê-lo, Castor sacou o revólver e deu dois tiros na baliza.

Sem o óculos de grau que usava, Moisés reuniu o grupo no centro do gramado para anunciar a escalação do time:

“Gilmar no gol. Gilmar e… poxa… coloca o papel mais perto da vista, que essa letra aqui do Doutor parece até letra de médico…”

Impossível conter a risada geral.

Da prisão Castor ligava para os amigos:

“Vamos ao show no Canecão?”

Entrava na casa noturna de peruca e bigode postiço, com o show em andamento. Sagaz, deixava o local incólume, antes do bis.

No estacionamento, os flanelinhas vibravam:

“Obrigado, Doutor Castor! Obrigado!”

“Seus moleques… como sabem que sou eu?”

“Só o senhor dá 50 reais pra gente!”

Cobri o Bangu, como setorista da Rádio Globo, quando o time, em 1985, disputou as finais do Carioca e do Brasileirão. Na decisão estadual, diante do Fluminense, o árbitro José Roberto Wright não apitou um pênalti claro, ao fim do jogo, do zagueiro Vica no artilheiro Cláudio Adão. No túnel, Castor mandou os seguranças surrarem o juiz. Bom de briga, Wright, faixa preta de judô, enfileirou um por um os capangas, derrubando todos. O último a apanhar foi Walter, um veterano lutador de boxe amador. A polícia era lenta e cuidadosa na hora de apartar as brigas do grupo que trabalhava para o homem que fundou a Liga das Escolas de Samba do Rio.

Cheguei com o Bangu no Aeroporto do Galeão, após a vitória de 1 a 0 sobre o Brasil de Pelotas no Estádio Olímpico. Era importante entrevistá-lo. Dois dias depois, se daria a grande decisão do campeonato nacional, contra o Coritiba, no Maracanã. Sem olhar para mim, ao sair do avião Castor me deu o papo:

“Amanhã, cinco da tarde, na Avenida Atlântica, no Leme.”

Assim que cheguei ao local vi uns 40 telefones pretos, com placas de discagem, que não paravam de tocar. Na entrevista, ele fez um apelo:

“Você que é Fla, Flu, Vasco ou Botafogo… o Bangu precisa de todos vocês no domingo!”

“Essa parte ficaria legal na chamada do jogo”, comentei.

“OK, mas não tenho dinheiro,” – gritou comigo, de forma grosseira.

“Dinheiro? Não estou aqui pedindo dinheiro, não. Quer saber, essa entrevista nem vai mais ao ar!”

Comuniquei o fato a dois diretores da Rádio e, na frente deles, apaguei a fita logo em seguida. Confesso que me senti meio ridículo, afinal, quando Castor queria, ligava direto para a Globo. Ou se dirigia pessoalmente até os estúdios.

Na quarta à noite, reencontrei ele no saguão do Maraca, antes do jogo:

“Garoto, tudo bem?”

Me surpreendi, ao receber um beijo dele no rosto. Depois, com mais de dez seguranças a tiracolo, caminhou tranquilo rumo ao vestiário.

Castor de Andrade faleceu, vítima de ataque cardíaco, aos 71 anos. A disputa por seus negócios e a fortuna que acumulou causou mortes na família. A Justiça ainda está para decidir quem vai herdar uma propriedade do bicheiro na Ilha Grande, avaliada em mais de 40 milhões de reais.