por Zé Roberto Padilha
Falta de aviso não foi. Há quanto tempo a imprensa esportiva não fala seguidamente sobre as obsoletas estruturas táticas montadas pelos treinadores brasileiros?
O futebol boleiro, de Joel Santana, o bom de grupo e do churrasco, de Waldir Espinosa, o amigo da rapaziada, como Jair Pereira, foram perdendo posições no G4, e se aproximando do ZR4, na medida em que o futebol moderno foi ocupando o espaço do futebol arte.
Por termos há alguns anos a genialidade que resolvia por si mesma, caso do quarteto Ronaldo, Rivaldo, Romário e Ronaldinho, que dominavam os troféus de melhores da FIFA, nossos treinadores relaxavam no quesito aplicação tática na marcação.
Se tomávamos 3, eles faziam 4. E tinha churrasco na segunda e chinelinho na terça.
Quando Neymar, Coutinho, Arthur foram embora e o Diego, Hernanes e o Nenê voltaram para jogar no Master do Luciano do Vale, e acabaram titulares das principais equipes do país devido a escassez de talentos, o Robinho quase veio nessa barca, não havia mais quem resolvesse uma partida com a bola nos pés.
E sem sua posse e guarda, o espaço cada vez menor a ser ocupado precisava de treinamento tático organizado. Nada mais de improviso e muito de estudo e trabalho dentro de campo. E isso esses treinadores aí de cima sabem fazer muito bem.
E por isso as três Mercedes, do Inter, do Flamengo e do Atletico-MG ocupam, hoje, as primeiras posições do Grid de Largada, enquanto as nossas Ferraris, dirigidas pelos que ainda insistem em viver de romantismo e exaltar seu passado, vão ficando para trás na classificação geral.
0 comentários