por Paulo-Roberto Andel
Há exatos 40 anos, completados em 03 de maio, terminava o Campeonato Brasileiro de 1981. Pela primeira vez na história, o Grêmio se sagraria campeão ao vencer o São Paulo dentro do Morumbi por 1 a 0, com um golaço de Baltazar.
No mesmo dia, pelo placar eletrônico do próprio Morumbi logo após a partida, Telê Santana anunciaria a convocação dos jogadores para a Seleção Brasileira que disputaria três amistosos importantes, contra selecionados de expressão: Inglaterra, França e Alemanha. Avesso à imprensa, no dia seguinte Telê daria uma entrevista coletiva sobre o elenco convocado.
Se olharmos a lista dos 18 convocados, chegamos à conclusão de que, salvo raríssimas exceções, o grupo só tinha jogadores de, no mínimo, alto nível.
As duas surpresas positivas da convocação eram o goleiro Paulo Sérgio, do Botafogo (ex-Americano e Fluminense) e o volante Vitor, do Flamengo. Ambos teriam sua primeira chance com a famosa camisa amarelinha. Paulo Sérgio vinha de uma grande campanha com o Botafogo, parada nas semifinais do Brasileirão contra o São Paulo numa partida muito tumultuada. E Vítor tinha ficado nas quartas de final contra o próprio Botafogo de Paulo Sérgio, num 3 a 1 histórico pelo golaço de Mendonça driblando Júnior.
Outra curiosidade: embora fosse um jogadoraço, Vitor era reserva de Andrade no Flamengo, um fato inusitado – mas não inédito em se tratando de Seleção. Na Copa de 1954, Castilho foi para a Copa do Mundo como goleiro titular do Brasil e seu reserva era Veludo, também seu banco no Fluminense.
Aquela semana de 40 anos atrás seria promissora para o Grêmio: o time gaúcho iniciava uma sequência de triunfos que o levaria ao vice-campeonato brasileiro em 1982, ao título da Copa Libertadores de 1983 e ao Mundial de Clubes no mesmo ano. Uma época de glórias para o clube.
Já a Seleção Brasileira faria uma campanha maravilhosa na excursão europeia, vencendo Inglaterra, França e Alemanha em seus domínios, também credenciando-se à conquista da Copa do Mundo da Espanha em 1982. Mas o time dos sonhos acabaria nocauteado no Sarriá, muita coisa mudaria no esporte bretão e o Brasil ainda iria esperar 12 anos para o sonhado grito do tetra.
Paulo Sérgio e Vítor, os calouros da Seleção, brilhariam intensamente no futebol carioca pela década de 1980.
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