por Zé Roberto Padilha
Amamos o futebol mesmo antes de escolher o clube do nosso coração. E seja na alta ou na baixa estação, safra ou entressafra de grandes craques, corremos para a tevê em busca da nossa maior paixão.
Mesmo pessimistas diante do atual momento do futebol brasileiro, em que as equipes que nos concedem prazer de ver jogar precisam vender um Gerson para fechar o balanço, outras se desfazem de suas jóias lapidadas em Xerém para colocar a folha em dia, aceitamos o convite da Globo e fomos assistir Vasco x Náutico.
E acabamos surpeendidos com uma exibição de gala da equipe pernambucana. O primeiro tempo do Náutico, impecável em todos os aspectos, deve ser gravado e exibido em cada escolinha de futebol do país.
Não por acaso, está invicto há muitos jogos e lidera com folgas a Série B. Um time formado por bons e experientes jogadores, comandado por um treinador cascudo, que se encaixaram como uma luva num sistema de jogo veloz, intenso e audacioso. Mesmo em São Januário, nem tomaram conhecimento do tamanho do Vasco.
E estão com prazer de jogar.
Acontece a cada passagem do cometa Halley a aparição de um time assim. O São Paulo, de Rai, Silas e Muller, o Flamengo, de 81, a Academia do Palmeiras, de Dudu e Ademir da Guia, a Maquina Tricolor, de Roberto Rivelino, foram equipes que deixaram um rastro de brilho pelos gramados.
Sem exageros, o Náutico tranquilamente poderia estar na primeira divisão e disputando a Libertadores.
Não é fácil alcançar um nível de entrosamento assim. Que seus dirigentes consigam manter o elenco, prestigiar seu treinador, para que outras exibições como a do fim de semana nos façam readquirir a confiança no futebol brasileiro.
Parabéns, Náutico, e obrigado por nos oferecer o melhor programa e a maior surpresa do domingo.
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