por Zé Roberto Padilha
Acabo de chegar do Colônia FC onde o Entrerriense FC, que completa 95 anos, fez uma festa cujo maior homenageado foi o meu irmão Flavinho, o Brasa.
Quis o destino que o melhor jogador de futebol da família Lopes e Padilha não fosse o mais conhecido. Jogou igual ao meu pai e mais do que eu e o Mauro. Chutava como Nelinho e tinha a raça do Edmundo, mas o seu joelho não resistiu a tantas preciosas repetições.
Operou 4 vezes e se prepara para a quinta. E isso reduziu seus caminhos. Fez do Departamento Médico seu gramado e que as luzes dos refletores se confundissem com as de ondas curtas aplicadas pelos massagistas. Não havia fisioterapeutas nem fisiatras pelos clubes que passamos.
Voltei de lá gratificado ao receber, em seu nome, a mais justas das homenagens. Meu avó João Pereira Lopes foi um símbolo carijó, e meu tio Remo Righi um fenômeno como diretor do clube. Uma pena não terem visto você defender suas cores. E o fez com extrema categoria.
Então, meu irmão, força aí nesta próxima intervenção. Eu sei quanto é duro um pianista sofrer uma lesão nos dedos, um tenista padecer por uma artrose na clavícula. Deus concedeu um dom a cada um e em cada apresentação desta dádiva nos sentimos recompensados.
E quando ficamos impossibilitados de exercê-la, um vazio percorre nossa autoestima. E nos deixa bem pra baixo.
Mesmo assim, pode carregar uma certeza: você conquistou respeito, admiração e amigos. Todos o admiram. Pelo atleta que foi e pelo tamanho do coração que não cabe em seu peito.
E no dia em que você colocou um escudo do Entrerriense sobre ele, não faltaram testemunhas. Elas estiveram todas comigo e foi emocionante constatar o quanto você é querido por tudo que seu talento e carisma alcançaram por aqui.
Nós amamos você. E a história do futebol trirriense, ficou provado hoje, jamais o irá esquecer.
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