por Claudio Lovato Filho
Entregaste o teu melhor. E o teu melhor é sempre no mínimo genial. Que maravilha foi ver tua entrega em campo. Tua dedicação dentro e fora dele. Teu profissionalismo. Teu compromisso. Tua humildade. Teu prazer quase igual em fazer gols (foram 29 com o manto azul, preto e branco) e em dar passes (17 lindas assistências) para que teus companheiros colocassem a bola no fundo da rede.
Obrigado, centroavante, por nos proporcionar tantas alegrias. Trouxeste momentos de alento e colocaste sorrisos no rosto de todos nós – crianças, adolescentes, adultos e integrantes da velha-guarda; daqueles que estão de bem com a vida e daqueles que vivem tempos de tormentas individuais ou familiares; daqueles que amam o futebol incondicionalmente e daqueles que podiam estar meio desiludidos com ele (e isso incluiu, com frequência, torcedores de outros clubes do país, admiradores da tua arte que souberam desfrutar da tua presença entre nós).
Obrigado, centroavante, por inspirar os mais jovens, exemplo que és. Obrigado por apoiar os veteranos, tão consciente que és das dificuldades da carreira de jogador de futebol – dificuldades que muitos desconhecem, mas que, apesar disso, julgam-se professores no assunto.
Obrigado, centroavante, por honrar a camisa azul, preta e branca em cada segundo que a vestiste nas 54 partidas que disputaste, recorde na tua carreira em uma mesma temporada, e isso aos 36 anos, 37 em 24 de janeiro. Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 17 gols – decisivos para nos colocar de volta na Libertadores e nos levar à honrosa segunda colocação na competição nacional mais difícil do futebol mundial, posição sacramentada com uma grande vitória nossa no Maracanã, contra o Fluminense, na qual fizeste dois gols.
Como soubeste compreender o que nossa camiseta exige e simboliza! Fizeste tudo o que esperávamos – e mais. Te sacrificaste. Três comprimidos e uma injeção antes de cada jogo, para conseguires enfrentar a dor no teu joelho castigado por tantas batalhas e, assim, nos presentear com teu talento, com tua maestria.
Entraste para a nossa História, Pistolero. E para sempre terás nela um lugar muito especial.
Em janeiro, quando chegaste, este torcedor e modesto escriba teve um texto publicado aqui mesmo, no Museu da Pelada, intitulado “Bem-vindo, centroavante”. Escrevi: “O abraço de Ancheta e Suárez no centro do gramado da Arena simbolizou a força e a constância de um sentimento que une uma torcida e seu clube através de gerações. Isso começou em 1903 e – os deuses do futebol já asseguraram – jamais terá fim. Bem-vindo, Luisito. Estamos juntos, centroavante. Te queríamos muito entre nós e agora já és parte da nossa História”.
“Serei mais um gremista torcendo”, disseste na tua entrevista coletiva de despedida da Arena, depois do jogo contra o Vasco, que vencemos com gol teu. Mais um gremista torcendo, mais um gaúcho de coração azul, preto e branco.
Estamos juntos. Sempre estaremos. Porque agora fazemos parte da mesma História, e esse laço é eterno. Aqui, no nosso Grêmio, no meio de nós, gremistas, tu tens uma família que vigiará por ti e te desejará o melhor onde quer que estejas.
Gracias, delantero centro.
Obrigado, centroavante.
Luis Suárez. Lucho. Luisito.
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