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O SONHO IRREAL DE BENTO

12 / agosto / 2024

por Elso Venâncio

O ótimo goleiro Bento, ex-Athletico-PR, tinha um sonho na contramão dos jovens de hoje que, já nas categorias de base, pensam em jogar num clube estrangeiro. Bento recusou proposta milionária do Al Nassr, da Arábia Saudita: “Minha prioridade é a Seleção. Lá fora, vou ficar escondido”. Dois dias depois, porém, mudou de posição: “Conversei com Taffarel, e ele me garantiu que posso ir; que não deixarei de ser observado com a transferência”. Dentre os argumentos lembrados por Taffarel, um foi o fato de ele próprio estar há anos no exterior. Taffarel é o treinador de goleiros da Seleção e do Liverpool. 

O Furacão, por sua vez, aceitou a proposta de 18 milhões de euros (cerca de R$ 107 milhões) por Bento. No Al Nassr, o goleiro vai receber R$ 100 mil por dia. Talvez, daqui a algum tempo, o seu carinho pela Seleção diminua ou até deixe de existir, a exemplo dos que jogam fora e hoje são convocados. A Seleção perdeu a identidade com o torcedor. A chama da paixão, que era forte, vai se apagando a cada ano. E a recíproca é verdadeira por parte dos “estrangeiros” que vestem a camisa amarela.

Ex-Palmeiras e hoje no Real Madrid, Endrick foi criticado por declarar, após a Copa América, que muitos jogadores “poderiam estar aproveitando as férias”. A declaração soou como um indicativo de que os torcedores deveriam agradecer pela disponibilidade dos atletas. Os “europeus” não têm culpa, pois estão com a vida resolvida e, para eles, tanto faz perder ou ganhar. Não enfrentam a cobrança das ruas. Terminada a competição, uns vão para Londres, Madri, Turim, com uma esticada em Ibiza e até em Lisboa, onde muito desconhecido é chamado, e por aí vai…

No tempo em que éramos protagonistas, sem a enxurrada de “estrangeiros”, o anúncio da convocação era um momento especial, acompanhado por jogadores, torcida e imprensa. “Zagallo chama Romário?”; “Luxemburgo convoca Marcelinho Carioca?”; “Neto vai ser lembrado?”. Havia um bairrismo saudável e compreensivo entre Rio e São Paulo. Os baianos comemoravam a convocação do Bobô!

Temos que voltar a jogar o futebol brasileiro, parando de imitar o exterior. Até o Maracanã, com seu padrão FIFA, virou um estádio europeu. A Seleção deve jogar mais no país, tendo atletas que atuam no nosso futebol.

A atual sexta colocação nas Eliminatórias sinaliza que estamos na maior crise técnica da história. Afinal, é o limite da classificação direta para a Copa do Mundo de 2026, no México, Canadá e Estados Unidos. O Brasil nunca vai passar o vexame de ficar fora de um Mundial? Não sei…

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1 Comentário

  1. Tadeu cunha

    Caro Elso td é possível, pois a qualidade dos nossos atletas é e contínua sendo um diferencial, porém nas outras três valência que compõem os pilares do futebol paramos no tempo e não será com mi-mi-mi que resolveremos isso,sim com muito trabalho.

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