por Victor Escobar
Nos últimos dias, tenho me dedicado à leitura de “As 100 melhores crônicas comentadas de João Saldanha”, lançada em comemoração ao centenário dessa grande figura que – corajoso ao ponto de quase balear o goleiro do seu próprio time de coração – nos ensinaria muito bem a como conversar com um fascista hoje em dia.
O que mais me impressiona é que, ainda nos anos 60, João Saldanha encampava na porradaria contra os salamaleques inventados pelo batedor na hora do pênalti (chegou a dizer que Didi, o gênio da Folha Seca, mais parecia uma baiana da Portela), dos times que jogavam na retranca e do calendário do futebol brasileiro, que era desorganizado desde quando o Botafogo ainda ganhava alguma coisa.
O que diria Saldanha ao ver Neymar, o grande craque brasileiro, partir para bater um pênalti? O que ele diria da retranca do atual líder do Campeonato Brasileiro? O que diria dos clubes que, pelo calendário, priorizam coisas como almoço de família, aula de crochê e missa em vez de disputar o Brasileirão?
Sim, nós sabemos perfeitamente o que ele, sem medo nenhum, diria de tudo isso. Mas bem que queríamos poder ouvi-lo novamente. Essa voz faz falta.
Salve, João!
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