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O PORTUGUÊS QUE NÓS AMAMOS E SONHO VERDE NA NOITE EM AVELLANEDA

6 / janeiro / 2021

por Marcelo Mendez


“Sinto o canto da noite na boca do vento…”

Sonho Meu, de Dona Ivone Lara, não existia nas mentes e corações Palmeirenses antes do apito inicial da partida do Palmeiras contra o River Plate, mas ecoou forte em Avellaneda após o término de uma das maiores partidas da história do clube em Libertadores da América.

Ontem o que se viu foi um passeio, uma amassada com um 3×0 impiedoso do time de Parque Antártica em cima do nariz em pé do favoritismo portenho na primeira partida da semifinal da competição. Muitas coisas poderiam explicar tudo que houve, o que construiu essa vantagem.

Tem a opção de não ter um volantão à brasileira, parado na frente da defesa dando chutão e rifando bola o tempo todo. A coragem de montar um meio campo de meninos como Patrick, Menino e Danilo. A postura de um time que jogou de acordo com a grandeza de seus 106 anos sem ficar com medo do jogo e encarando de igual o River Plate. A crônica poderia discorrer calmamente sobre qualquer um desses tópicos, mas eles seriam apenas recortes. Porque o principal de tudo está no banco de reservas.

Abel Ferreira é o nome do homem.

Ele chegou há dois meses cheio de desconfiança, num Clube esfacelado, sem muita perspectiva de nada e mudou completamente o panorama das coisas no Palmeiras. Identificou as necessidades, as possibilidades de trabalho, juntou sua equipe, chamou os jogadores e disse “Eu trabalho assim”. E assim mostrou o que ia ser feito, de maneira franca, direta, ganhando a confiança dos jogadores e por isso a ideia foi comprada.

Qualquer treinador Brasileiro, na situação que o Palmeiras estava ontem, trancaria seu time, ficaria quieto lá atrás, bundamolemente dando a bola para o River Plate jogar, mas não o Abel; Ele propôs aos seus comandados jogar o futebol, atacar o River Plate, amassar um time que há seis anos manda no continente e fazer valer a premissa de que o alviverde é um clube grande demais para ter medo. Lógico que ainda temos a partida da volta semana que vem, mas fica a lição.

Em detrimento ao medo, o futebol. Dessa forma, o Sonho que é meu, será de todos nós

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