por Luis Filipe Chateaubriand
Geovani Silva, o Pequeno Príncipe, era daqueles jogadores que se sentia êxtase em ver atuar, a classe e inventividade no trato com a bola.
Capixaba, muito cedo deixou a Desportiva Ferroviária, de Cariacica, rumo ao Vasco da Gama, onde sua fama assim se fez.
Com passagens pela Itália e pelo México, sempre voltava a São Januário, seu porto seguro.
Jogador de impressionante controle de bola, era capaz de aparar uma bola descendente com o bico da chuteira.
A redonda parecia grudar em seus pés, gostando de ser bem tratada.
Os passes eram executados com categoria ímpar, pois o Pequeno Príncipe botava a esfera onde queria.
Passe curto, passe longo, tabelinha, lançamento, alçada de bola, tudo – rigorosamente tudo – feito milimetricamente.
Visão de jogo privilegiada, era capaz de antever o companheiro que ficaria bem posicionado, lhe acionando antes mesmo que este tivesse noção de que estava bem posicionado.
Certa vez, em um Flamengo x Vasco da Gama de 1984, fez um espetacular gol de cobertura em nada mais nada menos que Ubaldo Fillol, que está procurando a bola até hoje…
Na Seleção Brasileira, foi injustiçado, especialmente por não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1990. Jogou bem menos com a “amarelinha” do que merecia.
De todo modo, o Pequeno Príncipe será lembrado eternamente, por vascaínos ou não, como craque de bola!
Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais 40 anos e é estudioso do calendário do futebol brasileiro e do futebol europeu. Email: luisfilipechateaubriand@gmail.com.
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