por Zé Roberto Padilha
Muito mais pelos méritos dos nossos jogadores, do que demérito dos nossos treinadores, cultuamos no futebol brasileiro o hábito de elegermos, após as partidas, o melhor em campo. E sempre votamos nos jogadores, jamais vi um treinador levar um Motorádio para casa. Com a internet cada vez mais rápida, mal terminou a vitória sobre a Sérvia que as indicações para o destaque do time se iniciaram. A primeira que abri estava: Thiago Silva ou Casemiro? Daí, tasquei meu voto: Tite.
Desde a partida contra a Costa Rica, que tirou da cartola o Douglas Costa e o escalou no lugar do William, mudando a cara do nosso time, que Tite começava a se destacar na competição como emérito estrategista. Daqueles que tem suas peças na palma da mão e as escalam, e as substituem, com precisão. Com a contusão do seu “trunfo”, retornou com o William para não mexer no sistema. E manteve o Paulinho, apesar das críticas. E foi justo o Paulinho, entrando em diagonal nas costas do quarto zagueiro, como faz desde seus tempos no Corinthians, que o Brasil abriu a contagem. E, hoje, quando o Marcelo saiu, escalou seu burocrático substituto que marca melhor que ataca. E que acabou por fazer uma correta partida.
Todo o nosso time pode melhorar com o decorrer da competição. Vai saindo a pressão com as vitórias, a confiança vem surgindo junto a classificação. Estão jogando para o gasto, mas enquanto o Neymar vai ganhando tempo para ser Neymar, Firmino se prepara para substituir o “Ai, Jesus!”, tem um treinador do lado de fora capaz de suprir, com sua esplêndida forma técnica, cada falha ocorrida nos tabuleiros recém jogados na Rússia. Enfim, após a temível Era Dunga II, a demissão, o Brasil tem um treinador à altura da qualidade dos seus jogadores. E que pode levar, hoje, o Motorádio de melhor em campo para casa sem ter pisado dentro das quatro linhas.
0 comentários