por Valdir Appel
Em 1969, o Vasco abriu as portas para dois jovens talentos: o ex-craque Evaristo Macedo e o ortopedista Arnaldo Santiago.
O técnico Evaristo, culto e educado, fazia questão de passar uma imagem de um sujeito sarcástico e gozador, e usava constantemente palavrões no meio da boleirada.
Caminho mais curto, segundo ele, para a comunicação com os jogadores.
Em contrapartida, Arnaldo se portava como um gentleman dentro e fora das quatro linhas do gramado e procurava desesperadamente melhorar a educação e o nível cultural da rapaziada.
Orientava e chamava a atenção dos que falavam palavrões, tarefa nada fácil, já que Evaristo não colaborava, por pura sacanagem.
Evaristo fazia suas preleções colocando-se estrategicamente de costas para a saída do túnel que dava acesso ao campo em São Januário, pedindo que os jogadores o avisassem quando da aproximação do doutor Arnaldo.
Assim que o médico apontava no túnel, um jogador entregava:
– Lá vem o doutor!
Imediatamente, Evaristo aumentava o volume da voz e desfilava todos os palavrões do seu amplo repertório.
O doutor Arnaldo aproveitava o embalo, fazia meia volta e retornava ao departamento médico, com todo mundo caindo na gargalhada.
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