por Zé Roberto Padilha
Adriano, o Imperador, que como Falcão, o Rei de Roma, encantou os torcedores italianos, foi criado nas divisões de base do Flamengo. Mesmo no auge, titular da seleção brasileira, jamais abandonou a sua comunidade.
A favela foi seu berço e sua generosidade jamais permitiu que a deixasse. Dava uma folga e lá estava ele fazendo um churrasquinho e tomando cerveja com seus amigos.
Fato raríssimo diante do sucesso que levam os Gabigol da vida, criado nas divisões de base do Santos, a se fecharem em condomínios de luxo para se protegerem da “mordida”. Daquele amigo que ralou junto mas não teve o mesmo talento para embarcar no Galeão.
Ontem, diante de 28.871 torcedores, Adriano se despediu do futebol. Uma semana antes, Gabigol, levou ao Maracanã 67.113 rubro-negros para assistir sua despedida. O dobro e mais um pouquinho.
Adriano não tem influencer nem a equipe de marketing que o Gabigol tem. Ele tem apenas um coração que não cabe dentro daquela camisa. Para levar uma multidão aos estádios, ser eleito não basta. É preciso mais de bolso do que o coração.
“A memória do torcedor é mais fraca apenas que a razão que sobrou do seu fanatismo. É fraca, mas como dói!”
(Futebol: a dor de uma paixão”, 3* edição, Zé Roberto Padilha)
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