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O FUTEBOL AV E DV

18 / junho / 2018

por Washington Fazolato


Desde que acompanho futebol – e lá se vão mais de quarenta anos – vejo erros de arbitragem.

Alguns grosseiros, outros nem tanto, mas quase todos causando prejuízo.

Especialmente dolorosos quando ocorrem em jogos decisivos, alguns erros ficam gravados na memória de algumas torcidas.

Eu, como vascaíno, ainda sinto o gosto amargo do gol em impedimento marcado pelo Flamengo na decisão do título estadual de 2014.

Mas o Flamengo também já foi prejudicado por erros de arbitragem. Todos os clubes o foram.

Clubes, jogadores, técnicos, dirigentes, torcedores e imprensa sempre reclamaram para que os lances polêmicos pudessem se reavaliados.

A alegação dos “velhinhos da FIFA” , como jocosamente rotularam o board da instituição, era de que “a dúvida, a polêmica, a discussão eram elementos intrínsecos ao futebol”.

Ou seja, danem-se os investimentos milionários, o esforço concentrado dos clubes, as estratégias, os planejamentos etc, pois o imponderável a qualquer momento faria tudo ir por água abaixo.

Até que sopraram ventos de mudanças…


Então os ” velhinhos” caíram na real? Mais ou menos.

Existe uma tese, qual eu concordo, que a quebra desse dogma da FIFA – “o erro faz parte do jogo” – veio na esteira dos escândalos financeiros envolvendo seus maiores dirigentes.

Trapaças, negociatas e todo tipo de rapinagem foram denunciadas.

Era preciso descer do pedestal e a FIFA criou o VAR.

Em síntese, o VAR é um sistema usado para corrigir decisões que podem ser definidoras em uma partida de futebol e que podem ter passado despercebidas pelo árbitro ou julgadas incorretamente.

A Fifa define os cenários: gols e faltas que levam a um gol, pênaltis e faltas que levam a um pênalti, incidentes de cartão vermelho e identidade equivocada – quando um árbitro expulsa o jogador errado, por exemplo.

Na Copa, o árbitro recebe informações por meio de seu fone de ouvido receptor do “hub” do VAR em Moscou ou, então, pode consultá-los.

Quando ele decidir que quer rever um lance, “desenha” um quadrado com as mãos, assinalando que verá as imagens na lateral do campo. Por fim, pode tomar uma decisão ou mudá-la.

Óbvio que o simples existência do VAR não eliminará os erros.


No jogo entre Brasil e Suíça em dois lances a favor do time canarinho – falta sobre o zagueiro Miranda no gol suíço e um alegado pênalti sobre Gabriel Jesus – o juiz mexicano preferiu não usar o recurso.

Mas sendo usado, aqueles absurdos, que marcaram – e mancharam – jogos históricos podem ser reduzidos a níveis mínimos.

O futebol agora pode ser identificado como AV (antes do VAR) e DV (depois do VAR).

Que assim seja!

É uma vitória do futebol.

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