por Marcos Vinicius Cabral
Maracanã vazio, sem torcida, tendo o Coronavírus como marcador implacável de todos nós e um campeonato maculado pela bagunça.
Não bastassem tantas efemérides, o Fluminense mostrou sua grandeza na partida de hoje (ontem) que teve um valor simbólico, quase inestimável, é bem verdade, para suas tradições tricolores.
Não acho que o time de Odair Hellmann tenha feito uma partida memorável ou que vai ser campeão daqui a dois jogos.
Nem o tricolor mais otimista acredita nesse título, porém, cabe ao Flamengo, mostrar que é muito melhor como time de futebol que o adversário.
Em dois jogos, a qualidade tende a prevalecer e mostrar para os deuses desse esporte, que seu investimento, assim como a briga comprada com o Grupo Globo, valeram a pena.
O ‘Fla-Flu’ de ontem, quarta-feira (8), mostrou o quanto o Fluminense é gigante.
A vitória por 3 a 2 na decisão por pênaltis, após 1 a 1 em tempo normal, mostrou que esse esporte é uma caixinha de surpresas.
Mas foi legal ver os jogadores do Fluminense dando volta olímpica, vibrando e olhando para as arquibancadas e saudando a torcida imaginária.
É como se dissessem: “Acreditem, o futebol é maior que qualquer MP 984 canetada por Bolsonaro, Grupo Globo, FERJ, FlaTv, R$10 e isolamento social”.
Seria esse o “novo normal” do futebol?
Com exceção do narrador Anderson Cardoso, que comandou o jogo pela FluTV, e não citou os nomes dos jogadores do Flamengo, a noite teria sido perfeita.
No entanto, restou um pouco de dignidade por parte rubro-negra, já que o narrador Emerson Santos, da FlaTV, não devolveu na mesma moeda sua narração e pôs em prática a imparcialidade nossa do bom jornalismo.
Menos mal.
O Flamengo continua anos luz à frente do Fluminense em favoritismo.
Não é só questão de ser melhor time, pois treinou por muito mais tempo, tem elenco mais qualificado e um treinador que dispensa adjetivos.
Mas o favoritismo de hoje (ontem), era um óbvio ululante e levou os bobões da objetividade, como eu, a analisar um jogo que nasceu 40 minutos antes do nada pela ‘lógica’.
E convenhamos: nenhum ‘Fla-Flu’ tem lógica.
O Fla-Flu de hoje (ontem) merecia crônica do autor de ‘Toda Nudez Será Castigada’, chamado seu Nelson, seu Nelson Rodrigues.
Bom dia, boa tarde, e boa noite tricolores, ninguém mereceu mais esse título do que vocês.
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