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O FATOR EVARISTO DE MACEDO

5 / setembro / 2023

por Zé Roberto Padilha

O Santa Cruz FC, dirigido por ele, uma máquina de jogar futebol no fim dos anos 80, (Joel Mendes, Carlos Alberto Barbosa, Lula Pereira, Levir Culpi e Pedrinho; Givanildo, Wilson Carrasco, Betinho e eu; Nunes e Fumanchú) enfrentou o Palmeiras, no Parque Antártica, pelas semifinais do Brasileiro de 78.

Na preleção, Evaristo nos deu uma missão: anular Rosemiro, naquela ocasião lateral da nossa seleção. E sem perder a ironia e seu conhecido sarcasmo, completou:

“Os dois não vão jogar. Como ele joga muito e você não joga nada…”.

Rosemiro não jogou e Luiz Fumanchú (2) e Nunes (1), contra 1 de Toninho, garantiram nossa histórica vitória, cuja recepção à delegação, no Aeroporto de Guararapes, parou Recife. Fomos recebidos como heróis.

Se hoje os treinadores tivessem a humildade de sacrificar uma peça para anular uma outra que faz a diferença, uma marcação homem a homem sobre Bruno Henrique, por exemplo, talvez o Botafogo não tivesse perdido o clássico.

Serão sempre onze contra onze, mas, quando no time adversário um joga por dois, melhor sacrificar um dos nossos. Ou no pôquer não tem blefe? Na sinuca não tem sinuca?

No auge da marcação em cima, saía de campo para tomar àgua ao seu lado e ouvi Rosemiro me mandar tomar … se phuder… entre outros elogios. Porém, já tinha desenvolvido um antídoto:

“Desculpe, amigo, mas meu treinador mandou anular o melhor do time!”

Vaidosos, até queriam confirmação.

“Evaristo disse mesmo? Que sou o melhor do time?”

E aí até relaxavam. Mesmo sendo eliminados dentro de casa.

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1 Comentário

  1. Tadeu cunha

    Caro Padilha,excelente seu texto sobre a malandragem exponencial do jogador brasileiro de ontem,pois hj falta quase td,isso dentro e fora de campo.

    Responder

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