por Zé Roberto Padilha
A última vez que fui a um Fla x Flu, 2×1 para o Fluminense, voltei impressionado com a entrega do Gabigol. Ele lutou contra a zaga tricolor o tempo todo, discutiu com o árbitro, deu um chega pra lá no gandula e mostrou em campo uma garra incomum.
Sabe quando você deixa o estádio e diz: “Esse joga no meu time!”?
Desde então, talvez com a ascensão de Pedro, que foi se aproximando não só da posse da camisa 9, mas dos seus impressionantes números entre gols e assistências, Gabigol foi caindo de produção. As trocas de comando, os apagões contra Cuiabá e Bragantino, em nada ajudaram.
E a luta deixou a bola e se perdeu nos bastidores que a cercam. Gabigol perdeu o foco. E nunca mais foi o mesmo.
Porém, existe uma esperança para ele, cria do clube que tem um segredo Belmiro debaixo da sua Vila, capaz de revelar Robinho, Lucas Lima, Ganso, Neymar e nos conceder uma majestade, o Rei Pelé: se espelhar em German Cano, o argentino que joga ao lado.
Com 27 anos contra 35 do artilheiro tricolor, Gabigol pode retomar a idolatria que exerceu um dia se seguir os exemplos do Cano.
Humilde, pai de familia, não-sócio dos prazeres efêmeros que os cercam, obcecado 90 minutos na missão que lhe foi confiada, de empurrar a bola trabalhada desde o Fábio até as redes, Cano não desperdiça tempo com futilidades. Seu tempo é dedicado à procura do gol.
E entre a maturidade do Cano e sua imaturidade, são oito anos. Se quiser, dá tempo de entrar para a história do Flamengo, ser perpetuado nas bandeiras que apenas desfraldam Zico e Junior.
Ou entrar pelo cano e se tornar um outro camisa 9 esquecido.
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