por Luis Filipe Chateaubriand
O Campeonato Carioca de 1988 estava sendo decidido por Vasco da Gama e Flamengo.
Era o segundo jogo da decisão, de um total de três, e a situação do rubro negro era muito desconfortável: precisava vencer esse segundo jogo, para forçar o terceiro jogo.
Para o clube cruz maltino, a situação era bem mais confortável: empate ou vitória no segundo jogo garantiam o título.
Pois o jogo começou, e o Flamengo veio com tudo para cima do Vasco da Gama.
Domínio absoluto.
Mas, como diz-se no jargão do futebol, “não conseguiu traduzir em gol o domínio territorial”.
Aos 40 minutos do segundo tempo, o placar de 0 x 0 permanecia inalterado, e a torcida do Vasco da Gama começava a comemorar um título que parecia cada vez mais próximo.
Mas uma surpresa ainda estava reservada para a peleja…
O lateral direito Lucas – irmão do selecionável Müller e apelidado de Cocada – entrou, no Vasco da Gama, substituindo Vivinho.
Isso foi aos 41 minutos.
Aos 44 minutos, Cocada – que já tinha jogado no Flamengo mas foi dispensado de lá por insuficiência técnica – recebe a bola na metade do campo, do lado direito, avança com ela todo serelepe, e rápido e, ao chegar na entrada da área, desfere um chute violento, mas colocado, que vai parar no fundo do gol.
Este escriba, que estava no Maracanã, achou que a bola ia para fora, mas a pelota fez uma curva, tomou um efeito, que lhe levou para o fundo das redes.
E lá se foi Cocada, comemorar, dirigindo-se para o banco do Flamengo, provocando o técnico Carlinhos, que o dispensou da Gávea.
O Vasco da Gama, assim, que só precisava do empate, venceu por 1 x 0 e sagrou-se campeão.
Doce conquista, com sabor de cocada!
Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!
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