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O CRAQUE EDU

9 / setembro / 2024

por Elso Venâncio

O jovem Edu Coimbra, o Eduzinho, surgiu como destaque do America/RJ na metade da década de 1960. Sem as câmaras de TV e o VAR, o futebol era violento. Os cartões amarelo e vermelho só surgem a partir da Copa de 1970.

Edu, com 1,64m, dribles curtos e rápidos, passes e lançamentos precisos, também disputava a artilharia dos campeonatos. Um feito e tanto, pois a marcação era pesada. Basta citar duas frases do defensor Moisés Xerife, dizendo que “nenhum árbitro expulsa antes dos 15 minutos” e que “zagueiro que se preza não ganha Belfort Duarte”, prêmio este destinado aos mais leais do futebol brasileiro.

O craque Edu se agigantava ao enfrentar defensores desleais, como Moisés, Fontana, Assis, além de laterais violentos, como Orlando Lelé, que trocou o America pelo Vasco; Ari Clemente, Rodrigues Neto, e por aí vai…

— Vocês acham que jogo bem? — perguntou Edu a repórteres, certo dia. — O craque está lá em casa: Zico, meu irmão caçula!

Durante um tempo, Zico foi irmão de Edu. Depois do Mundial de Clubes conquistado pelo Flamengo, em 1981, definitivamente, Edu passou a ser irmão de Zico.

Para ilustrar bem o talento de Edu, é bom lembrar que o grande ídolo do America jogava como meia, camisa 10, na época de ouro do nosso futebol. Em outros clubes, havia fortes concorrentes nessa posição, como Pelé, Tostão, Jairzinho, Paulo Cézar Caju, Dirceu Lopes, Samarone; Silva, O Batuta…

Em 1967, Edu foi convocado para a Seleção Brasileira e conquistou a Copa Rio Branco, disputada por Brasil e Uruguai. O America poderia tê-lo vendido, mas recusou várias propostas, valorizando ainda mais o seu passe. Uma decisão acertada, pois Edu acabou se tornando o maior artilheiro da história do clube, pelo qual marcou 211 gols. Foi inclusive o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1969, a Taça de Prata, com 14 gols, superando César Maluco, que fez 13, e Pelé, com 12.

O esporte sempre fez parte da família Coimbra. Além dos ídolos Zico e Edu, teve também o habilidoso Antunes, que jogou no Fluminense e, ao lado do Edu, no America. Nando atuou na base do Fluminense. Dos irmãos, só Tonico não foi profissional, mas fez parte do Juventude de Quintino.

Na preparação para a Copa do Mundo no México, Edu estava na lista dos 40 relacionados pelo técnico João Saldanha, comunista assumido, o que incomodava os generais da ditadura. Saldanha acabou substituído por Zagallo. Presidente do movimento Tortura Nunca Mais e prima de Edu, Cecília Coimbra foi presa. O irmão Nando, perseguido até em Portugal. Edu acabou prejudicado. Ele e o também craque Dirceu Lopes ficaram de fora da Copa, nunca disputando um Mundial.

Como jogador, Edu passou por Vasco, Bahia e pelo Flamengo de Zico, sendo o Campo Grande o seu último clube. Abraçou então a carreira de treinador, dirigindo a Seleção Brasileira em três amistosos; e o Iraque, além de Vasco, Fluminense, Botafogo, America e Kashima Antlers.

Eduardo Antunes Coimbra está com 77 anos e voltou a morar na casa da família, onde nasceu, em Quintino, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.

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2 Comentários

  1. Judas Tadeu de Tupinambá Barbosa

    Craque sem igual. Torço pelo América por causa dele. Dava prazer vê-lo jogar. Por quantas vezes carregou o time nas costas. Jogos no Rio Grande do Sul, contra Internacional ou Grèmio, Eduzinho acabava com o jo jogo. Saudades daquele tempo.

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  2. Tadeu cunha

    Certamente em uma época de craques e foras de série, Eduzinho foi destaque,hj estaria jogando em qquer liga de ponta da Europa.

    Responder

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