por Elso Venâncio
Luiz Henrique, 23 anos, é o craque da moda do futebol brasileiro. Atacante canhoto, ele possui dribles e velocidade impressionantes para quem tem 1,82m de altura. Além de ser goleador, também dá assistências, deixando os companheiros na cara do gol.
Entre o final da década de 1960 e o início dos anos 1970, Paulo Cézar Caju, do Botafogo, recebeu do locutor esportivo Waldir Amaral, da Rádio Globo AM-RJ, o apelido de Craque da Moda. Campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1970, Caju era um meia adaptado à ponta-esquerda que desequilibrava em campo. O botafoguense João Saladanha ficava ao lado do Waldir Amaral nas Jornadas Esportivas. Era “o comentarista que o Brasil consagrou” e tinha opiniões marcantes.
— Esse PC é um garoto grande jogando bola no meio de crianças — dizia Saldanha.
Em ótima fase atualmente, Luiz Henrique tem momentos em que lembra Paulo Cézar Caju, só que jogando pela direita e usando a perna esquerda. O camisa 7 é o astro nas vitoriosas campanhas do Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro e virtual finalista na Libertadores. Além disso, empurrou a capenga Seleção Brasileira rumo às recentes vitórias nas Eliminatórias. Saiu do banco nas duas últimas partidas, sempre para decidir. Primeiro marcou o gol da virada contra o Chile, nos 2 a 1, em Santiago. No jogo seguinte, contra o Peru, entrou já com 2 a 0 no placar para o Brasil, mas ainda deu passe para o gol de voleio do Andreas Pereira e fechou a goleada com um chute de fora da área.
Revelado em Xerém pelo Fluminense, em que chegou aos nove anos, Luiz Henrique foi negociado com o Real Betis, da Espanha, por 8 milhões de euros, em julho, de 2022. Para repatriá-lo, John Textor desembolsou 20 milhões de euros, sendo o maior e melhor investimento feito pelo Botafogo.
Pelé eternizou a camisa 10, que se tornou referência, sendo usada pelos craques dos times de futebol. O Botafogo é excessão à regra, pois tem a camisa 7 como mística. Foi esse o número usado por Jairzinho, Maurício e Túlio Maravilha, além do inesquecível Garrincha, a Alegria do Povo. Agora, Luiz Henrique é quem honra esse legado.
A próxima missão alvinegra na Libertadores é um jogo de risco, por ser no Uruguai, contra o Peñarol. Nas derrotas, os uruguaios costumam partir para a briga. Mas o célebre Papai Joel lembra que, “quando o Botafogo ganha, aparecem torcedores de tudo quanto é lado”. Confiantes, estão nas ruas, em sua maioria vestindo a gloriosa camisa de número 7.
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