por Zé Roberto Padilha
A poucos meses da Copa do Mundo, chegou a hora de acender um cachimbo da paz entre a torcida brasileira e o nosso maior jogador. Ela, a torcida, para de pegar no pé dele e ele retribui se cuidando para nos levar ao título.
Neymar está com 30 anos, e quem tem acompanhado os jogos do Paris St Germain, como eu, pode afirmar que ele está no auge. O tempo fez com que trocasse suas arrancadas em velocidade, onde decidia tudo sozinho, por um repertório coletivo em que acrescenta assistências preciosas.
Ganhou corpo e equilíbrio, e não cai mais toda hora. Tem feito, ao lado do Messi, partidas tão brilhantes que, tamanha a disparidade com o que estão jogando seus coadjuvantes, nos levam a acreditar que a final no Catar será entre Brasil X Argentina.
Os dois estão voando.
Da nossa parte, torcedores brasileiros, vamos lembrar que ele é o último produto da nossa fábrica de foras-de-série que encantou o mundo. Que a diferença entre ele, Vinicius Jr, Lucas Paquetá e Gabriel Jesus é similar ao mesmo abismo que separou Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Rivaldo dos seus companheiros da última Copa do Mundo que ganhamos.
Enfim, nunca um país dependeu tanto do talento de um jogador para, ao lado de um grupo talentoso e previsível, recuperar a hegemonia do futebol mundial.
Ao completar 30 anos, Neymar atinge a idade da lucidez. Foi a que Rivelino se apresentou ao Fluminense. Próxima da que Zico, com 28, ganhou o mundial de clubes, e com 29 anos, fez parte do Dream Team treinado por Telê Santana em 1982.
Se os indígenas, de tribos rivais, conseguiam celebrar acordos de paz fumando o tal cachimbo, por que não podemos fazer o mesmo com essa espécie em extinção?
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