por Zé Roberto Padilha
Quando comecei a torcer pelo Fluminense, quem dava as cartas no Rio era o Botafogo. Era de General Severiano que saía a base da seleção brasileira. Tínhamos o nosso time, Felix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio. Mas nossos representantes nas Copas do Mundo eram Nilton Santos, Didi, Gerson e Jairzinho.
Na imprensa, a briga era mais equilibrada. E de altíssimo nível. Nós, tricolores, tínhamos Nelson Rodrigues escrevendo no Jornal dos Sports. Eles, Armando Nogueira, no JB.
Flávio, o Minuano, comandava o nosso ataque, e meu ídolo era Jairzinho. Se o gol sempre foi o grande momento do futebol, suas arrancadas em sua direção levantavam as arquibancadas. E de tanto temê-las em preto e branco, quando suas vestes amarelavam, aí sim levantavamos juntos.
Hoje, o Botafogo e o Flamengo, pelo que representam de paixão pelos meus filhos, são meus segundos times. Portanto, somos todos Botafogo rumo à gloria eterna.
Tenho certeza que na próxima encarnação voltarei Botafogo. Há algo diferente, supersticioso, inexplicável até para eles mesmos como tal amor sobrevive, resiste e supera seguidas adversidades.
Algo cult, místico, que se soubesse definir talvez desistisse de voltar toda uma existência torcendo por eles.
Caro Padilha,sendo botafoguense gostei deste belo texto, minha torcida pelo fogão começa com a participação icônica do mestre J.Saldanha.