por Luis Filipe Chateaubriand
Quem acompanha meus textos aqui no Museu da Pelada, sabe que sou um tanto avesso a escrever sobre algo acontecido antes de 1978, quando ainda não acompanhava futebol.
No entanto, ao assistir, pelo YouTube, um debate na ESPN sobre o Botafogo de todos os tempos, não resisti… Escalei o meu Botafogo de todos os tempos!
Friso que nem todos vi jogar, no entanto, como estudo futebol desde sempre, arrisco montar o melhor Botafogo que já se viu.
Como goleiro, Manga. Excelente colocação debaixo dos paus, muita agilidade para chegar na bola, excelente técnica.
Na lateral direita, Josimar. Bom de dribles, bom de chute, veloz, fazia do apoio ao ataque uma constante em seu jogo.
Como zagueiro central, Mauro Galvão. Colocação perfeita, quase sempre chegava na bola antes dos atacantes oponentes, tinha grande espírito de liderança, além de visão de jogo privilegiada.
Na quarta zaga, Nílton Santos. Mesmo improvisado, tinha noção de espaço e de tempo absolutamente perfeitos, excelente domínio de bola e sentidos aguçados à toda prova.
Na lateral esquerda, Marinho Chagas, a Bruxa. Homem show, driblava com extrema facilidade, às vezes ia à linha de fundo de onde bem cruzava, às vezes cruzava do meio mais próximo à extremidade lateral do campo e, em todos os casos, deixava os oponentes confusos, inclusive quando decidia chutar, bem, a gol.
Como primeiro volante, Gérson, o Canhotinha de Ouro. Exímio lançador, colocava a bola à feição dos atacantes de forma estupenda e, além disso, organizava o time, sendo um técnico em campo, tanto no posicionamento ofensivo como defensivo, além de defender e atacar bem.
Como segundo volante, Didi, o Príncipe Etíope. Jogador clássico, batia na bola como pouquíssimos, metia aquela folha seca (que ele inventou…) nela, ditando o ritmo do jogo, acelerando para pegar o inimigo de surpresa, cadenciando para enervá-lo e alternando essas possibilidades sempre na medida exata.
Como meia atacante, Paulo Cezar, o Caju. Dono de uma inventividade incrível, de uma ousadia despudorada, de uma atitude exuberante, driblava e tocava a bola divinamente, além de saber sair do meio para as pontas sempre que era necessários descongestionar a cancha.
Como atacante pelo lado direito, Mané Garrincha. Simplesmente o segundo melhor jogador de todos os tempos, atordoava os marcadores de tal forma que estes ficavam desprovidos de todos os sentidos, era imarcável, fazia gol de tudo quanto era jeito, se assim o quisesse e, sobretudo, jogava bola sem fazer força!
Como centroavante, Heleno de Freitas. Jogador clássico, aliava técnica e raça, protegia a bola como ninguém, dificultando o bote dos adversários, chutava sempre deslocando o goleiro com extrema classe, tinha uma intuição bastante aguçada para fazer o passe a companheiros de ataque bem posicionados.
Na ponta esquerda, Jairzinho, o Furacão. Melhor jogador da Copa do Mundo de 1970, aliava uma técnica portentosa com uma condição física inacreditável, tinha velocidade e explosão, também sabia fazer uso de refinado toque de bola, além de uma inteligência tática notável.
Manga; Josimar, Mauro Galvão, Nílton Santos e Marinho Chagas; Gérson, Didi e Paulo Cezar Caju; Garrincha, Heleno de Freitas e Jairzinho.
E aí, alguém teria coragem de encarar?
Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais de 40 anos e é autor de vários livros sobre o calendário do futebol brasileiro.
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