por Zé Roberto Padilha
Azião, aqui onde moro, é todo aquele sujeito que você, ao cruzar o seu caminho, lhe dá bom dia, pergunta se está tudo bem e ele…para para explicar.
Se mal temos tempo para um cumprimento, imagine para ouvir depoimentos?
Certa vez, em Três Rios, terra que criou e batizou aziões, notáveis frequentadores de um bar, da Ana, resolveram fazer uma lista dos mais qualificados. Se reuniam todo sábado depois das 11h00 com papel e caneta. E chegaram a 100 nomes em uma cidade que tinha apenas 50 mil habitantes.
A lista vazou, chegou aos meios de comunicação não oficiais, alcançou a Boca Maldita e causou estragos nas relações entre parentes e amigos. Você poderia ser infeliz, fracassado e traído. Azião, nunca. Mas a expressão se manteve porque gente enjoada e sem noção permaneceram circulando sem máscaras.
Se Tite morasse por aqui, seria sério candidato à braçadeira aziã. No lugar de se focar nas suas funções, resolveu ser o Padre Terezo de Calcutá. E realizar boas ações por onde passa. Não são gestos ocultos, como deveriam, mas com a arquibancada cheia.
Na Copa do Catar iniciou seu jeito Samaritano de ser. Um torcedor que ajudou seus netos a chegar ao estádio foi convidado a participar do treino. Fez de um gesto nobre a entrega do Premio Nobel da Paz. Tinham muitos holofotes.
Mas agora aziou de vez: deu sua medalha para o técnico perdedor na final do estadual e, ontem, contestou, diante das câmeras, a expulsão do técnico adversário, o Jair Ventura.
Entre o bom Samaritano e o Falso Profeta caminhava uma civilização. Em meio aos dois, eis que surge no comando de uma nação um aziào.
Menos, Tite.
Discordo totalmente de você.
Texto tétrico.