por Marcos Eduardo Neves
Neymar e Danilo estão fora do restante da primeira fase. Uma boa e outra péssima notícia. Ambas, porém, em nada mudam o cenário da seleção brasileira que luta rumo ao hexa na Copa do Mundo do Catar.
Ruim é perder Danilo, visto que seu reserva, Daniel Alves, é, como diz o brilhante comentarista Paulo Cesar Vasconcellos, não passa de um “ex-jogador em atividade”, alguém que só está no grupo para injetar ânimo, experiência e confiança no jovem e talentoso elenco.
Se não contar com Danilo é ruim, bom, aliás, bom demais é saber que Neymar pode ter todo o tempo necessário para se recuperar, até porque não somos mais dependentes dele. Talentos não faltam ao time de Tite. Até no banco.
Danilo vai se recuperar e voltar, talvez já nas oitavas de final, retomando com propriedade a sua posição de titular. Quanto a Neymar tenho minhas dúvidas. Apesar de sua alta capacidade técnica, seria maravilhoso vê-lo no banco. Mostraria a todo o planeta o gigantismo da nossa força. E, vem cá, qual o problema em ser banco? Pelé e Garrincha foram em 1958, até entrarem bem contra a União Soviética. PC Caju ficou na reserva durante a Copa de 70 e mesmo assim foi eleito um dos melhores do Mundial.
Em 1982 Roberto Dinamite e Edinho, só para citar estes dois, sequer entraram em campo. Na Copa seguinte, Zico, à lá Roger Milla, de Camarões, entrava no decorrer do jogo, e nisso, deu passe de calcanhar para Careca marcar, sofreu pênalti diante da Polônia e ainda colocou Branco na cara do gol, contra a França, apenas dois minutos depois de Telê sacá-lo do banco.
Em 1994 Ronaldo, que seria o astro das duas Copas seguintes, nem jogou nos Estados Unidos. Em 1998 Edmundo só entrou nos minutos finais da decisão. Em 2002 Alex sequer foi convocado e o Brasil trouxe o penta. Então, qual o problema de Neymar sentar no banco? Ele é apenas mais um entre os 26 convocados. Mais um dentre os mais de 200 milhões de brasileiros que torcem pelo sucesso da seleção.
Que entre e nos ajude assim que puder. Ou nem entre, como não entraria Daniel Alves não fosse a lesão de Danilo. Com ou sem eles, a verdade é que hoje temos time. Temos Tite. E teremos título.
Além de Pelé e Garrincha, o Zito também entrou no meio da competição. E o Djalma Santos entrou na final.
Em 1962, Pelé se contundiu no primeiro jogo com a Tchecoslovaquia. Entrou Amarildo, o Pocesso. E o mundo se curvou ao nosso futebol.