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NAQUELE TEMPO ERA ASSIM…

9 / junho / 2017

por Victor Kingma


Victor Kingma

1969 – O homem na Lua e o milésimo gol de Pelé

Certos acontecimentos marcantes, ocorridos em determinada época, são constantemente relembrados devido à sua importância histórica. E quando o assunto é futebol, então, os boleiros nunca se esquecem. Mas nem sempre as pessoas se lembram de outros fatos importantes acontecidos na mesma ocasião.

Esse texto volta ao tempo e relembra alguns fatos relevantes que aconteceram em 1969, um ano marcado por acontecimentos extraordinários. É uma oportunidade para os contemporâneos recordarem e os mais jovens tomarem conhecimento sobre como era a vida, os costumes e o que de importante acontecia, há quase cinco décadas.

Na música, três grandes sucessos estouravam nas paradas de sucesso: “As Curvas da Estrada de Santos”, de Roberto Carlos, “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil e “País Tropical”, de Jorge Ben, na interpretação marcante de Wilson Simonal. 

No cenário da música internacional o destaque foi a realização, em agosto, do Festival de Woodstock, para muitos o maior evento de rock and roll de todos os tempos. Realizado em uma fazenda em Bethel, New York, o evento reuniu quase 400 mil pessoas e contou com a presença de astros consagrados como Janis Joplin, Santana e Jimi Hendrix.

O grande sucesso na televisão brasileira era a novela Beto Rockfeller, na TV Tupi. Escrita por Bráulio Pedroso e estrelada pelo ator Luiz Gustavo, a trama representou uma revolução na teledramaturgia, pois pela primeira vez em uma novela foram abordadas gírias e situações do cotidiano, em substituição aos dramalhões tão comuns na época.  

Na política vivíamos os anos de chumbo e um acontecimento marcante, que ganhou manchete no mundo todo, foi o seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 04 de setembro, numa ação idealizada pelo Movimento Revolucionário 8 de Outubro – MR8.  O embaixador foi libertado dias depois, trocado por 15 presos políticos, entre os quais Wladimir Palmeira e o ex-ministro José Dirceu.  


O fato de de maior repercussão mundial, no ano de 1969, aconteceu no dia 20 de julho quando os astronautas americanos Edwin Aldrin, Michel Collins e Neil Armstrong pousaram na lua. Armstrong, o comandante da nave espacial Apollo 11, entrou para a história como o primeiro terrestre a pisar o solo lunar.

E no futebol?

No futebol, todas as atenções estavam voltadas para a partida disputada entre Santos e Vasco, pelo torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 19 de novembro daquele ano. Pela primeira vez na história um jogador estava prestes a marcar mil gols em sua carreira. E esse feito extraordinário foi reservado pelos deuses do futebol exatamente para o maior de todos os tempos, que futuramente seria escolhido o atleta do século.

65.157 pagantes estavam no Maracanã naquela noite de quarta feira e milhões de telespectadores de todo o Brasil acompanhavam em frente aos aparelhos de TV, assistindo a transmissão em preto e branco. Aliás, as cores das camisas dos times envolvidos.

O jogo, empatado em 1 x 1, caminhava para o final quando, aos 33 minutos do segundo tempo, o zagueiro Fernando, do Vasco, comete pênalti. Pelé pega a bola e a coloca na marca. Atrás do gol uma multidão de repórteres e fotógrafos aguardam a conclusão do lance para eternizarem o momento.

Embaixo das traves o goleiro argentino Andrada, que estava tendo uma exibição de gala, aguardava, imóvel e confiante, a cobrança. Ele havia prometido a si próprio que não entraria para a história como o goleiro que tinha levado o milésimo gol.

Pelé, o maior artilheiro que o futebol já viu, corre vagarosamente e toca a bola no canto esquerdo do goleiro que voa como um felino, chega a tocar na pelota mas não evita o gol. O relógio marca 23h17 daquela noite histórica.

Enquanto Andrada, desolado, socava o chão por não conseguir fazer a defesa, Pelé, emocionado, era carregado nos braços, entre microfones e flashes,  após realizar o feito inédito.

O rei do futebol, que ainda viveria o ápice de sua carreira no ano seguinte, ao conquistar o tri-campeonato mundial, no México, como protagonista de uma seleção de sonhos, marcaria em toda a sua carreira 1283 gols.


(Foto: Reprodução)

O mais bonito deles, segundo seu próprio relato, foi assinalado contra o Juventus, na Rua Javari, pelo Campeonato Paulista de 1959, após dar três chapéus consecutivos nos zagueiros Julinho, Homero e Clóvis e o quarto no goleiro Mão de Onça. Entretanto, aquele gol de pênalti, assinalado no Maracanã, naquela noite de quarta feira, 19 de novembro de 1969 foi, com certeza, o mais difícil e inesquecível de toda a sua consagrada e inigualável carreira.

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