por Mateus Ribeiro
Não faz muito tempo, e provavelmente todos aqui vão se lembrar de quando Neymar ainda atuava pelo Santos. Qualquer ser humano um pouco mais esperto sabia que mais cedo ou mais tarde, ele iria atuar na Europa. Se para contar com qualquer jogador meia boca que a imprensa inventa, times do Velho Continente abrem a carteira, obviamente que um dia iriam dar um caminhão de dinheiro em cima do último grande talento que nosso futebol apresentou ao mundo.
Dito isso, vamos ao ponto chave da conversa. Lá pelos idos de 2011, alguns boatos começavam a pipocar: “Neymar tem um pré contrato com Barcelona”; “Real Madrid prepara proposta milionária para joia santista”; “Quem dá mais pelo menino de ouro?” eram algumas das manchetes.
Até aí, tudo bem. Não somos bobos, e sabemos que o importante é vender jornal, caçar cliques e tudo mais. O problema começou a ficar sério quando teve início a corrida maluca para ver quem acertava primeiro o destino do atacante. “Neymar acerta essa semana com Barcelona”; “Madrid está a espera de Neymar” e mais algumas notícias desse porte poluíam portais, páginas do Facebook, jornais, e os já então insuportáveis debates. Toda essa movimentação visava apenas encher linguiça e ver quem seria o primeiro a acertar o destino do jogador. Como se existisse algum clube além do clubinho dos ricos nos últimos anos com dinheiro suficiente para bancar uma contratação de tanto peso…
O final todo mundo já sabe: Neymar foi para o Barcelona, ganhou tudo o que poderia, e fez gol de tudo que é jeito.
Confesso que já estava até esperando a reprise da novela “Neymar e seu destino” ser veiculada no “Vale a pena ver de novo”. Não deu nem tempo.
Nos últimos dias, presenciamos o “Grande Prêmio Neymar de Fórmula 1 (71)”. Jornalistas, “jornalistas” e palpiteiros descarregaram a metralhadora do achismo na ânsia de ser a pessoa que descobriu onde o queridinho do Brasil vai jogar. A cada instante uma notícia diferente aparece. Nenhuma certeza. O filme do início da década se repete.
Em que pese o fato de que a especulação (por mais indícios que apresente) é uma das partes mais desnecessárias do já desprezível jornalismo esportivo, ninguém mais tem saco pra isso. Deus, o mundo, eu e você sabemos que se um dia o Neymar sair do Barcelona, ele vai jogar em um time que tenha dinheiro para pagar sua multa, e aparentemente, só o time de Paris tem dinheiro (e vontade) o suficiente para descarregar um caminhão de dinheiro (ainda mais porque gastar dinheiro dos outros é mais fácil).
Eu não entendo nada de jornalismo, absolutamente nada. Mas creio que existam pautas mais interessantes do que saber os motivos que fazem um ser humano querer ganhar muito dinheiro em uma das cidades mais bonitas do planeta. Também imagino que se for pra ficar fazendo fofoca e levantando boatos, eu posso muito bem ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de entendedores de futebol.
Apenas para finalizar, outro ponto que já exterminou a paciência: “Neymar vai para o PSG para ser o melhor do mundo”. TODO O PLANETA sabe que esse prêmio é a coisa mais previsível do mundo, e que se o prêmio não ficar com Messi ou Cristiano Ronaldo, ficará com ele. Toda a galáxia sabe também da linda historia de amizade entre ele e Daniel Alves. Ninguém mais tem saco pra ouvir essas baboseiras que relembram os piores momentos da tenebrosa “Malhação”.
Dito isto, desejo boa sorte para todos que se martirizam acompanhando o noticiário esportivo.
Aquele abraço. É Tóis.
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