por Zé Roberto Padilha

Não faltou vontade política, de divulgação e investimentos, para dar um impulso ao nosso futebol feminino. Até a FIFA e a CBF concentraram esforços para dar uma revitalizada na modalidade.
Em vão.
Assisti à Supercopa Feminina, entre Real Brasília e Flamengo, e escutando cada grito vindo das arquibancadas, juro que ouvi um “Vai, minha filha!”. Algo que só na nossa escolinha de futebol seria possível.
De tão vazio o o estádio do Gama, em Brasilia, (capacidade de 60 mil espectadores) que havia mais gente trabalhando na partida do que torcedores.
Fico pensando não apenas nos patrocinadores, sem retorno, no Sportv, sem audiência, mas nas atletas em campo. Jogar sem torcida é como treinar para uma partida oficial que nunca vai acontecer.
E como um ator subir ao palco e encontrar 90% das cadeiras do teatro vazio. Como buscar inspiração diante da frieza daqueles que deveriam emocionar?
Um dia após o Dia Internacional das Mulheres, o país do futebol continua a conceder o descaso, a indiferença, a essas heroínas que poucos sabem onde jogam, como surgem, e como encontram forças diante do silêncio que insiste em ser pano de fundo em suas caminhadas.
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