por Zé Roberto Padilha
“O médico que trabalha com IA tem inúmeras vantagens. Ele é um médico melhor. A IA pode ler os exames trazidos pelo paciente e entregar ao médico uma leitura imediata sobre os dados que quer saber.”
Quem disse isso é o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klajner, em O Globo.
“Imagine um sistema que pensa mais rápido e com mais dados do que o cérebro humano consegue fazer. Mesmo que o médico passe no quarto a cada duas horas, nada poderá lhe abastecer mais do que milhares de dados dos que passaram por todos os quartos”.
Confesso que estou com medo do futebol levar a campo um treinador IA. Simplesmente, ela vai mostrar ao estudioso e inovador um algoritmo baseado em centenas de situações parecidas. O que não falta serão opções das mexidas feitas, em situações parecidas, pelo Muricy, Zagallo, Vanderlei e Mano Menezes.
Só que o futebol, ao contrário da medicina, não tem lógica. Aqueles comentaristas que vivem a criticar o centroavante tricolor por não pegar na bola, entram pelo Cano quando ele aparece e decide.
Nem a IA conseguirá explicar o Cano.
Enfim, saudades do Joel Santana. Tinha uma prancheta, e na sua cabeça, algo peculiar, Carioca pra levar, Brasileiro pra dar um jeitinho. E no improviso, dava um jeito do Renato Gaúcho, no fim de uma decisão, completamente extenuado, ficar em campo até o fim em um Fla x Flu decisivo.
Sem Joel Santana e sua intuição de ex-jogador criado ao lado do Dé e Alcir, presença debochada no Bloco das Piranhas levados pelo Moisés, nenhum treinador IA ganharia um título em cima do Flamengo em 1995.
Que jogava pelo empate, com Romário voando um ano apos ser o cara do tetra, aos 43 minutos do segundo do tempo. E justo no ano do seu centenário.
A IA, pelo menos no futebol, jamais irá alcançar a Inteligência de JS. Porque jamais existirá algoritmo algum que consiga captar a magia de um felling.
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