por Elso Venâncio, o repórter Elso
Inteligente, enigmático e com ego inflado, o astro Kylian Mbappé vem driblando com habilidade os dirigentes do PSG. Após se destacar no Monaco, onde foi titular aos 16 anos, o francês chegou à capital Paris ao lado de Neymar, para disputar a temporada 2017/18. O Barcelona recebeu 222 milhões de euros pelo passe do brasileiro, enquanto Mbappé foi emprestado – e depois comprado – por 180 milhões de euros.
Após se destacar com a França no bicampeonato mundial conquistado na Rússia, em 2018, quando foi eleito a revelação da Copa, Mbappé sonhou mais alto. Até então coadjuvante, chegou o momento de voar. Disputaria com Neymar o espaço de ídolo máximo de um clube. No entanto, o elegante Leonardo, há três anos diretor com plenos poderes no PSG, confidenciou a amigos:
“Mbappé me derrubou.”
O francês cresceu ainda mais durante a disputa da Copa de 2022. Marcou três gols na final do Mundial, contra a Argentina, tornando-se artilheiro da competição, com oito gols em sete jogos. O Parc des Princes ficou pequeno para a dupla de craques. Pequeno também para ele e Messi, o que tornou mais distante o sonho do inédito título da Champions League.
Corajoso, Mbappé enfrentou a própria diretoria. Ao receber da revista ‘France Football’ o título de melhor jogador da Liga Francesa, disparou, ao ser perguntado sobre a possibilidade de conquistar a Bola de Ouro:
“O PSG e o futebol francês não ajudam!”
Os torcedores o escutaram e acolheram as pretensões do atacante. Neymar e Messi passaram a ser hostilizados dentro e fora de campo e o presidente Nasser Al-Khelaïfi cedeu às pressões para antecipar a renovação do seu contrato, que termina na próxima temporada.
Os ânimos pareciam calmos, principalmente após as saídas de Neymar e Messi. Mbappé reinaria absoluto. Seu pedido para contratar o amigo Dembéle foi concretizado junto ao Barcelona. Além disso, ganhou a faixa de capitão, a camisa 10 e, enfim, poderia jogar como gosta, pelo lado esquerdo do campo, espaço normalmente ocupado pelo ‘concorrente’ brasileiro.
De repente, o jornal ‘L’Équipe’ noticiou o desentendimento do jogador com o presidente:
“Acabo com sua carreira” – reagiu o magnata do Qatar.
“Te jogo contra a torcida” – retrucou o atacante.
Mbappé tinha até o fim de julho para exercer a cláusula de renovação. Chegou a posar com a camisa de número 2025. No entanto, o PSG, agora, entende que o jogador pode negociar com quem bem entender. O conflito afastou o ídolo da pré-temporada que o time realiza no Japão.
Chelsea, Manchester United, Tottenham e Inter de Milão já demonstraram interesse. Sem saída, os dirigentes procuraram também o Al-Hilal, de Riad. Ao que tudo indica, o Real Madrid já acertou com o maior nome do futebol francês e o terá em seu elenco no ano que vem, para desespero do PSG, que nada receberá pela transferência.
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