Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

JUSTIÇA A NÓS MESMOS

13 / janeiro / 2025

por Zé Roberto Padilha

Se a gente não contar, ninguém vai saber. Não foi da noite para o dia que os times pequenos descobriram o seu pulo do gato. Mesmo com baixo poder aquisitivo, eles encontraram uma forma de sair na frente na primeira rodada do estadual.

Há 30 anos, em outubro de 1994, o Entrerriense FC subiu para a primeira divisão. Eu era seu treinador, e Carlos Camelo e Neumar Cândido eram os responsáveis pela preparação física. O clube não tinha recursos para grandes contratações, então apostamos na antecipação da nossa apresentação.

Sem Renato Gaúcho (Fluminense), Túlio (Botafogo), Romário (Flamengo) ou Carlos Germano (Vasco), decidimos compensar no preparo físico. Se os outros clubes se apresentavam duas semanas antes do estadual, começamos a nossa preparação em novembro, com dois meses e meio de antecedência.

O estadual de 1995 contou com 16 clubes: quatro seriam rebaixados, quatro permaneceriam, e oito disputariam um octogonal decisivo. Enquanto os outros times tiravam férias, nós treinávamos no Halloween, no Natal e no Réveillon. Quando a bola rolou, nossa condição física roubou o espaço onde o talento normalmente se impõe.

Quando os adversários acordaram e a preparação se equilibrou, já estávamos entre os oito. Claro, sofremos bastante na fase decisiva, mas Três Rios ganhou evidência. Patrocinadores satisfeitos e as rádios e tevês apresentando a cidade ao país.

Assim abrimos um caminho que hoje é seguido por equipes como Boavista, Sampaio Corrêa, Nova Iguaçu e tantos outros. Essas equipes conseguem equilibrar algumas rodadas, mas depois o talento tende a colocar as coisas no lugar.

Foi o Entrerriense FC quem primeiro adotou essa estratégia, e seria muito injusto, como testemunha e seu treinador, não registrar isso. Hoje, quando vemos Madureira, Boavista, Maricá e Portuguesa ocupando as primeiras colocações, sabemos que não é por acaso.

Há muito sacrifício e uma compensação que, enquanto dura, permanece eterna.

TAGS:

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *