Por Victor Kingma, de Minas Gerais
Finalíssima de campeonato no interior mineiro e o time da casa precisava desesperadamente da vitória. O empate daria o título ao arquirrival.
Para piorar as coisas, um problemão: Joca, o grande craque da região, o Pelé da época, muito gripado, não podia jogar. A pedido do técnico, fica no banco de reservas, apenas para intimidar o adversário.
Rola a bola e o jogo é tenso, fechado, nada de oportunidade de gol para nenhum dos times. Já no finalzinho, o técnico, em desespero, chama o Joca e pede:
– Vai pro sacrifício, meu craque! É tudo ou nada. Só você pode nos salvar!
E o nosso herói entra em campo, aos 41 minutos do segundo tempo. Aos 44, em um contra- ataque, o ponta direita Fumaça vai ao fundo e cruza: Joca mata a bola no peito, tira o beque da jogada e dispara…
A torcida se levanta, os locutores enchem os pulmões para gritar gooool!…
De repente, os refletores do estádio se apagam… Ninguém consegue ver a conclusão do lance… Pânico geral, somente cinco minutos depois as luzes começam a voltar… Em meio à confusão, a bola sumiu.
E, afinal, o que aconteceu?
Sereno e impassível, o juiz se dirige para o centro do gramado…
Os repórteres o cercam:
– O que foi, seu juiz?
E ele, com toda a segurança:
– GOL!
Mas ninguém viu a bola entrar após o chute do Joca, argumentam os repórteres atônitos e os adversários enfurecidos…
E o juiz, com a maior calma:
– Vocês que acompanham futebol sabem muito bem:
“DALI, O JOCA NÃO PERDE!”
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