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HORA DE RENOVAR

7 / agosto / 2023

por Elso Venâncio, o repórter Elso

Fernando Diniz anuncia na semana que vem a sua primeira relação de convocados. Vêm aí as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Ao contrário dos últimos comandantes, o técnico do Fluminense gosta do toque de bola, do futebol ofensivo, e nos passa a esperança de que recuperaremos o nosso vitorioso futebol.

O momento é único, para se buscar a renovação. Gostaria de ver, nas Eliminatórias, um número maior de jogadores que atuam no país. Antes, qualquer garoto dizia que sua meta era chegar à seleção. Hoje é se transferir para a Europa. Contudo, quem joga lá fora, tendo a vida já resolvida, não recebe com o mesmo entusiasmo uma convocação.

Não podemos repetir erros primários. Temos que evitar aqueles que não têm condições de chegarem bem fisicamente na Copa. No meu tempo de repórter, o presidente da CBF Ricardo Teixeira avisava:

“Se convocar veteranos e tropeçar, te demito” – o cartola avisava ao técnico.

O atual Campeonato Brasileiro tem revelado excelentes nomes. No Botafogo, líder agora com 13 pontos de diferença, Lucas Perri é o melhor goleiro do Brasil. Seu zagueiro Adryelson, uma verdadeira muralha. Vitor Roque, de 18 anos, acaba de ser negociado pelo Atlético Paranaense com o Barcelona, por cerca de 400 milhões de reais. Preço de SAF! No Fluminense há o Nino e o André. No Flamengo, o lateral Ayrton Lucas. Isso, pensando rápido. Mas, por aí vai… Enfim, a meta é a Copa; portanto, não devemos comemorar recordes ilusórios numa competição classificatória.

Sinceramente, não acho fundamental o treinador ser exclusivo. Estar em atividade, no calor dos jogos, é importante. Ficar numa sala, com ar condicionado, e passar os meses fazendo viagens turísticas, para observações, não me enchem os olhos. As informações chegam hoje em tempo real. Lembro que Zagallo comandava o Botafogo em 1970, quando foi chamado para dirigir o time durante a campanha do Tricampeonato, no México. Cláudio Coutinho conciliou Flamengo com seleção. Em 1988, após a Copa da França, Wanderlei Luxemburgo aceitou o convite, com a condição de permanecer no Corinthians.

Pararam de falar no italiano Carlo Ancelotti, que, durante a longa novela, nunca passou de um ator de cinema mudo. O futebol brasileiro é vitorioso por suas raízes, seus dribles, a improvisação e ousadia. Dos 20 clubes da primeira divisão, onze técnicos vieram do exterior, sendo sete de Portugal e os demais da Argentina. Na CBF existe um curso de treinadores em que cada participante investe cerca de 50 mil reais. Mesmo assim, a entidade pensa e contrata profissionais de fora. A veterana sueca Pia Sundhage, inclusive, já vem pedindo para ficar, no calor da ferida que não cicatrizou: a precoce eliminação da Copa do Mundo feminina.

A Era Diniz, que ora começa, tem condição de colocar a nossa essência em campo, resgatando nosso amor-próprio e afastando a retranca, os cabeças de área e a filosofia dos europeus.

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