por Kadu Braga
Haiton Corrêa de Arruda poderia passar despercebido como mais um “CPF” entre milhões de brasileiros que amam futebol e jogam pelos campinhos de terra batida ou pelas ruas, bem à moda antiga.
E foi num destes, em Pernambuco, onde tudo começou. Em campos de futebol que eram cercados por mangueiras, o goleiro tomou gosto pelo jogo e predileção especial pela fruta. Ele levava caixas de Manga ao treino, oferecia aos amigos de time e recebeu em troca o carinhoso apelido. Nascia então, o imortal Manga, um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro.
O craque iniciou sua trajetória no Sport-RE e ganhou destaque no Botafogo-RJ, sendo parte de um time emblemático atuando ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Didi e cia entre 1959 e 1968, conquistando quatro campeonatos estaduais e três torneios Rio-São Paulo.
No Brasil defendeu ainda Coritiba (PR), Operário (MS), Grêmio e Internacional, em Porto Alegre, sendo, pelo colorado, bicampeão brasileiro e defendeu a seleção na Copa de 1966 na Inglaterra. Se tornou ídolo também no Nacional, do Uruguai, onde conquistou a Libertadores da América e o Mundial de Clubes.
O defensor tinha uma característica bastante peculiar em campo. Não gostava de usar luvas, joelheiras e costumava dispensar “barreira” para ajudar a defender as cobranças de falta. Tudo para ser mais participativo em campo e mostrar sua enorme autoconfiança. Também não gostava de ficar de fora por lesão.
Manga, sim, era um jogador que dava gosto de se ter no time. Sua valentia tinha a alma do verdadeiro futebol brasileiro e como justa homenagem à sua brilhante carreira sua data de nascimento se tornou o “dia do goleiro”.
Salve 26 de Abril!
Um exemplo de profissional, um goleiro espetacular que honrava a camisa que vestia .