por Victor Kingma
No dia 09 de março de 1968 Santos x Botafogo de Ribeirão Preto se enfrentavam pelo Campeonato Paulista daquele ano. O Santos, com aquele timaço, vencia o jogo por 2 x 0 quando aos 6 minutos do segundo tempo os torcedores presentes no estádio da Vila Belmiro assistiram pela primeira vez uma das jogadas mais plásticas da história do futebol.
Numa troca de passes do ataque santista a bola chega na área para o centroavante Toninho Guerreiro que toca para o ponteiro ponteiro Kaneco, na direita.
O jovem ponta, com pouco espaço, prende a bola entre os pés e a joga por cima da sua própria cabeça e do lateral Carlucci que, sem ação, não pode esboçar nenhuma reação.
E a jogada genial não parou por aí. Kaneco cruza a bola na área e o avante Toninho completa de letra, de maneira também espetacular, anotando o terceiro gol do Santos.
Os narradores presentes ao jogo não sabiam que palavras usar para descrever o drible inédito e genial.
Estava inventada de forma oficial a “lambreta” ou “carretilha” no futebol.
Kaneco foi o melhor jogador da partida em que formou o ataque ao lado de lendas do futebol como Toninho, Pele e Edu.
O Santos venceu a partida por 5 x 1, com três gols de Toninho, Negreiros e Pelé.
Embora tenha surgido como uma grande promessa, o jovem ponteiro, que faleceu em 2017, aos 70 anos, jogou poucas partidas no time sensação do Brasil naqueles anos, mas a sua inédita e genial jogada, que futuramente seria imitada por outros craques, ficou marcada para sempre como um dos lances mais espetaculares da história do futebol.
Alguns anos antes, ou seja, em 1960, no jogo Ituano x Cerâmica de São Caetano, o ponta direita Antoninho Minhoca fez essa jogada e ele próprio fez o gol da vitória do Ituano, por 2 a 1.
Antoninho Minhoca jogava emprestado pelo Juventus, para onde voltou em 1962.
Antônio Minhoca brilhou no Juventus, no Vasco da Gama e no Nautico. Esteve muito cogitado de ser convocado para a seleção de 1970. Na época, jogava no Vasco da Gama.
Outro ponta direita do Santos que merece ser lembrado é Manoel Maria, driblador, veloz, agressivo. Saudades dos grandes ponteiros de outrora.