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Galdino

2 / fevereiro / 2020

NA BATIDA DO BOM FUTEBOL

Já no ritmo do Carnaval, a equipe do Museu foi até a quadra do Salgueiro entrevistar um personagem maravilhoso do futebol: Galdino. Baixinho enjoado e ensaboado, com passagens por Vasco, Botafogo, Ferroviária e seleção pré-olimpica em 71, o ponta-esquerda é o atual presidente da bateria da velha guarda do Acadêmicos do Salgueiro, onde já desfila há mais de 40 anos.

Criado em uma família de salgueirenses, a fera desfilou pela primeira vez em 73, ao lado de ninguém menos que Jairzinho. No ano seguinte, entrou para a bateria da escola e ali começava uma paixão que promete durar até os últimos dias de sua vida!

Praticamente em casa, Galdino nos recebeu sem camisa e com um belo chapéu da “Bateria Furiosa”, ao lado de Orelha e Uchôa, responsáveis pela manutenção dos instrumentos.

– Sem as mãos deles, a escola não vai para a avenida! – disparou!

Durante a longa resenha, Galdino apresentou fotos dos tempos de jogador e relembrou cada momento nos gramados. Para quem não se lembra, o ponta deu seus primeiros passos na escolinha do treinador Neca, do Botafogo, e foi lançado nos profissionais com apenas 16 anos por Zagallo!

Após uma excelente passagem pelo alvinegro, Galdino foi negociado com o Vasco em 74 e não demorou a cair nas graças da torcida. No meio do vascaíno Sergio Pugliese e do botaguense Guilherme Careca, o craque foi colocado em uma sinuca de bico: torce para Botafogo ou Vasco?

– Minha vida toda foi no Botafogo, desde o dente de leite até os profissionais! Não vou mentir, meu pai era vascaíno e me levava aos jogos do Vasco, mas a última vez que fui torcer o jogo terminou 4×0 para o Botafogo naquela decisão.

No Vasco, foi companheiro dos valentões Moisés e Miguel e seguia à risca as recomendações da dupla de zaga. Geralmente, o pedido era para enfrentar os zagueiros rivais sem medo e o ensaboado ponta fazia fila!

– Se eu não fosse para cima dos rivais, eu ia apanhar nos vestiários! – revelou.

Com a amarelinha, Galdino foi campeão pré-olímpico na Colômbia, vencendo o Peru na final por 1 a 0. Além dele, a equipe contava com Nielsen, Aloísio, Abel Braga, Wagner e Celso, Rubens Galaxe e Marquinhos, Ângelo, Enéas e Zico.

Voltando ao assunto Carnaval, relembramos o famoso Bloco das Piranhas e Galdino entregou Moisés. Idealizador da festa, o zagueirão não deixava a folia começar enquanto não terminasse a sua caprichada maquiagem!

– Ele nos deixava esperando duas ou três horas! Só saia de viúva, vinha todo de preto! Ele era terrível! Depois do bloco, todos iam para a quadra do Império Serrano, que fervia aos sábados!

Com outra entrevista marcada, precisamos ir embora, mas, do jeito que a resenha estava boa, seria capaz de render mais umas cinco horas! Que personagem bacana!

Assista ao vídeo e confira a resenha completa!

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