por Marcos Vinicius Cabral
O encontro entre os defensores vascaínos Bruno Silva e Luiz Gustavo, aos 27 minutos do segundo tempo, no clássico carioca Vasco x Flamengo, mostrou o choque de realidade de duas das principais equipes do futebol brasileiro.
Se por um lado, vascaínos e rubro-negros fizeram um jogo ruim tecnicamente, o empate em si mostrou aos 54.288 pagantes que estiveram nas arquibancadas do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, que as próximas partidas da competição serão de emoções e decepções cada vez maiores.
O Flamengo, que ocupa a 4° colocação neste campeonato brasileiro com 45 pontos, está longe de ser o protagonista que a mídia esportiva quer que ele seja.
Já o Vasco, que amarga 25 pontos, tem a luta real e imediata contra o rebaixamento, que – se ocorrer – será o quarto de sua história.
Mas algumas peculiaridades transformam o Flamengo – imortalizado por Zico, Júnior e Leandro – e o Vasco – respeitado com Roberto Dinamite, Edmundo e Romário – em motivos de chacotas.
O Flamengo, há quase uma década sem o titulo de campeão brasileiro, comemora como título uma mera classificação à Libertadores, para mais uma vez, participando, fazer vergonha.
O Vasco, que deixou há tempos de ser o “Gigante da Colina” ou o “Time da Virada” – para ser exato desde 2000, quando foi campeão brasileiro pela última vez contra o São Caetano – viveu uma entressafra nefasta com Roberto e Eurico à frente do clube de 120 anos, com dívidas megalômanas.
Enquanto o Flamengo de hoje tem Eduardo Bandeira de Mello, que tira selfie com torcedores (as) sem representatividade alguma com as tradições rubro-negras e faz do clube trampolim para ser eleito Deputado Federal pelo Rede – pelo amor de Deus, não votem no número 1818 – se contenta com conquistas regionais e acha o máximo ter colocado as contas em dia.
É como se fosse um favor ao clube, e não uma obrigação, equacionar dívidas.
Já pelo lado da Nau Vascaína, o ditadorismo de um Eurico Miranda, que por anos, soube apenas jogar no ar fumaças carregadas de prepotência nas baforadas dadas em seus charutos, disputas internas e medindo forças com Roberto Dinamite – a estátua do Romário em São Januário foi em retaliação ao eterno camisa 10 – marcado suas passagens em campanhas esdrúxulas.
Portanto, queridos vascaínos e rubro-negras de verdade, devemos agradecer ao Flamengo de 81, por ter nos permitido bater no peito e gritar a plenos pulmões: “Sou campeão da Libertadores e Mundial”; ao Vasco de 97, por ter permitido a cada torcedor a satisfação em dizer que tem uma Libertadores.
E por fim, não esquecer de enaltecer grandes jogadores como Raul, Acácio, Zico, Roberto Dinamite, Júnior, Edmundo, Nunes, Felipe, Leandro, Jorginho, Mozer, Mauro Galvão, Angelim, Mazinho, Tita, Geovani, Pet, Juninho, Adriano e tantos outros que conquistaram títulos, e sendo assim, souberam extrair de nós, torcedores, um sentimento que há tempos perdemos: a alegria de torcer!
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